Nesta terça-feira, 16, é celebrado o Dia Mundial da Voz. Na capital, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promove durante todo o ano ações de orientação e prevenção às disfonias, que são alterações vocais como consequência do mau uso e abuso vocal.
Entre as ações, são promovidas oficinas temáticas de voz nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na Escola de Governo e Administração Pública de Aracaju (Esgap), através de uma parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed) e o Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
"O objetivo destas oficinas é tanto conscientizar os trabalhadores para a prevenção quanto levar conhecimento sobre os danos e agravos que podem acontecer, caso não tomem medidas preventivas para evitar o adoecimento. Aos profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho devem ser dadas uma maior atenção na questão de prevenção e promoção à saúde", explicou a fonoaudióloga do Cerest, Liane Santana.
Vários fatores podem prejudicar a voz, como o uso do fumo, a poluição, a postura corporal, a fadiga, o refluxo gastroesofágico, ar-condicionado (com o ressecamento das cordas vocais), alimentos industrializados, pigarrear ao tossir e certos tipos de medicamentos. É muito importante que os trabalhadores não se esqueçam de beber bastante água, de usar roupas adequadas que não apertem tanto o pescoço e o abdômen, para que a respiração possa fluir naturalmente, além de praticar exercícios físicos.
Entre os profissionais que são foco das ações da PMA estão incluídos professores, cantores, atores, religiosos, políticos, secretárias, advogados, promotores, juízes, profissionais de saúde, vendedores, ambulantes, agentes comunitários, cerimonialistas, radialistas, jornalistas e teleoperadores, por exemplo.
Distúrbio vocal
A fonoaudióloga Liane Santana ressaltou que o Cerest, em conjunto com a Vigilância de Saúde do Trabalhador (Visat), também tem a função de desenvolver ações de educação em saúde, coordenação de projetos de promoção, vigilância e apoio para o estabelecimento da relação do distúrbio de voz com o trabalho em sua área de abrangência.
"Também é responsável o apoio matricial ou institucional para o desenvolvimento de ações de Saúde do Trabalhador em todos os serviços de saúde do SUS, a fim de notificar possíveis casos de Distúrbio Vocal Relacionado ao Trabalho (DVRT) dos usuários das UBS", informou.
DVRT é qualquer forma de disfonia diretamente relacionada ao uso da voz durante a atividade profissional que diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou a comunicação do trabalhador, podendo ou não haver lesão nas pregas vocais secundárias ao uso da voz.
"Nós temos um protocolo do distúrbio vocal relacionado ao trabalho, mas os agravos são subnotificados. Considerando que este protocolo é destinado a toda rede de serviços do SUS, ou seja, da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador (Renast), tem como objetivo facilitar a identificação dos casos de DVRTs e orientar ações de Visat. As notificações são importantes para serem construídas políticas públicas voltadas à saúde do trabalhador, a fim de promover mudanças nos ambientes e processos de trabalho tendo em vista a melhoria da qualidade de vida do trabalhador nos aspectos relacionados à voz", explicou.
