Prefeitura promove ação de alerta à tuberculose na Coroa do Meio

Saúde
17/04/2019 16h47

Os servidores da Prefeitura de Aracaju têm usado da criatividade para promover uma cidade mais humana. Um exemplo disso é a ação de orientação à população sobre a tuberculose, que vem sendo realizada pela na Unidade Básica de Saúde (UBS) Hugo Gurgel, do bairro Coroa do Meio, todas as quartas-feiras.

A enfermeira da UBS, Denise de Souza Machado, é preceptora dos estudantes do 1º período de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), que fazem parte do Programa de Integração de Estratégia de Saúde da Família (Piesf). "Através deste programa, os acadêmicos conhecem a Atenção Básica. Eles vêm para a unidade uma vez por semana para ter um contato mais de perto com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e saber "in loco" como o sistema funciona", explicou.

Mas, foi a partir do Dia Mundial da Tuberculose, celebrado no último dia 24 de março, que o grupo, em pareceria com o município, passou a promover uma ação diferenciada. Os estudantes e a enfermeira começaram a fazer uma intervenção de orientação sobre a doença com musical e palestra educativa. Desde então, todas as quartas-feiras eles fazem a atividade na sala de espera para chamar a atenção dos usuários e dos profissionais da UBS também.

"Dei a sugestão de fazermos algo ligado à tuberculose porque os casos estão aumentando e é preciso fazer a busca ativa dos sintomáticos respiratórios, ou seja, as pessoas que podem ter a doença e podem transmiti-la adiante. Então os estudantes se organizaram, confeccionaram camisas e adaptaram uma paródia de uma música para percorrer os corredores cantando para chamar a atenção das pessoas na unidade. Durante a ação, ofertamos os frasquinhos para a coleta de escarro para ser realizada a baciloscopia, que é o exame identificador da doença", informou a enfermeira.

Para a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Tuberculose e da Hanseníase, Léa Matos, a iniciativa foi muito louvável. "Principalmente porque a tuberculose é uma doença muito estigmatizada e existe ainda muito preconceito, então as pessoas não dizem que podem estar com a doença. É necessário conscientizar as pessoas e essa iniciativa dos estudantes deve ser estimulada e aplaudida", enfatizou.

Segundo Léa, os profissionais de saúde precisam fazer a busca ativa das pessoas com os sintomas. "Quanto antes for iniciado o tratamento melhor para barrar a transmissão. A Secretaria Municipal de Saúde oferta o teste rápido molecular, que dá o resultado em 24 horas, e ainda informa se a pessoa é resistente à rifampicina, que é a principal droga do tratamento. Os medicamentos são disponibilizados gratuitamente pelo SUS", completou.

Para a guia de turismo, Neide Araújo de Melo, é muito bom chegar a uma unidade de saúde e obter novos conhecimentos. "Eu não tinha conhecimento de que é tão simples fazer o exame para saber se tem tuberculose. É importante sempre ter estas ações educativas. Enquanto esperamos ser atendidos estamos aprendendo mais. Gostei dos estudantes estarem todos uniformizados para alertar sobre a tuberculose. Estão todos de parabéns", reconheceu.

Doença

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, transmitida através de gotículas da saliva, tosse ou espirro da pessoa infectada. Os sintomas mais comuns da doença são a tosse seca e produtiva contínua, febre baixa, falta de apetite, cansaço excessivo, sudorese noturna e perda de peso.

Os sinais e sintomas mais frequentes da tuberculose pulmonar são tosses por mais de três semanas, febre baixa, falta de apetite, sudorese e emagrecimento acentuado. A doença é causada por uma infecção que, quando não tratada adequadamente, pode levar até a morte.

O tratamento tem duração de seis meses. Os dois primeiros meses são o período da fase intensiva com o uso de quatro drogas combinadas e os outros quatro meses são de manutenção do tratamento. "No entanto, o tratamento tem que ser feito correto durante os seis meses, pois se o usuário parar de tomar os medicamentos por 30 dias, ele terá que iniciar tudo do zero, o que pode fazer com que o paciente crie resistência à medicação", orientou Léa.