Aracaju se prepara para concorrer à candidatura da Rede de Cidades Criativas da Unesco

Agência Aracaju de Notícias
08/05/2019 16h33

Aracaju está se preparando para ser uma das candidatas a integrar a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco) na categoria Música. Há cerca de um mês, a Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Municipal Cidade de Aracaju (Funcaju) e Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (Semict), conta com o suporte técnico de uma consultora da própria Unesco para que a capital sergipana apresente um projeto que seja competitivo e consistente. Nesta quarta-feira, 8, contudo, uma reunião foi realizada para que os órgãos competentes possam ouvir entidades ligadas à música na cidade e, assim, contribuir para a formulação no projeto que seguirá para a seleção nacional.

No ano passado, o então Ministério da Cultura, hoje Secretaria Especial da Cultura, ligada ao Ministério da Cidadania, abriu um edital que, pela primeira vez, ofereceu assistência técnica especializada para ajudar as cidades no processo de candidatura. Ao todo, 15 cidades brasileiras foram selecionadas para ter essa assistência, entre elas, Aracaju. “O nosso viés se dá pela música porque nós entendemos que Aracaju tem uma forte tradição dessa linguagem artística. Temos uma história artística de grandes nomes que atuaram na cidade e se projetaram no cenário regional e nacional. Por outro lado, os festejos juninos e a tradição do Forró Caju como uma festa que já virou nacional reforça a relação da música com a economia criativa,ou seja, a música como esse polo aglutinador de monetarização da cultura. Tudo isso nos leva a pleitear essa candidatura”, ressaltou o presidente da Funcaju, Cássio Murillo Costa. 

O projeto, que vem sendo construído de forma integrada entre os dois órgãos da Prefeitura, tem como missão, além de ser competitivo, mostrar as potencialidades da música produzida em Aracaju, sobretudo a mais tradicional entre os ritmos, o forró. “Discutimos muito em que categoria poderíamos colocar Aracaju. Escolhemos a música, mas, poderíamos colocar gastronomia ou outras tantas. Entretanto, entendemos que Aracaju possui um rica diversidade musical, principalmente ligada à raiz do forró. Como se trata de uma cidade relativamente pequena, entendemos que poderíamos criar uns arranjos entre os meios tradicionais e consagrados e a musicalidade periférica, que está meio escondida, para fomentar a construção e a educação musical”, destacou o diretor do Programa Aracaju Inteligente, Humana e Criativa, Ricardo Mascarello. 

A Rede é composta por cidades de todo o mundo. Atualmente, são 180 cidades de 72 países diferentes, sendo que o Brasil é representado por oito cidades. As Cidades Criativas da Unesco têm como missão colocar as indústrias culturais e criativas no centro de suas estratégias de desenvolvimento, a fim de transformar as cidades em locais mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. 

“Essa rede abre chamadas a cada dois anos e as cidades interessadas apresentam sua candidatura, passam por uma seleção e as cidades aprovadas se comprometem com os objetivos da rede. Há cerca de um mês, estamos discutindo e pontuando quais as potencialidades de Aracaju devemos reunir no projeto. Acreditamos no potencial da cidade e a intenção é focar no ciclo festivo junino que movimenta a cadeia produtiva da cidade. O forró será esse centro dentro do projeto”, explicou a consultora da Unesco, Wayra Silveira que frisou ainda que, neste ano, o processo será diferenciado dos anos anteriores.  “Até o ano de 2017, as cidades apresentavam a candidatura diretamente à Unesco. Neste ano, também vai acontecer isso, só que antes, a gente tinha que conseguir uma carta da Comissão Nacional da Unesco ligada ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty redigia essa carta para todos os interessados, agora, não vai ser assim.  A gente vai apresentar a nossa candidatura junto com as outras interessadas, não só as 15 que participaram inicialmente com a abertura do edital no ano passado, mas qualquer cidade que esteja interessada, ou seja, vamos participar de uma espécie de pré-seleção. No final desse processo, apenas quatro cidades vão poder participar da seleção mundial, sendo que apenas duas serão selecionadas em cada um dos sete campos artísticos”, pontuou. 

As cidades criativas designadas em 2019 serão anunciadas antes do final do ano.