Mais do que cuidar, trabalho de assistentes sociais ajuda na garantia dos direitos da população

Agência Aracaju de Notícias
15/05/2019 09h45

Em uma época em que as pessoas estão cada dia mais centradas em si mesmas, ter como profissão ajudar o próximo é algo valioso. Por isso, dia 15 de maio é comemorado o Dia do Assistente Social, profissional que colabora com a promoção do bem-estar social, se dedicando a lutar por direitos humanos e por melhores condições de vida para grupos vulneráveis, e esta não é uma tarefa fácil, mas, se feita com muito empenho e amor, consegue transformar vidas. 

Quem atua nessa área tem como objetivo amparar pessoas que, de alguma forma, não têm total acesso à cidadania, ajudando-as a resolver problemas ligados à educação, habitação, emprego, saúde, entre outros aspectos. A gerente de acompanhamento da Vigilância Socioassistencial da Prefeitura Municipal de Aracaju, Roberta Viana, trabalha na área há 21 anos e, desde muito nova, já fantasiava com a sua profissão dos sonhos, aquela que a ajudaria a transformar a vida de muitas pessoas. “Eu não sabia, especificamente, o que acontecia dentro de mim, mas era algo que estava já no meu coração, um sentimento que me levava a me imaginar como assistente social. Eu sempre quis exercer essa profissão”, conta.

Atualmente, Roberta trabalha monitorando dados de vulnerabilidade no município. Esse serviço é feito para identificar onde é necessária maior assistência e direcionar profissionais para cuidarem de casos bem delicados, como os de crianças que podem estar em abrigos, em conflitos com a família, com a lei; mulheres vítimas de agressões, abusos; idosos que estão desamparados, sem proteção familiar.  “O nosso público é super amparado e a gente consegue dar o suporte a ele através dos direitos que ele já tem. O assistente social tem esse foco, de garantir o direito daquelas pessoas em situação de vulnerabilidade, através das próprias leis e decretos que o nosso país tem para esse público”, pontua.

O assistente Carlos Henrique Severo, que trabalha no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Gonçalo Rollemberg Leite, é mais um exemplo de pessoa que decidiu seguir uma caminhada em direção à promoção do bem-estar de seu semelhante. “A minha profissão é determinante porque representa uma possibilidade de mudança, de transformação na vida de indivíduos e famílias. O nosso trabalho é difícil e, ao optar por essa profissão, sabemos que as questões sociais estão presentes em todos os ambientes da sociedade, mas, principalmente, naqueles onde há uma vulnerabilidade econômica. Eu escolhi essa profissão por me interessar muito por situações que as famílias e todo tipo de indivíduo se veem fragilizadas. Mesmo antes, sempre me senti provocado por essas demandas, e isso mesmo dentro da família, na rede de amigos. Então, é algo que acompanha a gente, a necessidade de fazer algo pelo próximo. E o serviço social me possibilitou as ferramentas necessárias, conhecimento histórico, político para conseguir me posicionar sempre”, afirma. 

Assistência na saúde 

Em Aracaju, são diversos os setores que trabalham com o auxílio desses profissionais, como é o caso da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Atualmente, a rede conta com quase 80 profissionais desta área em todo Sistema Único de Saúde (SUS) do município, onde a maioria trabalha no atendimento direto ao usuário. Além disso, esses profissionais também estão inseridos na equipe multidisciplinar do SUS, onde fazem a construção de cuidados compartilhados, observando como esse cuidado irá acontecer.

A coordenadora do Serviço Social na Rede de Atenção Primária, Sindaya Belfort, explica que as demandas do serviço na rede municipal de saúde são diversas, mas, geralmente, existem demandas de alguns que são mais frequentes. “Nós temos algumas coisas que chegam mais frequentemente, independente do setor. Muitas pessoas chegam com dificuldade de acesso a alguma política pública ou a algum benefício social. Por vezes, desconhecem qual é o fluxo, a forma de acesso ou até mesmo onde ter a assistência. Na equipe multidisciplinar, nós fazemos orientações, encaminhamentos para inserção em programas sociais e, a partir daí, se necessário, a gente faz a articulação com a rede de proteção social e também estamos dentro, no território onde o assistente social tiver alocado, das ações de promoção e prevenção, que aí são ações educativas”.  

De acordo com a coordenadora, a inserção de assistentes sociais na rede de saúde possibilita um olhar diferenciado da situação dos pacientes, o que influencia positivamente no tratamento de cada enfermidade. “Se formos pensar que temos um código de ética que faz a defesa dos direitos humanos, que trabalha pela consolidação da cidadania, do reconhecimento da liberdade e a questão também do respeito à diversidade, o olhar do assistente social dentro de um serviço de saúde é uma olhar mais ampliado, é um olhar que vai entender que o adoecimento daquela pessoa pode estar relacionado a alguma outra situação de onde aquela pessoa está inserida, pensando o conceito ampliado de saúde que, no caso, não é só estar doente, mas, também ter a falta de outros serviços que podem implicar no adoecimento. No nosso caso, temos um olhar expandido, vamos enxergar a pessoa que chega para além da queixa que ela traz, para além do adoecimento dela”, diz.