Ocupe a Praça realiza homenagem ao escultor sergipano Véio

Cultura
15/05/2019 23h10

Cícero Alves dos Santos, conhecido mundialmente como Véio, é um consagrado artista sergipano que ocupa uma posição singular na arte contemporânea. Em agradecimento à contribuição à cultura sergipana, a Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), por meio do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, realiza a primeira homenagem feita ao escultor no Estado. O encontro aconteceu na noite desta quarta-feira, 15, no Ocupe a Praça Internacional, que compreende uma das maiores atitudes feita por Véio, a de utilizar o seu talento como forma de preservação da memória do seu povo.

Natural de Nossa Senhora da Glória, Véio apresentou seu universo artístico aos admiradores presentes no encontro. O artista também falou a respeito da homenagem. “Apesar  de eu ter tido outras homenagens fora do país, eu sentia essa ausência do estado de fazer algo para que o sergipano conhecesse  os seus conterrâneos e os seus valores. Poder compartilhar um pouco de minha arte aqui na praça é ótimo, porque aqui existem pessoas que têm vontade e a intenção de participar. A praça é do povo e nós, artistas, precisamos de divulgação", afirmou Véio.
 
De forma expressiva, a sintonia entre o doutor em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rafael Alves, e Véio pode ser notada durante o Liquidifica Diálogos. O pesquisador conheceu o artista, em 2012, quando atuou na Fondation Cartier pour l’ art contemporain. Desde então, estabeleceu uma relação com Véio e compartilhou as experiências da trajetória e estudos feitos ao homenageado. “O Véio tem um importância no meio da arte, primeiro porque tem uma produção extremamente original, bastante reconhecida internacionalmente  pela potencialidade que tem e que continua a produzir. As obras deles têm impacto estético muito forte, mas também são registros do Nordeste. E em geral o reconhecimento que ele tem fora país vem de um problematização dessas categorias da arte por meio dos registros, figurações, nos apresentando um universo novo, sendo capaz de ligar passado, futuro e ajudando a gente entender outras formas de pensar o muito”, contextualiza Rafael.
 
A chef de cozinha Seichele Barboza e dona do ‘Bistrô Seu Sergipe’ relata que Véio agregou muito à sua vida. “Véio é esse guardião da cultura não só de Sergipe, mas a cultura do sertão. E por isso buscamos fazer essa convergência entre devorar o sertão e também respeitá-lo do jeito que ele é, sem modificá-lo.  É um convite para que possamos entender que o ato de alimentar e comer vai além, pois é atitude política e cultural”, contextualizou  Seichele. No evento a chef preparou um prato típico do sertão para a degustação. 
 
O aposentado Luiz Augusto Feitoza Ferraz  conheceu o trabalho de Véio na última exposição do artista no Itaú Cultural e se tornou um admirador e, mais tarde, amigo do artista. “É um  artista do mais alto nível. Ele ser conhecido internacionalmente não é nenhum favor, pois ele tem todos os méritos de um artista  universal", declarou Ferraz. 
 
Já Amadeu Neto teve sua primeira experiência com Véio no Projeto Ocupe a Praça Internacional. O ator contou um pouco sobre a sensação de participar e relação dos espaços públicos com forma propagação da arte. “É super importante a gente conhecer figuras assim, que, de uma certa forma, fazem acontecer e estimular a cultura do estado de Sergipe. Além da experiência de ocupar esses espaços públicos, pois é uma forma de a gente poder manifestar tudo que sente”, afirmou  Neto. 
 
Para finalizar a festa, a banda Naurêa, convidada pelo NPD, contagiou o público presente com um repertório agitado.