Prefeitura promove combate e redução da mortalidade materna através de comitê de prevenção

Saúde
27/05/2019 18h08

O dia 28 de maio é marcado pela celebração alusiva ao Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Neste sentido, a Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promove diversas ações para reduzir os óbitos de gestantes e puérperas. Uma delas é através das investigações realizadas pelo Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil.

A enfermeira da Rede de Sistema de Informação em Saúde (Resis), que também faz parte do Comitê, Ana Carolina Miranda, esclarece o que é considerado pela Saúde como mortalidade materna. "É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do período de 42 dias após o término dessa gravidez (puerpério). Toda mulher que estiver gestante ou que no seu puerpério vir a óbito por causas agravadas, ou ainda que estejam relacionadas diretamente à gravidez, consideramos como uma morte materna", explicou.

Segundo Ana Carolina, o óbito materno é considerado um indicador muito importante no Brasil e no mundo, porque remete às condições de vida da população e deve ser investigado tanto pelas comissões ou pelos comitês de óbitos que existem em todos os municípios. "Aracaju investiga 100% dos óbitos de ocorrência no nosso município, em todas as maternidades da capital, sejam públicas ou particulares, de residentes de Aracaju ou do interior do estado", informou Ana Carolina.

Para a técnica da SMS, este indicador é considerado um determinante importante das condições de vida, porque quanto mais educação, renda e melhor condição de vida da população, mais este indicador é reduzido. "No Brasil, é aceitável abaixo de 20 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Se formos olhar o mapa da mortalidade no mundo, percebemos que nos países com condições socioeconômicas baixas, essas taxas são maiores. Para reduzir a mortalidade materna precisamos pensar em determinantes que melhorem as condições de vida da população em geral", destacou.

Ações

A SMS, através do Programa Municipal de Saúde da Mulher e do Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil, tem trabalhado no fortalecimento de políticas públicas de humanização, no atendimento à gestante e à puérpera por meio da qualificação da assistência de todo período gestacional, tanto no âmbito da Rede de Atenção Primária (assistência ao pré-natal), quanto na Rede de Atenção Especializada (assistência do pré-natal de alto risco) e instituições hospitalares (assistência ao parto).

Para Ana Carolina, as qualificações já têm resultado em melhoria dos serviços através da redução das taxas de partos cesáreos. "Também com a instituição do Fórum Perinatal, que é um espaço de discussão colegiada com a participação de instituições e setores ligados à área, inclusive de universidades e sociedade civil, a SMS também tem uma cadeira no Conselho de Direitos da Mulher, local onde são discutidas estas temáticas e parcerias intersetoriais com grandes secretarias e eu destaco a Secretaria de Assistência Social que tem sido uma grande parceira trabalhando as temáticas da importância da qualidade da assistência do pré-natal nas ações dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras)", acrescentou.

A técnica reforça ainda que é importante que a mulher gestante inicie o pré-natal o mais cedo possível, porque quando se inicia o pré-natal no primeiro trimestre de gestação há condições de melhorar a qualidade e correções de possíveis patologias que possam interferir no adoecimento ou na morte dessa mulher durante a gestação ao parto.

"É importante chamar a atenção para o planejamento reprodutivo. Aqueles casais que desejam ficar grávidos precisam fazer o acompanhamento da saúde, fazer avaliações nos ambulatórios clínicos nas unidades de saúde para ver como está a condição de saúde para poder gestar, enfim, decidir pela gestação, e a importância do pré-natal do parceiro, a presença dessa parceria é mais um apoio de um sujeito dentro da família que possa identificar possíveis intercorrências e inclusive diminuir o tempo de risco dessa mulher quando ela apresenta alguma alteração nessa gravidez", disse .

Em algumas Unidades Básicas de Saúde, existem grupos de gestantes, que também atuam no fortalecimento da saúde materna. "O grupo de gestante é uma estratégia interessante porque lá se dão muitos esclarecimentos e muitas informações sobre este momento especial na vida de uma mulher. Enfim, a redução do óbito materno requer uma mobilização de diversos setores do nosso município", ressaltou.

Sobre o Comitê

O Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil da Resis é formado por dois enfermeiros, dois médicos, um estagiário e um profissional que faz trabalhos administrativos. O comitê faz investigações dos óbitos fetais, infantis, maternos com causas mal definidas e de mulheres em idade fértil de 10 a 49 anos.  

"Nós fazemos a investigação em todos os lugares que a pessoa percorreu, no caso de um óbito materno, por exemplo, investigamos o domicílio, o prontuário na unidade básica e na maternidade para fazer uma análise mais completa deste óbito. Identificamos onde aconteceram os nós com o objetivo de pensar estratégias para não ocorrer outras mortes, principalmente as evitáveis", esclareceu Ana Carolina.