Prefeitura faz alerta para a importância do Teste do Pezinho

Saúde
06/06/2019 14h44

Ter um filho saudável é o desejo de todos os pais, e para isso, é fundamental levar os bebês, logo após o nascimento, para fazer o Teste do Pezinho, que pode detectar, precocemente, doenças metabólicas, genéticas e infecciosas nos recém-nascidos. A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realiza o exame em 22 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, nesta quinta-feira, 6, Dia Nacional do Teste do Pezinho, a SMS faz um alerta para a sua importância.

O exame deve ser realizado, preferencialmente, do terceiro ao quinto dia de vida do recém-nascido, com limite máximo de até um mês após o nascimento da criança. Segundo a técnica do Programa Saúde da Criança do Adolescente e do Jovem (PSCAJ), Ana Elisabete Silva, os pais ou responsáveis precisam se conscientizar de que o Teste do Pezinho não é só um direito, mas também uma recomendação prescrita em lei e de extrema relevância para a saúde dos bebês.

Embora seja de suma importância, a técnica conta que, em 2018, no total, foram feitos 7.910 testes e, neste ano, de janeiro a maio, só foram realizados 2.535. O número é considerado baixo, já que, em média, por mês, nascem, em Aracaju, 750 bebês. "O Teste do Pezinho é realizado em 22 UBS e elas são porta aberta, ou seja, o bebê pode ser levado em qualquer uma das unidades, independente do bairro que os pais ou o responsáveis moram. Porém, infelizmente, a procura pelo exame não é tão grande como deveria. Então, precisamos alertar cada vez mais a população sobre a importância deste exame. O teste pode detectar doenças e começar precocemente o tratamento delas, há menos chance de sequelas", esclareceu. 

Ela ressalta ainda que, apesar de não ser o ideal, o teste pode ser feito também após um mês do nascimento do bebê. "Muitas pessoas acham que o teste só pode ser realizado até um mês do nascimento do bebê, mas não é. Ele pode ser feito, sim, depois desse período, no entanto, caso seja detectada alguma doença, o tratamento começará tardiamente, podendo ocorrer alterações neurológicas graves para a saúde da criança. Temos que trabalhar a prevenção e a promoção da saúde e, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor", afirma a técnica.

Conscientização

Consciente da importância do exame, a mãe Alice Santos Dias levou seu filho à UBS Geraldo Magela, para ele fazer o Teste do Pezinho. "Eu sei da importância do exame, por isso, trouxe logo ele à Unidade para fazer o teste. Quero sempre o melhor para ele e este cuidado é essencial logo nos primeiros dias de nascido”, disse.

No teste, é feito um furinho no pé do bebê e coletada uma pequena quantidade de sangue. O material é encaminhado ao Hospital Universitário (HU), onde é feita a análise. "O resultado sai, aproximadamente, em 30 dias, mas, se o exame der alterado, o hospital, em parceria com a SMS, faz uma busca ativa, ou seja, imediatamente entra em contato com a família da criança para comparecer ao HU e repetir a coleta. Daí a importância do contato e o endereço atualizado dos pais. Quando o bebê nasce na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes ou no Hospital Santa Isabel, e fica internado, o exame é realizado nas referidas instituições", explicou auxiliar de enfermagem da UBS Geraldo Magela, Tatiana Oliveira.

Para melhorar ainda mais o fluxo e a qualidade do teste, a SMS irá realizar, ainda neste ano, capacitações com os profissionais que trabalham nas UBS e que realizam o exame. Além disso, é preciso alertar a necessidade das mães serem informadas durante o pré-natal sobre a importância do exame do Teste do Pezinho.

Confira as doenças que podem ser detectadas com o exame:

•Fenilcetonúria: É uma doença genética caracterizada pela incapacidade de metabolizar a enzima fenilalanina-hidroxilase, responsável pela transformação do aminoácido fenilalanina em tirosina. A ausência de tirosina pode acarretar retardo mental.
•Hipotireoidismo congênito: doença que faz com que a glândula tireoide não seja capaz de produzir quantidade adequada de hormônios tireoidianos, o que deixa os processos metabólicos mais lentos. Uma das principais consequências é a retardação mental.
•Anemia falciforme: doença hereditária que altera a formação da hemoglobina, molécula responsável pelo transporte do oxigênio no sangue.
•Hiperplasia Adrenal Congênita: provoca uma deficiência na produção de hormônios pelas glândulas suprarrenais ou adrenais. Além disso, pode ocorrer desidratação, perda de sal no organismo e vômitos.
•Deficiência de biotionidase: é a falta da vitamina biotina no organismo. Sua deficiência resulta em convulsões, fraqueza muscular, queda de cabelo, surgimento de espinhas, acidez do sangue e baixa imunidade.