Centro Dia completa cinco anos de atenção a pessoas com deficiência

Agência Aracaju de Notícias
14/06/2019 08h30

O Centro de Referência Especializado para Pessoa com Deficiência (Centro Dia), unidade que pertence à Secretaria Municipal da Assistência Social da Prefeitura de Aracaju, completou cinco anos. É lá que pessoas portadoras de alguns tipos de deficiência e algumas síndromes são atendidas por uma equipe de educadores e cuidadores sociais. O objetivo é proporcionar a este público qualidade de vida, autonomia e independência para realizar tarefas do dia a dia. 

Localizado no bairro Pereira Lobo, região central da capital, o Centro Dia possui uma equipe composta por três educadores sociais e seis cuidadores, atende a 38 usuários entre 18 e 59 anos com deficiência visual, cognitiva, e física, e portadores de algumas síndromes, como Síndrome de Down e do Espectro Autista. Atividades simples relacionadas ao cotidiano são constantemente praticadas para estimulá-los a tomarem suas próprias decisões e evoluírem diariamente. 

“São atividades que possibilitem o ato de tomar água, escovar os dentes e forrar a cama, ou seja, atividades que proporcionem o mínimo de autonomia possível”, explicou a coordenadora do Centro Dia, Lidiane Vieira. 

É justamente com rara independência que os usuários são trazidos ao Centro Dia por equipes da Assistência Social, dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), do Conselho Tutelar de Aracaju ou quando os familiares batem na porta da unidade.

Uma usuária especial

Ana Paula da Silva foi levada para o Centro Dia por seu pai, Manoel Paulo da Silva, depois de passar por duas outras unidades. Mas, foi no Centro Dia que o aposentado viu Paulinha, como é chamada, se sentir melhor. “A Paulinha era muito agitada e nervosa antes de vir para cá. Mas, com o tempo e o cuidado dos funcionários, ela foi se acalmando e, hoje, ficou melhor”, contou Manoel. 

Ela completou 42 anos exatamente no dia do aniversário do Centro Dia e o acolhimento que recebeu quando chegou, aliado aos cuidados diários e repletos de carinho dos cuidadores e demais funcionários da unidade, foram traduzidos na felicidade que sentiu. 

“Eu gosto muito do Centro, das pessoas que trabalham aqui, porque cuidam bem da minha filha. Se eu a deixasse em casa, ela ficaria o tempo todo deitada, mas, aqui ela aprende e evolui muito”, afirmou Manoel. 

“Esse público é encantador. Você acha que vai ensinar, mas, somos nós que acabamos aprendendo. Aprendemos com a evolução deles, com os gestos de carinho, de simplicidade, de afeto. É muito gratificante acompanhar essa evolução”, revelou Lidiane Vieira.
 
Atividades realizadas e o papel dos educadores

A evolução faz parte da vida dos usuários e dos educadores. É no espaço multifuncional que as atividades são realizadas de forma dinâmica e divertida. Os utensílios que estimulam a independência e autonomia dos usuários são elaborados pelos próprios educadores. Eles são feitos de coisas que, muitas vezes, não se utiliza mais, como garrafa pet, pratos e talheres de plástico, palito de picolé, tampas de garrafas, entre outros. Eles são simples, mas levam os usuários a uma evolução tão necessária e objetivada pelos profissionais.

“As atividades realizadas com estes instrumentos simples trabalham os aspectos sensoriais e estimulam a concentração e a percepção. Aqui, tínhamos pessoas que não aceitavam um abraço, um beijo, um gesto de afeto, mas, no decorrer das atividades, conseguimos mudar isso. Agora, o grupo está mais coeso, o que é uma evolução muito significativa”, explicou a educadora social do Centro Dia, Maria Betania Cardoso Leão.

Há também atividades externas, como a visita dos usuários ao supermercado. Lá, eles são colocados diante de palavras e figuras que representam produtos existentes nas prateleiras do supermercado. Desta forma, são instigados a procurar o produto, compará-lo com a figura e trazê-lo para o carrinho de compras. Eles desenvolvem, assim, a autonomia e caminham para um processo de evolução, pois, superam as limitações de suas respectivas deficiências. Tudo de um jeito simples, divertido e gratificante para quem ajuda nessas conquistas.

“Me vejo como uma pessoa que está contribuindo. Me orgulho em saber que estou ajudando outra pessoa a evoluir, a elevar sua autoestima. Só o fato de fazer uma pessoa com deficiência se sentir feliz, ter o mínimo de qualidade de vida, criar nessa pessoa esperança, fazê-la ter vontade de fazer as coisas e acreditar que ela é capaz, me dá uma sensação fabulosa”, descreveu a educadora Maria Betania.