Arraial da Clemilda valoriza cultura local e agrada sergipanos e turistas

Cultura
28/06/2019 22h35

O Arraial da Clemilda homenageia uma das maiores intérpretes do forró brasileiro e, nesta sexta, 28, véspera de São Pedro, retomou a programação com atrações locais que expressaram a riqueza  da tradição e cultura sergipana. O Forró Caju 2019 é uma realização da Prefeitura de Aracaju com recursos próprios e patrocínio do Ministério do Turismo.

Na terceira noite do maior festejo junino da capital sergipana, forrozeiros lotaram a praça de eventos Hilton Lopes, entre os mercados centrais e, no Arraial da Clemilda, dançaram e se encantaram com o Grupo Samba de Coco do Mosqueiro, a famosa Quadrilha Unidos de Asa Branca e a musicalidade de Robertinho dos Oitos Baixos.

Logo do início, as estrofes das cantigas ditaram o ritmo e os passos do Samba de Coco da Barra dos Coqueiros. Fundado há mais de 50 anos, o grupo surgiu a partir da força da tradição da dança entre os moradores do município. A dança do grupo foi um dos aspectos a chamar a atenção de Maria Selma Silva, 61 anos, que se deixou levar pela intensa sintonia dos dançarinos. ”Eu amo forró! O que estiver relacionado ao São João pode me chamar e sobre o Samba de Coco é uma maravilha”, vibrou a sergipana que visita, pela primeira vez, o tradicional arraial do Forró Caju.

Uma das atrações mais esperada foi também a responsável por levantar a bandeira sergipana para o nordeste, a Quadrilha Unidos em Asa Branca, de Simão Dias, que apresentou ao público um festival de cores, brilho e tradição. Criado em 1980, o grupo de quadrilheiros transformou o palco Clemilda em campos de Girassóis. O mineiro Maurício Silveira de Ávila, 59, diz que é a primeira vez que participa dos festejos juninos em Aracaju. “Lutei muito para estar aqui, acompanhar o festejo e ver essa alegria, performance, o bom humor foi o que mais me contagiou, além de que preserva essa importante cultura”, disse.

A voz rouca e os dedos deslizantes do sanfoneiro Robertinho dos Oitos Baixos interpretaram canções conhecidas pelo público, como as de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. No Arraial, Robertinho não podia deixar de cantar e relembrar sucessos cantados por sua mãe, a rainha do forró Clemilda Ferreira da Silva, a mesma que dá nome ao Arraial do Forró Caju 2019. O músico é exemplo de uma geração que promove, há anos, o resgate dos hábitos da cultura do povo sergipano.

“Cada vez mais eu me sinto orgulhoso de estar no Arraial da Clemilda, tanto como filho quanto como músico, pois é gratificante para a gente que leva essa bandeira. Agradeço aos órgãos públicos que mantêm vivo o nome dela. Este evento abre espaço para ambos os gostos, esse é o papel da cultura e, sim, podemos manter o que é nosso”, comemorou.

O presidente da Funcaju, Cássio Murilo, reforça o verdadeiro sentido do Arraial da Clemilda. “Esse espaço surgiu com esse diferencial de resgate das  tradições populares e de ruas, então estão se apresentando neste palco, as quadrilhas, os brincantes, os folguedos, todos o grupos que têm relação direta com a nossa cultura popular. É sob essa perspectiva que a gente tenta manter a nossa tradição. Assim atingimos pelo menos duas dimensões da cultura, a simbólica que promove o resgate do que é nosso e, ao mesmo tempo, a inclusiva que é do povo”, afirmou.