Aulas da Emef José Airton de Andrade são transferidas e alunos contam com transporte especial

Agência Aracaju de Notícias
15/07/2019 16h25

Desde a última quarta-feira (10), 73 famílias, 215 pessoas, do Largo da Aparecida, no bairro Jabotiana, estão acolhidas pela Prefeitura de Aracaju no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Airton de Andrade até que a situação na localidade se normalize após as chuvas intensas. No entanto, a gestão municipal, mesmo suspendendo as aulas na Emef, não deixou os alunos da escola sem estudar, por isso, transferiu as aulas para a Emef Tancredo Neves, unidade já familiar para parte dos alunos da José Airton. 

A maior preocupação da Prefeitura é garantir a continuidade do ensino, principalmente diante de um momento em que toda a atenção deve ser dada de forma a acolher as famílias e crianças prejudicadas devido à cheia do Rio Poxim. 

“Nosso objetivo é garantir os 200 dias letivos, um direito de toda criança. A descontinuidade das aulas causaria prejuízos à aprendizagem, então, a razão da transferência para a Tancredo Neves é fazer com que a descontinuidade não ocorra, que as crianças continuem a ter aulas e, até que a situação seja resolvida, elas tenham o acesso à educação garantido”, ressaltou a secretária municipal da Educação, Cecília Leite. 

Além de transferir as aulas para não prejudicar o ritmo de aprendizagem, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), providenciou um ônibus escolar para, todos os dias, fazer o transporte de ida e volta à Emef Tancredo Neves das crianças que estudam na Emef José Airton e estão abrigadas nesta unidade de ensino. Assim, às 6h30, o ônibus pega os alunos e retorna às 12h. No turno da tarde, o veículo chega às 12h30 e retorna no final da tarde. Os 106 alunos da José Airton de Menezes podem contar com o transporte. 

“Fizemos um mapeamento para identificar a escola mais próxima que tivesse espaço disponível para receber essas crianças. A Emef Tancredo Neves tem toda a estrutura de espaço, merenda e transporte escolar, portanto, todo o aparato necessário para receber esses alunos que, além de continuidade do ensino, precisam de acolhida emocional”, destacou a secretária. 

A Emef José Airton de Andrade foi entregue à comunidade totalmente reformada em maio deste ano e, um detalhe importante para a escolha da Tancredo Neves é que esta era a escola em que os alunos estudavam antes da reforma da primeira ser entregue. “Esses alunos não estão indo para um ambiente desconhecido. Os pais já sabem como e onde a escola funciona, os alunos já são conhecidos, em sua maioria, o que facilita o vínculo e não provoca resistência. Pensamos em tudo isso para dar o máximo de conforto e acolhimento a essas crianças e tranquilidade aos seus pais”, afirmou Cecília Leite. 

A medida agradou Elienai Santos. “Precisávamos de um lugar para ficar, mas, muitos pais ficaram se perguntando onde os filhos iriam estudar e tudo foi resolvido. Tenho dois filhos que estudam na José Airton e eles podem ir tranquilos no ônibus para a outra unidade escolar. Mesmo que a gente esteja passando um momento difícil, digo a eles sempre que não podem parar de estudar. Eu sou analfabeta, mas, não quero que meus filhos também sejam, pelo contrário. Sempre falo que a educação é o que faz um ser humano melhor, então, eles não perdem aula e fiquei muito satisfeita com o que a Prefeitura fez”, contou. 

Como a maioria das famílias perdeu muitos bens materiais na enchente, como roupas, a secretária da Educação frisou que os pais não devem se preocupar com as vestimentas dos filhos ou mesmo material escolar. “A criança pode ir para a escola sem a farda e os pais só precisam comunicar à diretoria da unidade e providenciaremos o fardamento, assim como o material escolar. Não há de faltar nada a esses alunos”, garantiu.

A notícia tranquilizou Gilvaneia Pereira. “Nesta segunda, meu filho não foi para a escola porque estava sem a calça que perdeu na enchente. Quando soube que eu não precisava me preocupar com isso, fiquei aliviada porque não quero que ele perca aula. Agora, ele já vai voltar a estudar”, disse.