Prefeitura de Aracaju integra conferência de direitos da pessoa idosa

Agência Aracaju de Notícias
16/07/2019 18h03

Desta terça-feira, 16, até a próxima quinta, 18, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio das secretarias municipais da Assistência Social e da Educação (Semed), em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, realiza a Conferência Municipal dos Direitos da 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. Com o tema “Os Desafios de Envelhecer no Século XXI e o Papel das Políticas Públicas”, o evento foi aberto no Teatro Atheneu e contou com representantes de diversas secretarias e órgãos da gestão municipal e de entidades ligadas à pessoa idosa.

Pensar políticas públicas com vistas no envelhecimento é, sobretudo, trabalhar pela construção de uma cidade benéfica para seus moradores, independente da idade ou fase da vida, por isso, como espaço para discussões, as conferências são momentos importantes de reflexão conjunta.

O secretário municipal da Assistência Social, Antônio Bittencourt, destaca o olhar da Prefeitura de Aracaju para com a pessoa idosa. “Envelhecer é um privilégio. Dentro do universo público, construir políticas que visem humanizar cada vez mais as cidades nessa perspectiva, que amplie a acessibilidade e crie espaços, não só de natureza física, mas, do ponto de vista lúdico, do educacional, inclusive, de mercado, já que existe um seguimento de idosos com capacidade intelectual, experiência profissional, capacidade produtiva muito intensa e que pode colaborar muito, tanto no poder público como na iniciativa privada para que a engrenagem da nossa sociedade continue funcionando”, afirmou.

Para Bittencourt, existem dois polos de extrema importância na construção da sociedade, a criança e o idoso. “Precisamos tratar do momento inicial, que forma a pessoa humana, o cidadão, a formação educacional, e o momento da nossa maturidade, em que precisamos tratar bem e aproveitar essas experiências e que outras gerações possam seguir exemplos positivos. Ter idosos bem tratados também é uma referência da qualidade de vida que a cidade possui como um todo. Se formos traçar um histórico de não muito tempo atrás, um homem de 50 anos era considerado alguém na escala das incapacidades. Hoje, com mais de 60 anos, muitos estão fisicamente, intelectualmente, fazendo muita coisa. Precisamos potencializar isso, com ações nas áreas da cultura, da assistência, da educação, da saúde, ou seja, onde o poder público estiver inserido”, reforçou.

As conferências municipais dos direitos da pessoa idosa acontecem a cada quatro anos e, segundo a presidente do Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos, eleita para o biênio 2018-2020 e destituída por meio de decreto de junho de 2019, Maria Lúcia Secoti Felizola, o evento deste ano foi construído com base em quatro eixos.

“O primeiro é dos direitos fundamentais para que a população amplie o seu olhar neste sentido e para que a pessoa entenda e o poder público comece a trabalhar em outras linhas da assistência e da saúde, na compreensão de que o envelhecimento, mais do que um desafio, é uma conquista. O segundo eixo é o da educação porque, nós como conselho nacional, entendemos que a educação é o que vai nortear toda a emancipação humana, toda a construção de uma política pública se vai pela educação. O terceiro é a violação de direitos por ser uma das coisas que temos visto constantemente. Trouxemos este eixo porque sem garantia de direitos, sem políticas públicas, a violação de direitos ou persiste ou tende a crescer. O quarto eixo é uma reflexão sobre os conselhos, saber como estão, como estão se desenvolvendo. Por todas essas reflexões, as conferências são essenciais, elas ajudam na construção das políticas públicas. Precisamos nos ater que o idoso não é apenas uma pessoa que envelhece, é um cidadão que envelhece”, pontuou.

A programação da conferência vai contar com diversas apresentações artísticas e intensas rodas de conversa para pontuar os principais aspectos das discussões.

Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, Maria José Silva Matos, a Prefeitura de Aracaju tem exercido o seu papel na colaboração junto às entidades. “É importante pensarmos que política pública é pensada por todos, é uma construção coletiva. A gestão municipal tem estado presente em diversos aspectos e isso é fundamental. Com o lançamento do projeto, estaremos ainda mais confiantes que podemos trilhar um caminho de mais conscientização”, ressaltou.

O projeto a que Maria José se referiu é o “Andantes: a educação como forma de disseminar o respeito à pessoa idosa”, a ser desenvolvido em todas as escolas da rede municipal e nos Centros de Referência e Assistência Social (Cras).  

“Temos uma Coordenação de Educação e Arte que tem um grupo trabalhando o tema de violência contra o idoso. Estamos desenvolvendo várias peças de teatro e vamos a todas as escolas, todos os Cras, levando a temática e discutindo com alunos e professores. Esse projeto vai começar de imediato. É preciso formar uma geração que tenha a cultura da não violência, da não violência contra a mulher, da não violência contra a pessoa idosa, da não violência contra a pessoa negra. É preciso respeitar a diversidade existente na sociedade contemporânea. Precisamos pensar em que geração queremos formar, a que vai reproduzir a violência ou a que vai combater e não ser multiplicadora desta”, salientou a secretária municipal da Educação, Cecília Leite.

Desde 2006, dono Junquila Menezes, de 81 anos, participa de um grupo de idosos do conjunto Augusto Franco. Ela se apresentou numa coreografia de dança, mas, não deixou de destacar a necessidade de se realizar conferências. “A gente sempre precisa pensar no que pode melhorar. Não é porque somos idosos que devemos deixar de pensar em melhorar. Eu mesma só aprendi a sorrir mais depois que entrei no grupo, então, penso que podemos, sim, ter o melhor. Essas conferências ajudam a gente e refletir em grupo e sempre sai boas ideias para todo mundo”, disse.

Assim como Junquila, dona Maria Dalva Santos, de 72 anos, também participa de um grupo de idosos. “Há 15 anos mudei minha vida e, por isso, acredito que a fase idosa não pode ser pensada como o fim da vida. Precisamos estar juntos para melhorar o que é oferecido para o cidadão, independente da idade, por isso, essas conferências são sempre muito válidas”, acrescentou.