Liquidifica Diálogos estreia com discussão sobre universo feminino na cultura hip hop

Cultura
31/07/2019 22h30

O Projeto Liquidifica Diálogos, uma realização do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, equipamento da Prefeitura de Aracaju, vinculado à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), promoveu sua primeira edição nesta quarta-feira, 31, dentro da programação da II Semana do Hip Hop e Dia Municipal do Reggae, evento realizado pela Nação Hip Hop Brasil e Casa das Áfricas, em parceria com a gestão municipal da capital sergipana.

Coordenadora do NPD, Graziele Ferreira destacou a novidade do projeto. “Hoje acontece a estreia do Liquidifica Diálogos, pensado para momentos como a II Semana do Hip Hop, para reforçar a proposta central do Núcleo, que é contribuir com a formação de temáticas para o audiovisual sergipano. Então, a cada Liquidifica abordaremos temáticas que servem como conteúdo para a produção audiovisual sergipana”, explicou.

A voz potente de Anne Souza e os gestos expressivos de sua poesia “Negalê” fizeram a abetura do Liquidifica e deram início ao terceiro dia de programação da II Semana do Hip Hop e Dia Municipal do Reggae. Presidente da Funcaju, Cassio Murilo ressaltou a posição forte das mulheres na corrente do Hip Hop.

“Vim para mostrar que a Funcaju está presente junto a esses movimentos periféricos e, para isso, tem estabelecido parcerias e desenvolvido ações intersetoriais. A Funcaju acredita nisso como produção de política pública. E, por fim, deixar claro que o espaço hoje é das mulheres”, frisou  Cássio.

A co-fundadora da Flow Minas Crew, Jhully Souza, compartilhou um pouco da sua trajetória no Hip Hop com o público presente ao Liquidifica. “É muito enriquecedor falar sobre minha trajetória no hip hop, e principalmente por ser mulher dentro desse gênero. A maioria das pessoas pensam que somos coadjuvantes, mas na verdade participamos desde a produção até os palcos, com a finalidade de ensinar a cultura e compartilhar sobre o feminismo. Isso tudo é extremamente importante, pois agrega valor tanto para mim quanto para o público presente”, afirmou a militante do movimento estudantil, negro e feminista.

Durante o encontro foram dedicados espaço exatamente para elas, só que que no formato fundido da imagem e som. O “Programa Periferia: Mulheres na Luta” produzido pelas ‘minas’ apresentou ao público a potencialidade e realizações do feminino na cultura Hip Hop. A artista sergipana Emanuele Caiane, mais conhecida por Manu MC, agradeceu pela homenagem e tratou sobre como a documentação dessas histórias fortalece as mulheres envolvidas no movimento hip hop.

“Hoje até consideramos a produção, de modo geral, como quinto elemento do Hip Hop, porque as mulheres voltadas ao audiovisual e à comunicação que geralmente se encontram nesse processo de criação utiliza-se de seus talentos para as realizações, bem como somam forças, trocam ideias e assim torna essa parte como um dos principais instrumentos para as pessoas que não têm acesso”, explicou ela.

No evento, as B-girls Arianne Passos e Pérola Negra expressam sua arte através da dança e da fala. E, por fim, aconteceu um ‘Pocket Show’ com a Negratcha MC. De maneira excêntrica, ela marcou presença na roda de conversa e mostrou ao público o motivo de estar há 20 anos dentro da corrente musical.

“Esse momento foi um presente por eu estar compartilhando com outras mulheres essa sensação, inclusive com a minha filha, e assim eu só tenho agradecer, porque foi muito forte o que sentir aqui!”, revelou entusiasmada.