Programa Praia Limpa alerta estabelecimentos da Orla da Atalaia sobre uso dos canudos plásticos

Agência Aracaju de Notícias
09/08/2019 18h05

Aproveitando a aproximação do final de semana, quando as praias e cartões postais da cidade ficam mais movimentados, a equipe da Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), realizou, na manhã desta sexta-feira, 9, uma ação do programa Praia Limpa voltada, especificamente, para conscientizar representantes dos estabelecimentos comerciais da Orla da Atalaia para a lei 5.203/19, que proíbe o fornecimento de canudos.

Apesar de ainda não estar totalmente regulamentada, tendo a Prefeitura de Aracaju o prazo de 180 dias para tal regulamentação (contado do dia 11 de junho, quando foi sancionada a lei), a gestão municipal, por meio de ações como a do Praia Limpa, já está reforçando as principais especificidades da legislação.

De acordo com a lei, fica proibido o fornecimento de canudos em hotéis, restaurantes, bares, padarias, casas noturnas, salões de dança e outros estabelecimentos comerciais. A lei também se aplica a vendedores ambulantes.

“Nossa orientação é a de que os estabelecimentos passem a fornecer canudos em papel reciclável, material comestível ou biodegradável, embalados individualmente, assim, eliminando totalmente os canudos de plástico. Esse trabalho de conscientização e reforço da lei vai acontecer de forma periódica, sempre em consonância com o programa Praia Limpas, que é realizado durante todo o ano, desde 2017”, frisou o técnico ambiental da Sema, Davi Santos de Souza.

Alvos de muitas críticas e polêmicas, as medidas adotadas para extinguir o uso dos canudos plásticos por todo o mundo têm proposta baseada em estudos. “É claro que o canudo de plástico não é o maior vilão do planeta, mas, precisamos começar de algum ponto. Com a conscientização para eliminar o uso deles será mais viável para alertamos sobre a utilização do plástico de maneira mais ampla. O importante é frisarmos que o canudo não é qualquer coisa”, destacou Davi.

De acordo com um levantamento realizado pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza), com números do Banco Mundial, o Brasil é o quarto país que mais produz plástico no mundo, com 11,355 milhões de toneladas, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Portanto, a grande expectativa dos ativistas é que, ao alertar para a discussão dos canudos plásticos, os consumidores se conscientizem e deixem de utilizar outros materiais de uso único, como sacolas e garrafas - que são responsáveis por índices de poluição maiores.

No restaurante de Felipe Bendocchi, a eliminação dos canudos plásticos está sendo feita de forma gradativa. “Se é lei, temos que cumprir. Além disso, a iniciativa de combater os canudos plásticos veio de quem estuda, analisa os impactos, ou seja, de quem sabe o que diz. Por isso, se é para reduzir esses impactos, vamos trabalhar para isso. Praticamente não usamos mais os canudos de plástico e os que ainda existem por aqui já estão sendo substituídos pelos biodegradáveis”, afirmou o empresário.

No estabelecimento em que Danilo Jesus trabalha já não existe os canudos de plásticos. O bar instalado na Orla da Atalaia há cerca de quatro meses já abriu as portas sem fazer uso do material. “Os donos do bar já tinham conhecimento do processo da lei e já se adiantaram. Acredito que seja uma atitude muito importante já que precisamos pensar mais no futuro que teremos”, reforçou.

Para Charles Lopes, funcionário de um hotel, quanto mais conscientização, melhor. “Nunca utilizamos muito esses canudos plásticos, mas, é importante conscientizar porque não se trata só dos canudos. Sabemos do mal que o plástico causa ao meio ambiente e precisamos pensar mais sobre isso. Acho muito válida essa ação da Prefeitura”, pontuou.