Escolas municipais trabalham lições sobre o Aedes aegypti durante todo o ano letivo

Agência Aracaju de Notícias
12/08/2019 09h49

Durante todo o ano, a Prefeitura de Aracaju desenvolve ações preventivas de combate ao Aedes aegypti, sobretudo nos períodos em que o mosquito se prolifera mais rápido. Conscientizar a população é um dos eixos de atuação da atual gestão municipal e, neste sentido, a noção dos riscos oferecidos pelo mosquito deve ser fomentada desde cedo. Assim, as escolas da rede municipal de ensino possuem projetos voltados para a temática e que têm como um dos objetivos, além da conscientização dos pequenos, fazer com que os alunos sejam multiplicadores de boas ações.

De forma intersetorial, as escolas contam com o suporte de equipes do Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed). Conteúdos e materiais informativos são distribuídos nas escolas e, dentro do cronograma de aulas das próprias escolas, assuntos são debatidos e esmiuçados em sala de aula.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Papa João Paulo II, localizada no bairro Santa Maria, o tema foi abordado em uma peça teatral desenvolvida por alunos de 3 a 5 anos de idade. Na história contada, uma dona de casa e sua filha, representadas por duas professoras, moram numa casa cujo quintal não recebe os cuidados necessários para afastar o risco de servir como criadouro para o mosquito. Parte dos alunos são os mosquitos que se proliferam e são combatidos por agentes de endemias, estes representados pela outra parte dos alunos.

A peça, no entanto, é apenas a culminância do processo de aprendizagem. “Durante todo o ano, realizamos atividades voltadas para o tema, mas, neste ano, nos empenhamos ainda mais porque tivemos alguns casos de crianças com dengue na escola. Nosso trabalho é conscientizar porque crianças são multiplicadoras. Dentro da sala de aula os professores desenvolveram muitas atividades, entre elas cartazes, palavras cruzadas, entre outras, para que os alunos pudessem aprender mais sobre o mosquito, como ele se reproduz, o que fazer para combatê-lo e quais as doenças, sintomas e tratamentos. Fizemos muitos materiais para que eles pudessem levar para casa também e, assim, passar o assunto para os pais”, detalhou a diretora da unidade, Silvana Silva.

No bairro São Conrado, os alunos da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Professora Áurea Melo Zamor, participam de todo o processo, inclusive na conscientização da comunidade local. “Todos os dias, na chegada dos alunos à escola, trabalhamos com música para despertá-los para o assunto. Além disso, durante todo o ano, realizamos peças de teatro, algumas experiências de campo e fazemos panfletagem por algumas ruas do bairro, principalmente em dia de feira, para que os alunos possam chamar a atenção dos adultos para o assunto. Partimos de atividades sequenciadas para que eles vivenciem todo o processo”, explica a coordenadora pedagógica da escola, Magna Conceição Santana.

Também na unidade escolar, os alunos de 3 a 5 anos aprenderam a fazer um repelente, mais um forma de transmitir o conteúdo. “Vi a receita e decidi aplicar com os alunos. Comecei explicando o que é repelente, para que serve, mostrei os ingredientes (álcool, cravo e óleo corporal) e ensinei como fazer o produto. Muitos dos alunos ensinaram os pais a fazer o repelente, inclusive. Trabalhamos também com o recolhimento de lixo na rua e usamos os materiais para confeccionar objetos que são utilizados em aula, como o mosquito que eles fizeram”, explica a professora Sandra Beijour.

No mesmo bairro, a Emef Arthur Bispo do Rosário intensifica as ações logo após os períodos de chuva. “Fizemos um passeio pela escola para averiguar o que os locais que poderiam acumular água, recolhemos lixo, e tudo o que poderia servir como criadouro do mosquito. Na recepção de cada dia de aula, abordamos o tema que já trabalhamos durante as aulas o ano todo. Para fechar os trabalhos do semestre, o mosquito (representado por uma aluna) veio à escola fazer uma visita [metaforicamente], mas, ele não ficou porque não tem lugar para ele. Nosso objetivo é mostrar que o mosquito também não pode ter vez na casa dos alunos, por isso, trabalhamos a conscientização com eles”, ressalta a coordenadora pedagógica da escola, Graziele Feitosa.