No Dia Internacional da Juventude, Patrulha Maria da Penha debate com jovens sobre violência contra a mulher

Defesa Social e Cidadania
12/08/2019 19h59

Desde 1999, por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), em 12 de Agosto é celebrado o Dia Internacional da Juventude, um momento especial para a conscientização dos jovens sobre temas pertinentes. Como parte da programação da data, a Prefeitura de Aracaju promoveu, na tarde desta segunda-feira, 12, uma ação intersetorial no Colégio Estadual Paulo Freire, no bairro Industrial, coordenada pela Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (SEJESP), com palestras e atividades lúdicas para o público jovem.

O evento contou com a participação da Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), por meio da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), que, com a equipe da Patrulha Maria da Penha, levou aos jovens o debate sobre violência contra a mulher. Participaram também da ação a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a Fundação Municipal de Formação Para o Trabalho (Fundat).

O tema foi debatido por meio de palestra e exposição do “violentômetro”, instrumento informativo que mostra os vários níveis existentes da violência contra a mulher, anteriores ao feminicídio. De acordo com coordenadora da Patrulha Maria da Penha, D. Oliveira, a ação faz parte também da programação do Agosto Lilás, campanha de combate à violência contra a mulher. “Trabalhamos o aspecto da prevenção da violência contra meninas e mulheres, mostrando como um crime de maior porte, como o feminicídio, acaba dando sinalizações anteriores”, explica a guarda.

Ainda segundo D. Oliveira, a prevenção contra o problema deve ser realizada desde cedo. “Como é para um público jovem, trabalhamos também a questão do relacionamento abusivo. Como identificar, como e em que momento agir, como buscar uma denúncia. Estamos fazendo esse diálogo com meninos e meninas, tentando trazer a reflexão sobre a responsabilidade de cada um”, aponta a coordenadora.

Além disso, os jovens também receberam informações atualizadas sobre a Lei Maria da Penha, principal ferramenta de combate ao crime contra a mulher no Brasil, e também os contatos dos órgãos de segurança pública aos quais recorrer, caso necessário. “Caso eles não estejam vivendo a violência, mas estejam convivendo com ela, observando isso em algum local de vivência deles, é importante que eles possam saber como agir, como ajudar”, considera D. Oliveira.

No evento, além dessa atividade, os jovens foram contemplados por ações dos demais órgãos da administração municipal. De acordo com o Diretor de Juventude da SEJESP, Francisco Albuquerque, o objetivo principal da ação intersetorial é a inclusão do jovem no mercado de trabalho, da qual a prevenção da violência faz parte.

“A Guarda Municipal, juntamente ao Conselho Municipal do Direito da Mulher, faz esse debate de prevenção, para mostrarmos à população que a Guarda e a Polícia não são apenas aparelhos opressores do Estado. O primeiro ponto que devemos agir é pelo debate, pela educação, pela capacitação e prevenção, que também faz parte da política pública de segurança”, explica o diretor.

Também de acordo com o diretor, o evento contou com a participação da Fundat, que levou o debate sobre a capacitação para o mercado de trabalho. “Foi ensinado como se comportar na entrevista de emprego, como confeccionar seu próprio currículo”, aponta Francisco. Já a SMTT trabalhou, por meio de uma peça teatral do Grupo Cones, a temática do trânsito seguro. O evento contou ainda com o apoio da empresa Viação Atalaia, que disponibiliza vagas no programa Jovem Aprendiz.

A estudante F. S. foi uma das jovens contempladas pela atividade. A adolescente conta que, além da possibilidade de cadastro de currículo, o que a motivou a participar da ação foi seu interesse pela temática da violência contra a mulher.

"Falar da Patrulha, sobre violência contra a mulher, foi maravilhoso, porque, hoje em dia, a violência só aumenta. As mulheres, sabendo dessa atuação da Patrulha, vão ter um pouco mais de segurança e vontade para denunciar. Quando sabemos que tem alguém para nos defender, que vamos estar resguardadas, é  como uma mão para segurarmos em um momento difícil", afirma a estudante, que demonstrou satisfação em participar do evento.