Prefeitura de Aracaju inicia formação para cuidadores da Educação Especial

Educação
13/08/2019 13h06

Na rede municipal de ensino de Aracaju, a Educação Inclusiva recebe uma atenção especial. Dentro desta dinâmica, os cuidadores são profissionais essenciais que auxiliam os alunos com limitações físicas ou intelectuais, garantindo o processo de ensino aprendizagem. E pensando em qualificar ainda mais o trabalho destes profissionais, a Prefeitura de Aracaju iniciou nesta terça-feira, 13, mais uma formação para mais de 100 cuidadores. Os encontros acontecem no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, no bairro Siqueira Campos, e é traduzido, simultaneamente, para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Durante seis encontros, que serão realizados até o próximo dia 22, os profissionais de apoio da Educação Especial participarão de atividades e vivências que contribuirão para o trabalho diário dentro das instituições de ensino. “A palavra cuidador tem um significado muito forte e importante, que é de apoiar, de estar ao lado, de cuidar. Estes são profissionais extremamente importantes para a Educação Inclusiva em todo o país e foi um desafio trazê-los de volta para a estrutura da rede municipal de ensino. Agora, temos o dever de oferecer estas qualificações para que seja melhorado, a cada dia, o atendimento ao público-alvo da Educação Especial”, destaca a secretária municipal da Educação, Maria Cecília Leite.

A formação é uma iniciativa da Coordenação de Educação Especial (Coesp), da Secretaria Municipal da Educação (Semed), responsável pelas políticas de inclusão na rede municipal de ensino de Aracaju. Na palestra de abertura, o tema abordado foi ‘A Educação Inclusiva e o trabalho do profissional de apoio’, debatendo sobre as atribuições destes profissionais. Durante a formação, outros temas serão abordados, como primeiros socorros, saúde mental, autonomia do aluno com limitações e mediação de conflitos. Esta é a terceira formação para cuidadores ofertada pela Semed. 

“No dia a dia, vamos percebendo pontos que precisam ser melhor trabalhados e, a partir deles, elaboramos os temas dos debates. A inclusão é um processo constante, cada criança demanda uma atenção diferente. Por mais preparados que estejamos, não conseguimos prever todas as necessidades que podem surgir, por isso essa capacitação foi pensada a partir do que vemos nas rotinas das escolas. Nas atividades deste curso, pensamos no cuidado humano com esses profissionais, com boas vindas, dinâmicas de grupo e também o momento dessa transmissão e troca de conhecimento”, explica a coordenadora da Coesp, Thaísa Aragão. Também participam da formação interpretes e instrutores de Libras.

Atualmente, a rede municipal de ensino de Aracaju possui cerca de 600 alunos com necessidades especiais matriculados. Entre os diagnósticos, se apresentam deficiência intelectual, transtorno do espectro autismo, deficiências auditiva e visual, entre outros. A cuidadora Anaceli Pereira acompanha, atualmente, dois alunos com autismo na Emef José Conrado de Araújo. Ela conta que, apesar da sua experiência, a participação nesta formação é importante para aprimorar o seu trabalho. 

“Nem todas as pessoas com deficiência são iguais. Esses encontros são extremamente válidos porque a gente entende que cada sujeito é único e isso vem para nos ajudar a sanar as dúvidas que surgem, vem para nos aprimorar e agregar conhecimento”, conta. O cuidador Diego Paulo Sátiro, que trabalha na Emef João Paulo II, compartilha da mesma opinião. “Em dois anos com cuidador, eu tive o prazer de trabalhar com uma gama de alunos, desde cadeirantes a deficientes visuais e com múltiplas deficiências. Essas crianças nunca chegam na escola da mesma forma, então, cada dia é um dia diferente. Temos que nos adaptar a isso e é importante esta capacitação pois nos dá uma sensação de apoio, de que temos alguém para mostrar nossas singularidades e pluralidades. É muito bom saber que temos esse apoio da Prefeitura para nos atualizar e nos dar voz”, enfatiza. 

Para a realização desta formação, a Semed contou com o apoio de alguns parceiros, como a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Mesmo que o diagnóstico seja o mesmo, as crianças são diferentes uma das outras e cada uma que chega se apresenta de uma maneira muito única. É importante que o cuidador esteja preparado para isso, para todas essas possibilidades”, conclui Thaísa.