Oficinas ofertadas pela Prefeitura nos Cras têm transformado a vida de crianças e idosos na capital

Agência Aracaju de Notícias
16/08/2019 04h59

Por intermédio da Secretaria Municipal da Assistência Social, a Prefeitura de Aracaju oferece oficinas socioeducativas para crianças, jovens, adolescentes e idosos nos 16 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital. Com caráter preventivo e proativo, as oficinas objetivam fortalecer os vínculos sociais e comunitários entre essas pessoas.

As atividades são promovidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), um serviço da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (Suas), regulamentado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS nº 109/2009), ordenado em 2013 através da Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social nº01/2013.

“O serviço de oficinas é complementar ao trabalho social já feito por todos os Cras de Aracaju com as famílias da capital. Elas proporcionam vivências de arte, cultura, esporte e lazer. Essas oficinas são muito importantes porque são estratégias a partir das quais conseguimos o nosso objetivo rapidamente”, explica a gerente do SCFV da Assistência Social, Karine Aldrey de Oliveira Santos.

Oficina de bordado

Pano, linha e agulha. Esses são os três componentes necessários para se fazer um bordado. Mas no Cras Carlos Hadman, no bairro Soledade, eles fazem a alegria de 13 senhoras com média de 60 anos idade. A oficina de bordado acontece todas as tardes de segunda-feira, das 14h às 16h, e as senhoras estão muito engajadas nas aulas que tem transformado suas vidas.

“Como sofro de ansiedade, a psicóloga indicou que fizesse uma terapia ocupacional. E o melhor tratamento que encontrei foi essa oficina de bordado, porque aqui nós interagimos umas com as outras. Estou amando esse curso porque é uma maneira de aprender mais e conhecer coisas novas”, afirma a pensionista Gilenilda Maciel Oliveira.

A aposentada Maria Madalena Nunes Santos destaca que o curso mudou a sua vida e ajudou a se comunicar melhor com as pessoas, dado o contato semanal mantido com as colegas de atividade. “As aulas de bordado são maravilhosas e o curso é uma terapia para mim. Com esse aprendizado vou poder costurar e bordar meus próprios desenhos”, salienta.

“Gosto muito dessa oficina e a cada aula sinto que aprendo mais. Um curso como esse ajuda a levantar o nosso astral, nossa autoestima, aprendemos muito, enfim. Aqui já fiz muitas amizades e criei vínculos com as outras senhoras. Vou colocar em prática tudo o que aprendi para presentear as pessoas que amo”, planeja a aposentada Josefa Maria de Souza.

Ver suas alunas empenhadas com a oficina de bordado desperta orgulho na oficineira Miralda Santos Andrade, que está sempre ao lado das aprendizes, acompanhando o desempenho e dando incentivo. “Aqui as aulas são tranquilas e o bordado faz com as idosas esqueçam os problemas e as dificuldades. É tanto que quando a aula acaba elas já ficam na expectativa para vir para a aula da semana seguinte. Tenho alunas bem engajadas que já trouxeram, inclusive, toalhas e lençóis que elas mesmas fizeram o desenho e o bordou. Então vendo e vivendo isso, me sinto realizada e com vontade de me doar mais, fazer mais e ensinar mais”, afirma a oficineira.

Oficina de balé

No Cras do bairro Santa Maria, a oficina de balé tem conquistado as crianças da comunidade. Em uma sala do Centro de Referência meninos e meninas descobrem nessa dança de origem italiana uma forma de superar desafios. “O que mais percebo nos meus alunos é a evolução e superação dos seus próprios limites físicos e emocionais. No final de cada aula eles percebem o quanto aprenderam, porque um tipo de arte como o balé requer disciplina e isso tem influenciado positivamente na vida delas, por exemplo, no desempenho escolar. Aqui temos casos de crianças que passam por problemas sociais sérios, mas com o balé conseguimos reverter essa situação levando um pouco de felicidade para elas e elevando a autoestima”, explica a oficineira Vanessa Junqueira.

As aulas começam com um aquecimento corporal leve ao som de músicas infantis. Em seguida as crianças realizam passos que trabalham a flexibilidade do corpo. No final, a reverência e o agradecimento encerram cada dia de oficina. As aulas se aproximam do balé russo, o que alegra as crianças.

“As aulas são muito divertidas e aprendo muito com a tia Vanessa. O passo que mais gosto de fazer é o da borboleta. Primeiro a professora faz e depois nós fazemos como ela nos mostrou. Me divirto muito”, afirma Adriene Muniz Santos, de 9 anos.

“Sempre gostei de dançar balé. Estudava de manhã e pedi para minha mãe me colocar no balé a tarde. As aulas são legais e gosto muito de fazer o giro na ponta do pé”, afirma Marcos Miguel Dantas, de 7 anos.