Preparação para o Desfile Cívico movimenta escolas da Rede Municipal de Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
19/08/2019 17h13

A data se aproxima e com ela a ansiedade de diretores, professores e alunos das escolas municipais da capital sergipana. No dia 1º de setembro, a rua Bahia, localizada no bairro Siqueira Campos, dará espaço ao tradicional Desfile Cívico Estudantil. Durante os dias que antecedem a data, o que se vê nas quadras das instituições de ensino são ensaios. A turma capricha para abrilhantar o evento, uma realização da Prefeitura de Aracaju.
 
Na Escola de Ensino Fundamental (Emef) Oviêdo Teixeira, situada no bairro Olaria, os alunos se concentram para não perder o ritmo. O regente instrutor, Nailson Meireles, observa com cautela a harmonia percussiva. “Apesar de a maioria dos alunos ter experiência na banda, a gente precisa estar atento. Até porque tem muito novato também. Além disso, a timidez pode atrapalhar um pouco.  A gente se reúne dois dias na semana, às terças-feiras e aos sábados, justamente para entrosar o pessoal”, contou. 
 
O aluno Fabrício Silva toca caixa há nove anos. Apesar de estar acostumado com a presença do público, confessa que sente um friozinho na barriga quando entra na rua Bahia. “Eu fico ansioso. Todo ano é assim. Não tem como ser diferente. Agora, o melhor momento mesmo é quando escuto alguns amigos e familiares gritando meu nome. Isso está no sangue, já faz parte de mim”, colocou. 
 
Corpo Coreográfico
 
Defender o escudo da escola é significativo para os alunos. Laura Vitoria Moura faz parte do corpo coreográfico há três anos e, para ela, é como se fosse a primeira vez. “A gente pensa que não vai ficar nervosa, mas fica. É uma emoção grande porque é muita gente olhando para você e erros não podem surgir. É por isso que a gente ensaia bastante e ajuda umas às outras para não fazer feio”, afirmou.

Além de chamar as amigas, Laura convidou a irmã Natali Vitória Moura, para fazer parte do corpo coreográfico. “No início, eu não queria porque morria de vergonha. Depois, ela insistiu e eu fiz a inscrição. Eu confesso que é difícil aprender tanta coreografia e estou com medo de não lembrar na hora. Em casa, eu também ensaio com a minha irmã, pois preciso aprender rápido. Falta pouco para o dia do desfile”, lembrou.
 
A dedicação das meninas é notada pelo coreógrafo John Cleber Lima. De acordo com ele, todas estão engajadas. “A gente começou no início de junho, justamente para aproveitar bastante e não cometer erros na rua Bahia.  Além disso, como as meninas são do colégio e moram no bairro, facilita os horários dos ensaios. Vai dar tudo certo.  Daremos um show”, disse empolgado.
 
Navegando na Língua
 
O evento, coordenado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), terá como tema “Navegando na Língua’. Segundo a secretária adjunta da Educação, professora Maria Antônia de Arimateia, a temática começou a ser pensada no fim do ano passado. “A gente queria um tema que fosse cívico e trouxesse uma perspectiva de união. Então, chegamos à conclusão que o grande elemento de união da nação brasileira é a língua. Escolhemos esse tema também porque estamos no 20° aniversário da Língua Materna, data instituída pela Unesco”, ressaltou. 
 
Da rede municipal de ensino, 19 escolas participarão do desfile. Os ensaios na Escola Municipal de Ensino Fundamental Olga Benário, localizada no bairro Santos Dumont, ocorrem três vezes na semana. Ao todo, são 33 alunos na banda marcial. “A banda é formada por instrumentos de sopro e percussão, mas os ensaios são feitos de forma separada. Primeiro, a gente faz a parte teórica e prática de cada um e depois junta tudo”, explicou o professor de música, Samuel dos Santos. 
 
Para a diretora da Emef Olga Benário, Maria Renilde da Silva Matos, é fundamental incentivar a criançada a manter viva a tradição do desfile cívico. “A gente começou a executar na escola o projeto ‘Música em Movimento’. A ideia foi despertar nesses alunos o interesse pela banda marcial. Isso foi feito porque, antigamente, grande parte dos alunos não era do colégio. Agora, é importante frisar, o objetivo não é descartar os que já fazem parte da banda, mas de incentivar a participação dos alunos e de ex-alunos”, destacou.  
 
A dona de casa Jéssica Wilma dos Santos é mãe do aluno Anderson Roberto. Ela estudou na Emef e não pensou duas vezes quando soube da possibilidade de tocar na banda. “Eu comecei a ensaiar para fazer companhia a ele e também porque acho bonito. O legal é que um incentiva o outro. Ele é muito inteligente. É um orgulho fazer parte da banda marcial do Olga Benário”, declarou.
 
Anderson Roberto Silva Santos é dos alunos mais aplicados. Ele tem 12 anos de idade, toca trompa e impressiona pela intimidade com o instrumento.  “Desde o ano passado que eu estou na banda e pretendo ficar por muito tempo. Eu sinto como se fizesse isso há anos. Gosto bastante porque me faz bem e o professor também deixa a gente ficar à vontade nos ensaios.  Se errar, faz de novo”, frisou.