Serviços ofertados nos Cras têm mudado a vida de famílias em situação de vulnerabilidade

Agência Aracaju de Notícias
17/09/2019 05h00

Atender as pessoas que mais precisam é um dos objetivos da Prefeitura de Aracaju, que investe na área da proteção social a partir de programas e ações que visam ao atendimento de famílias com necessidades sociais, assim como ao acompanhamento constante de profissionais da área. Exemplo desse cuidado com a população são os serviços e ações desenvolvidas nos 16 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital sergipana, gerenciados pela Secretaria Municipal da Assistência Social.

Passando por um período complicado durante sua fase de mudança de Pernambuco para Sergipe, a vendedora Josefa da Silva encontrou no Cras Antônio Valença, no bairro Farolândia, uma esperança de recomeço para ela e a filha, Viviane. Vendo a filha passar por uma fase difícil, com fortes manifestações de depressão, sem conhecidos ou pessoas para se relacionar, dona Josefa acabou adquirindo também a doença. Foi então que, na procura por ajuda, uma médica a encaminhou para o Cras, local onde tudo começou a melhorar.

“Minha filha não tinha como conviver com as pessoas, sem conhecer vizinhos, sem conhecer ninguém. Ela toma remédios antidepressivos e estávamos numa fase muito difícil, porque eu estava sem dinheiro para comprar os remédios e tínhamos que pagar por uma consulta para ter acesso a eles. Comecei a pensar no que faria. Num posto de saúde, entrei desesperada pedindo ajuda, então uma médica recomendou que eu fosse ao Cras Antônio Valença. Lá eles me deram toda a assistência, a menina começou a brincar, começou a fazer atividades e aí começou a melhorar. Quando eu a vi melhorando, melhorei também”, relatou.

Com a mudança de ambiente, o suporte e as atividades ofertadas no Cras, a jovem Viviane teve uma evolução significativa. Além disso, de acordo com dona Josefa, uma outra grande ajuda que receberam no Centro de Referência e contribuiu para a melhora das duas foi o encaminhamento de Viviane para uma escola.

“Eles deram todo o suporte que a gente precisava, de apoio, de entender, até algumas roupas que eu já estava sem, deram para mim e para a menina, e tudo foi melhorando. O Cras conseguiu até vaga para ela estudar. No Cras eu também fiz cursos, como o de culinária e marketing pessoal. Hoje eu posso dizer que estou bem”, afirmou sorrindo.

Quem também teve sua vida transformada foi Ana Acácia dos Santos, moradora do bairro 17 de Março. Acácia relata que, por meio do Cras Maria Diná, teve a oportunidade de conseguir melhores condições de vida para sua família e realizar o sonho da filha, de fazer aulas de balé.

Com o suporte que recebeu no Cras do bairro em que mora, Acácia passou a ter acesso a diversos outros programas desenvolvidos pela Prefeitura, como o Academia da Cidade, além de conseguir melhores condições de habitação por meio do programa Aluguel Social.

“Eu era de uma ocupação chamada Terra Prometida e elas foram lá nos convidar para conhecer os serviços do Cras. Quando cheguei aqui tive acesso a vários programas, minha filha hoje está no serviço de convivência, eu participo de grupos de mulheres. O Cras me ajudou muito na minha relação como mãe, porque pude realizar o sonho da minha filha fazer balé, assim como, por meio do serviço de psicologia, aprendi a lidar melhor com ela”, afirmou Ana Acácia.

A moradora do 17 de Março contou ainda que, a partir das aulas de balé, sua filha, Camile Beatriz, de 8 anos, pode se apresentar no teatro, algo que a deixou bastante emocionada. “Assim que chegamos aqui ela já entrou para o serviço de convivência, quando começou a primeira aula de balé ela já estava inclusa, já se apresentou no Teatro Atheneu e ali foi um momento de grande emoção para mim e para o pai. Eu tenho muito que agradecer ao Cras Maria Diná por ter me permitido ver e realizar o sonho dela. O Cras mudou minha vida”.

A transformação também aconteceu para Rosevânia Feitosa, de 50 anos. Líder comunitária, dona Rosa, como é carinhosamente chamada, luta pelos direitos dos habitantes da ocupação Recanto das Mangabeiras, mas, em sua família, a luta era para ter uma boa relação com a filha adolescente. Foi no Centro de Referência Maria Diná que ela encontrou um caminho para recuperar sua relação com a filha e se sentir mais amada, como pontuou.

“Eu tenho uma filha de 16 anos que era muito rebelde, me dava muito trabalho. Por ela estar muito rebelde, eu fui pedir ajuda no Cras. Quando cheguei lá, chorando, elas me sugeriram colocar minha filha para fazer algumas atividades. Como ela gosta de música e dança, se interessou. Começou a fazer jiu jitsu, balé e depois se interessou por teatro também. Ela foi se envolvendo, começou a melhorar as notas no colégio, passou a ser outra pessoa”, ressaltou dona Rosa..

Nas reuniões dos grupos de mulheres, com acompanhamento de psicólogos que ajudam na ressocialização, dona Rosa viu sua vida mudar radicalmente. “Hoje minha filha compete no jiu jitsu, já ganhou até medalha, está muito carinhosa, me ajuda com as atividades de casa, é outra pessoa. Então, eu só tenho que agradecer ao Cras, essas meninas não são só profissionais, elas são mães”, contou emocionada.