Caminhada pela Acessibilidade reforça a luta de pessoas com deficiência em Aracaju

Assistência Social e Cidadania
19/09/2019 17h16

Em continuidade à programação da XI da Semana da Acessibilidade, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD), em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social da Prefeitura de Aracaju, realizou nesta quinta-feira, 19, mais uma edição da Caminhada pela Acessibilidade, que partiu da Praça da Bandeira até a praça Fausto.

O evento, que conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI) e da Fundação Brasil Ecoar, mobilizou pessoas com deficiência, gestores públicos, representantes e usuários das instituições socioassistenciais governamental, organizações sociais e o público em geral, com o objetivo de conscientizar a população sobre os direitos garantidos por leis às pessoas com deficiência.

“Gostaria de parabenizar todas as pessoas com deficiência pela luta e resistência em favor da defesa de uma pauta que não é apenas da pessoa com deficiência, é de todo o ser humano que consegue enxergar um mundo onde todos e todas possam viver plenamente a sua condição de cidadão de direito”, afirmou o secretário municipal da Assistência Social, Antônio Bittencourt, durante a Caminhada

Segundo Bittencourt, a acessibilidade é um tema cada vez mais presente nas pautas e no desenvolvimento de políticas públicas da cidade de Aracaju. “A deficiência que não podemos ter é a do desrespeito, precisamos respeitar o outro, acabar com qualquer forma de discriminação e preconceito. Que possamos tocar a mente e o coração das pessoas para que cada vez mais as políticas públicas em favor das pessoas com deficiência sejam mais presentes, constantes e efetivas”, ressaltou o secretário municipal da Assistência Social.  

Durante o percurso da Caminhada, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD) de Aracaju, Roque Hudson Fonseca Hora, reforçou a gratidão de todos os membros do órgão fiscalizador pela presença da gestão municipal, que apoiou toda a Semana da Acessibilidade.

"Estamos muito satisfeitos com a Prefeitura de Aracaju que tem, na pessoa do professor Antônio Bittencourt, nos dado uma atenção muito grande. Posso afirmar que são pessoas comprometidas com a causa e que estão sempre à disposição para colaborar com os nossos projetos", afirmou Roque Hudson.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) garante às pessoas com deficiência o direito da acessibilidade com segurança e autonomia em todos os espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, bem como de todos os serviços e instalações abertos ao público, de uso privado ou coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

De acordo com a coordenadora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Assistência Social de Aracaju, Edlaine Sena, a Caminhada pela Acessibilidade é promovida com o propósito de cobrar à sociedade que essa Lei seja cumprida e que a população possa se sensibilizar com os problemas enfrentados pela pessoa com deficiência.

“O objetivo da caminhada é provocar a sensibilização nas pessoas para que elas percebam as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência em espaços públicos e privados. Não há como garantir direitos apenas amparados por leis, precisamos criar possibilidades para essas pessoas. Não é apenas construindo rampas de acesso ou implantando barras de proteção em escadas que vamos garantir essa acessibilidade de fato”, explica Edlaine.

De acordo com a coordenadora, é preciso que a acessibilidade seja muito bem construída e alcance todos os espaços, algo que não é responsabilidade apenas do setor público, mas de toda a sociedade.

“As pessoas não param para perceber as dificuldades enfrentadas por quem sofre com a falta de acessibilidade, só percebem quando acontecem com elas ou quando tem um filho com deficiência. Estamos aqui para isso, para que a gente possa sensibilizar desde agora para que possam ter acessibilidade de maneira qualitativa e com equidade. É isso que estamos pedindo, o respeito e o acesso garantidos”, ressaltou Edlaine Sena.

Para o representante da Associação de Pais, Amigos de Pessoas com Deficiência de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB), Divaldo dos Santos, é preciso somar forças com outras instituições para que o direito da pessoa com deficiência seja respeitado e cumprido.

“Nós sabemos que a falta de acessibilidade é uma dificuldade encontrada pelas pessoas com deficiência, apesar de muitos ganhos que já se teve. Eu, como pai de um deficiente intelectual, acredito que é necessário um outro olhar da sociedade para esse público e é por isso que viemos lutar juntos às outras instituições para cobrar o que foi exigido na Lei brasileira de Inclusão", afirmou.