Ações para conter mancha de óleo são otimizadas com instalação de comando unificado

Agência Aracaju de Notícias
09/10/2019 15h38

Na manhã desta quarta-feira, 9, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), participou da reunião de instalação do comando unificado em Sergipe para otimizar os recursos empregados na contenção das manchas de óleo que atingiram os nove estados do Nordeste. O encontro ocorreu na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Sergipe. 

Para fortalecer as ações, já existe o Gabinete de Crise, instalado pelo Governo do Estado, no entanto, o comando unificado é uma medida que objetiva unificar os trabalhos, sobretudo a comunicação entre os entes envolvidos na força-tarefa. Assim, fazem parte desse comando, além da Prefeitura de Aracaju; o Ibama; Governo do Estado, através da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema); a Marinha do Brasil e a Polícia Federal, que cuidam das investigações, junto à Associação Brasileira de Inteligência (Abin) ; a Fundação Mamíferos Aquáticos; e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

“Desde o início da crise, a determinação do prefeito Edvaldo Nogueira é a de fazer tudo o que seja necessário, usando todos os meios da Prefeitura para fazer a limpeza, o monitoramento e a coordenação das atividades. No entanto, existe um conjunto extenso de entidades envolvidas para solucionar, o mais rápido possível, os efeitos da mancha de óleo, o que exige, também, a uniformização das medidas que vêm sendo adotadas por cada uma delas, no sentido de otimizar o trabalho e, logicamente, resolver o problema o mais rápido possível”, ressaltou o secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos. 

De acordo com o superintendente do Ibama, Paulo Amilcar, o Estado de Sergipe, há cerca de um mês, entrou em situação de vigilância. “Desde o dia 16 estamos em alerta, sendo que, no dia 24 atingiu nossas praias, em Aracaju, mais precisamente, no dia 3 deste mês, e nossas equipes já estavam em campo. Agora, está mais controlado, com uma concentração maior na Bahia e em Alagoas, no entanto, ainda é preciso unir, ainda mais, os trabalhos. O Estado decretou situação de emergência, o que vai facilitar a entrada de recursos para lidar melhor com a situação”, afirmou. 

À frente da reunião, o coordenador nacional de Emergências Ambientais do Ibama, Marcelo Amorim, esclareceu que o comando foi instalado desde o início da crise. “Esse comando foi instalado, inicialmente, no Rio Grande do Norte, depois migrou para o Maranhão e, agora, em Sergipe que é, entre os estados, o que recebeu maior impacto do óleo na praia. A reunião foi, justamente, para consolidar um trabalho que já vem sendo realizado desde o início, no qual estamos otimizando todos os recursos dos parceiros que têm se empenhado na resposta a esse evento, com recursos humanos e equipamentos”, frisou.

Neste primeiro momento da instalação do comando, foram explanadas de forma ampla todas as necessidades de cada entidade envolvida nesse processo. 

“Vamos, ainda, para uma segunda reunião em que serão operacionalizados os detalhes de cada item. Isso já está sendo feito, só estamos otimizando os recursos existentes. Temos que organizar a manutenção da vistoria em todas as praias, a organização de recepção da fauna oleada e da destinação correta, as forma de limpeza da praia, a destinação dos resíduos, o apoio às instituições que estão cuidando das investigações. Tudo isso precisa ser unificado para melhor responder”, explicou Marcelo Amorim. 

Situação atual

Nesta quarta, a concentração maior das equipes está entre o Cemitério dos Náufragos em direção à Praia do Viral. Uma das questões é que uma nova incidência de pequenas manchas voltou a acontecer. 

“Existe duas frentes de trabalho, uma que parte das praias até o Parati, e a outra que são as equipes contratadas pela Petrobras que estão cuidando do Viral, local onde houve infiltração. A preocupação é continuar os trabalhos e garantir o monitoramento adequado por parte da Sema e Defesa Civil, com a atenção, principalmente, nas embocaduras dos rios Sergipe e Vaza Varris, o que estamos fazendo junto à Adema. Não temos informações sobre a chegada de novas manchas hoje . Se o quadro continuar assim, podemos terminar logo a limpeza”, pontuou Alan Lemos.

Todo o material recolhido nas praias está sendo levado, inicialmente, até uma base da Petrobras, em Carmópolis, uma área provisória, até que seja feita a destinação final, possivelmente, para fora do estado de Sergipe.
  
Origem do óleo 

Segundo um relatório da Petrobras, as manchas que estão poluindo as praias do Nordeste são uma mistura de óleos, mas, que ainda não é possível afirmar a origem do material. No entanto, a estatal afirmou que há três hipóteses: um navio afundado; um acidente durante a passagem de óleo de um navio para outro; ou despejo criminoso.

De acordo com o relatório, foi descartado que o óleo tenha brotado de uma fissura no fundo do mar o que seja fruto da limpeza de um tanque de um navio. Foram mais de 500 barris de petróleo despejados, o que indica que não foi apenas lavagem do tanque de um navio. 

As equipes de investigação estão monitorando 140 navios tanque que passaram pelo litoral nordestino para aprofundar as análises.