Mais de 800 atletas, de 32 comunidades diferentes, dividiram-se em 24 times masculinos e 8 femininos para competirem durante a segunda edição da Taça das Favelas, realizada pela Central Única das Favelas (CUFA-SE), em parceria com a Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp). O Campeonato, chegou ao fim na tarde do último sábado, dia 12, no campo de futebol do bairro Porto Dantas, em Aracaju, e consagrou dois campeões: Bugio, para o feminino, e Porto Dantas para o masculino, com gol do camisa 2, Jorge Vinícius Andrade de Sá.
Para o secretário da Juventude e do Esporte, Antônio Hora, é gratificante apoiar e presenciar mais uma etapa concluída desse campeonato totalmente inclusivo. “A Secretaria deu total apoio com a infraestrutura de pessoal, equipamentos e arbitragem. Hoje, na grande final, a comunidade atendeu ao chamado e veio torcer. Estamos muito felizes de chegar ao final de uma competição tão exitosa quanto essa", declarou Hora.
Além de fomentar o esporte, a Taça das Favelas dá esperanças aos jovens que, outrora, não tinham muita perspectiva de vida, mediante os desafios comuns às comunidades que estão inseridos. Roseane dos Santos Queiroz é um exemplo disso. Ela tem 30 anos e, destes, 16 dedicados ao futebol.
"É a primeira vez que participo de um torneio e, graças a Deus, a primeira vez campeã também. É muito gratificante. Estou muito feliz", declarou a jogadora do Bugio, que ganhou de 5x2 contra o time Atalaia. "Ano passado fomos vice, mas esse ano nossas chances aumentaram e veio esse resultado", celebra Valtenis Santos Júnior, técnico das meninas campeãs há 5 anos.
De fato, a maior competição de futebol entre comunidades oportuniza jovens da periferia a mostrarem o talento e vivenciarem momentos de superação que o esporte proporciona. Foi entre lágrimas que Elisangela Evangelista dos Santos, de 31 anos, declarou a sua emoção por participar da Taça das Favelas.
"Jogo desde quando nasci. Estou realizando um sonho. Só via pela televisão. Queria muito ter conquistado o título, mas já estou feliz de ter chegado à final", declarou a jogadora do Atalaia, que ficou em segundo lugar no campeonato de 2019.
De acordo com Luiz Carlos Bossa Nova, coordenador de Esporte e Inclusão da Sejesp, o sentimento é de dever cumprido. "Nosso trabalho é de inclusão social. É muito gratificante. Agradeço ao secretário Antônio Hora pela sensibilidade em entender e apoiar a Taça das Favelas", declarou.
A competição, que acontece desde o dia 8 de setembro, levou torcedores ao campo para apoiar os participantes. Foi o caso do consultor de vendas Flávio de Andrade Santos.
Ele foi torcer para as meninas do Bugio e ficou feliz com a vitória. "Elas foram sensacionais e vão dar trabalho a outras equipes, até fora de Sergipe. A organização da taça das Favelas está de parabéns. E que continue assim, melhorando cada vez mais", afirmou Flávio.
Segundo Jersonilton Júnior, diretor do Departamento de Esporte e Lazer da Sejesp, cada edição é um aprendizado. A Taça das Favelas já deixou um gostinho de quero mais para a próxima. A intenção da Prefeitura de Aracaju é somar para realizar o sonho desses garotos e garotas que é se tornar jogadores profissionais", afirmou. Na primeira edição da Taça das Favelas em Sergipe, realizada em 2018, o Bugio foi o campeão no masculino, e no feminino, a comunidade das Malvinas.
