De modo a intensificar os serviços de educação em saúde, desde 2017 a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desenvolve o projeto Cine SUSgestão, um aparato que engloba arte e cultura para a disseminação da importância de cuidar da saúde, seja física, mental ou emocional.
Na época de formação, o projeto surgiu dentro do Núcleo de Projetos Inovadores da Saúde (Nuprin). Atualmente, está inserido no Centro de Educação Permanente da Saúde (Ceps) e tem como norte base o entendimento de que é preciso discutir educação e promoção em saúde por meio de metodologias instigantes, criativas, como explica a área técnica do Ceps, Jane Curbani.
“Entendemos que fazer promoção é trazer a vida porque, quem tem saúde, nos mais variados aspectos, pode considerar que tem uma vida boa. O cinema, então, é uma das metodologias possíveis para fazer isso, afinal, ele instiga, provoca e conscientiza. Apostamos que as metodologias ativas são as mais potentes para disparar processos de autocuidado”, afirma Jane.
O projeto tem o apoio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), que disponibiliza o cinema do Centro Cultural, e é realizado na terceira quinta-feira de cada mês com a exibição de um filme ou documentário pertinente. “Não são filmes, por exemplo, feitos pelo Ministério da Saúde, ou seja, não são campanhas enquadradas, são filmes que falam da vida. Já trouxemos temas como cultura e saúde, questões LGBT, população de rua, saúde da criança, violência, feminismo, suicídio. Tentamos aproximar o tema de alguma data importante da saúde naquele mês ou mesmo com uma questão muito debatida”, pontua a área técnica.
De 2017 para cá, já foram realizadas 25 sessões do CineSUSgestão, com um média de 50 pessoas em cada edição, o público alvo é trabalhadores, gestores, universidades, demais secretarias municipais e parceiros, além de usuários. “Nos voltamos aos trabalhadores no sentido de oferecer um melhor serviço aos usuários. Pretendemos, com isso, despertar outras sensibilidades nesses sujeitos que trabalham diretamente na saúde”, frisa Jane.
A cada edição do CineSUSgestão, uma roda de conversa intensifica as discussões relacionadas ao tema apresentado. “Sempre trazemos profissionais que tenham embasamento, propriedade para falar sobre cada tema exposto. É uma forma de intensificar o esclarecimento, tirar dúvidas, trocar experiências que, no fim das contas, engrandecem o efeito do projeto”, ressalta a técnica do Centro de Educação Permanente da Saúde.
A estudante de Enfermagem Mirena Siqueira acompanhou uma das sessões junto à sua turma da Universidade Tiradentes. “Achei um iniciativa muito importante porque é gratuita e oferece uma troca muito bacana. Temos acesso a profissionais experientes de diversas áreas e acredito que os serviços só tendem a melhorar quando o diálogo é fomentado”, considerou.
A experiência também foi bem recebida pela estudante de Fonoaudiologia Gabriele Souza. “É uma projeto necessário, abre nossas mentes para diversas questões. A proposta também é muito interessante e, como estudante, ter a oportunidade de ouvir profissionais experientes é muito bom, agrega bastante. Acho, inclusive, que mais pessoas deveriam participar”, pontuou.
Como parte de um trabalho intersetorial, também desenvolvido dentro do projeto, a guarda municipal D. Oliveira foi convidada a fazer parte de uma das sessões, especificamente a que tratou sobre feminismo. “Como coordenadora da Patrulha Maria da Penha esse momento veio para contribuir a nível de conhecimento. O projeto dá a oportunidade de refletir sobre temáticas imprescindíveis, seja para a realidade de quem opera o serviço público ou para quem é beneficiado por ele. É um espaço cultural, mas que permeia diversos serviços ofertados, seja de saúde, educação, segurança, o que o torna ainda mais significante”, ressaltou.
