Escola municipal celebra Consciência Negra com produção estudantil, no bairro Atalaia

Educação
27/11/2019 16h17

Nesta quarta-feira, 27, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Anísio Teixeira, na Atalaia, realizou a culminância do seu projeto intitulado “Identidade negra: em que lhe inspira?”. Assim, ao som da canção “Canto das três raças”, alunos vestidos com roupas de estampas africanas reproduziram passos de dança que celebram a luta e a resistência do povo negro.

A atividade fez parte do projeto sobre Consciência Negra, que vem sendo desenvolvido pela unidade escolar desde o início de novembro, através de pesquisas dos professores e alunos. Com o resultado das pesquisas, foi montado uma espécie de museu interativo, com a exposição dos trabalhos desenvolvidos ao longo do mês.

“Entre os trabalhos, realizamos sessões de cinema nas quais exibimos curtas-metragens dentro dessa temática, mas de acordo com a idade deles. Os do 6° ano assistiram o curta Dudu e o Lápis Cor de Pele, já os do 9° ano viram o curta O que é Ser Negro no Brasil. Precisamos conscientizar nossos alunos, pois é através da Educação que vamos superar este racismo que ainda existe muito forte, mesmo o Brasil sendo um país em que praticamente todos os habitantes nascidos aqui têm descendência negra”, explica a coordenadora pedagógica da Emef, Débora de Azevedo Déda.

Além do cinema, também foram trabalhados a confecção de máscaras, dança, teatro, culinária, religiosidade e música, trazendo ritmos atuais, como o rap, e também sons africanos que resistem ao tempo e que ainda permanecem na cultura brasileira.

O trabalho envolveu toda a comunidade escolar e professores de todas as disciplinas. A professora de História, Maristela do Nascimento Andrade, conta que o objetivo foi provocar os estudantes para que eles próprios tirassem suas conclusões.

“Queremos que eles entendam que, o que hoje chamamos de cultura afrobrasileira, faz parte da realidade de que o negro veio para o nosso país forçado e que todos nós somos resultado dessa miscigenação. Somos parte de um contexto histórico maior e nãos somos inferiores a ninguém, somos seres humanos e precisamos ser tratados com respeito. O interessante é que eles mesmos trouxeram exemplos de situações que vivem no cotidiano, como presenciar preconceito racial no futebol, de ver negros sendo os mais acusados como suspeitos de crimes. Também trouxemos a questão da diversidade, em que foi trabalhada a estética, como os cachos no cabelo, por exemplo. Abordamos situações cotidianas, mas que quando vistas com um outro olhar, faz toda a diferença”, afirma a professora Maristela.