Aracaju conquista 2° lugar na Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas

Saúde
09/12/2019 14h41

Acidentes envolvendo transportes terrestres são as principais causas de internação e mortes no país, contribuindo para a diminuição da expectativa de vida da população. E atenta a esse problema, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desenvolveu o trabalho intitulado “O olhar qualificado nos Acidentes de Transporte Terrestre em Aracaju/SE: Fator determinante na redução dos óbitos 2014-2018”. O estudo foi apresentado e premiado na 16ª edição da Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), ocorrida em Brasília/DF na semana passada. 
 
É o terceiro ano que o município de Aracaju apresenta trabalhos na Mostra, todas na gestão do prefeito Edvaldo Nogueira. A primeira participação, em 2011, o município ficou em destaque entre os três melhores estudos apresentados. Já em 2012, Aracaju apresentou trabalho e em 2019, voltou a ocupar espaço entre as três primeiras colocações.  O trabalho deste ano ficou em segundo lugar e recebeu o prêmio de R$ 30 mil, via fundo Municipal de Saúde.
 
A Mostra tem como objetivo discutir temas importantes para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), além de premiar os profissionais, movimentos sociais e os serviços de saúde do país que se destacaram no desenvolvimento das ações de vigilância em saúde relevantes para a Saúde Pública do país. Foram dez temas ligados a Epidemiologia no Brasil, e entre eles, o trabalho de Aracaju foi apresentado na Mostra sobre Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Crônicas não transmissíveis, das causas externas e ações de promoção da saúde. 
 
De acordo com a Diretora de Vigilância e Atenção em Saúde (DVAS) da SMS, Taise Cavalcante, participar desse evento, também se configura em um momento de troca de experiências e busca de referências de ações positivas desenvolvidas em todo país. 
“É o principal evento de prevenção e promoção à Saúde realizado pelo Ministério da Saúde, então é uma experiência muito importante, porque reúne pequenas e grandes cidades, capitais, que levam suas experiências em todos os aspectos inerentes à Epidemiologia. Experiências que deram certo e que a gente pode avaliar e tentar desenvolver no nosso município. Na votação ficamos em segundo lugar, e o município, via Fundo Municipal de Saúde recebe como premiação R$ 30 mil, que é um recurso que deverá se transformar em novas ações para continuar esse trabalho”, considerou. 
 
Estudo
 
Com base no foco do trabalho, e por meio da intersetorização de órgãos que atuam com o trânsito em Aracaju, representados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, com os dados coletados a partir da junção dos bancos de informações dos órgãos que registraram acidentes, no período de 2014-2018. 
 
“Em 2017, já no início da gestão, avaliamos como era a metodologia desse trabalho, e foi observado que o município não estava conseguindo investigar 100% dos óbitos que aconteciam dentro do nosso território. No mesmo ano, quando mudamos a metodologia, conseguimos investigar 100% dos acidentes que aconteceram, diferente do ano anterior, onde foram investigados 60% dos óbitos”, explicou Taise. 
 
Conforme avalia a diretora, a investigação efetiva dos acidentes que levaram a óbito e que aconteceram na capital cria um diagnóstico real. “E a partir daí é possível desenvolver planejamentos e ações, juntamente com todos os órgãos envolvidos, e com isso melhorar aquelas condições que estão levando a óbito os nossos munícipes ou quem está visitando a cidade. E a cada ano percebemos a redução dos índices”.  A pesquisa aponta que em 2017 foram 54 óbitos, no ano de 2018, 44 e em 2019 foram 36 óbitos por acidente em Aracaju. 
 
Para a realização desse trabalho, que envolve o Projeto Vida no Trânsito (PVT), somado a outros órgãos, como a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju, Centro de Estatística e Análise Criminal da Polícia Militar de Sergipe, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), e Polícia Civil, semanalmente os profissionais de cada setor se reúnem e avaliam cada acidente e os fatores que possam ter contribuído para o sinistro e, consequentemente o óbito. 
 
“Importante salientar que o trabalho desenvolvido aqui em Aracaju é contínuo, nós temos o Projeto Vida no Trânsito, que faz a avaliação de todos os acidentes graves com óbito até 30 dias dentro do nosso território, para daí traçar ações em cima desse diagnóstico, para que ele consiga modificar esse olhar no município”, frisou Taise Cavalcante.