Ecopontos da Prefeitura ajudam a reduzir locais de descarte irregular de lixo na capital

Agência Aracaju de Notícias
29/01/2020 05h50

Em 2017, quando a atual gestão assumiu a administração da Prefeitura de Aracaju, havia cerca de dois mil pontos de descarte irregular de lixo na cidade. Como resultado do trabalho desenvolvido pela Empresa Municipal de Serviços urbanos (Emsurb), esse número foi reduzido em aproximadamente em 90% e não passa de 90 pontos irregulares. A diminuição drástica e de grande impacto foi possível graças ao Planejamento Estratégico da Prefeitura ao implantar ecopontos nos bairros.
 
“Fizemos um levantamento e chegamos a mais de 2 mil pontos, considerando aqueles com volume maior de lixo e entulho e outros de médio e pequeno porte. E algumas medidas foram tomadas com o objetivo de reduzir esse número. Umas das iniciativas foi o início da construção dos ecopontos”, explica o presidente da Emsurb, Luiz Roberto Dantas. 
 
A implantação dos ecopontos seguiu a escala de prioridade apresentada pelo levantamento. Ou seja, os bairros com a maior proporção de descarte irregular de lixo foram os que receberam os primeiros ecopontos. “A Coroa do Meio tinha um problema grande com isso, principalmente na avenida Mário Jorge, na região do manguezal; o bairro Industrial também tinha, além de percebermos a possibilidade de ele atender às localidades de Brasília, Matinha e do próprio Centro”, explica.
 
“Já o Santos Dumont, terceiro a ser instalado, pega a Zona Norte, uma parte do Bugio, da Soledade e do Japãozinho; e o do 17 de Março, que será inaugurado em breve, também pega o bairro Santa Maria, onde praticamente todos os pontos de descarte irregular foram eliminados. Então, foi uma estratégia de localização para ajudar na obtenção da meta do planejamento”, completa Luiz Roberto. 
 
Como boa parte dos resíduos destinados irregularmente era (e ainda é) oriundo da construção civil, e o ecoponto serve justamente para receber esse tipo de resíduo, chamado de lixo seco, Luiz Roberto considera que os equipamentos foram fundamentais para essa mudança no cenário urbano. “Eles foram muito importantes, um verdadeiro acerto da Prefeitura como meta do Planejamento Estratégico, e contribuíram significativamente de forma muito positiva”, ressalta.
 
Depois de levado aos ecopontos, o material entregue é destinado corretamente. “Ou é levado para a cooperativa de reciclagem, para o aterro em Rosário do Catete ou para o aterro em Nossa Senhora do Socorro”, garante Luiz Roberto. 
 
Ecopontos
Um ecoponto consiste em local de mais ou menos 800 metros quadrados, ideal para se ter o deslocamento das caixas coletoras e a entrada e saída dos caminhões; um galpão com contêineres de menor porte para receber vidro, papelão, resíduos de eletrodomésticos e ferro; uma outra caixa que recebe poda e restos dos móveis, chamados de volumosos, e uma caixa que recebe resíduo da construção.
 
"Só recebe resíduo seco, então, não tem mau cheiro, não tem risco de contaminação. Essa é uma característica importante do ecoponto, porque para o restante dos resíduos a gente  já tem a coleta no município, que cobre 100%”, destaca. 
 
Segundo Luiz Roberto, a construção de cada ecoponto tem um custo médio de R$100 mil. “Se for calcular que uma tonelada de resíduo da construção, para ser recolhida e destinada, sai por R$80 a tonelada e o que deixou de recolher na rua, esse investimento já foi coberto pela economia que os ecopontos trazem”, avalia.
 
De acordo com ele, a aceitação e adesão das comunidades em relação aos ecopontos demonstra a eficácia deles. “A gente tem feito pesquisas junto às comunidades e a avaliação que a gente tem é de uma aceitação muito grande. As pessoas entendem que a implantação causou um grande beneficio, porque elas deixaram de ter lixo na porta, mesmo sendo resíduo seco”, afirma.
 
O Planejamento Estratégico da administração municipal é dotar Aracaju de 18 ecopontos, dos quais 4quatro já estão prontos e outros dez estão previstos para este ano, através de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destinados especificamente para isso. “Os locais já foram selecionados, estamos preparando os termos de referência para iniciar a licitação e acredito que esse ano deva ter mais ecopontos inaugurados”, reforça.
 
Os locais previstos para a implantação dos novos ecopontos são os Conjuntos Augusto Franco e Orlando Dantas, os bairros Lamarão, Jardins, América e Bugio e a avenida São Paulo. "A ideia não é ter um ecoponto por bairro, mas um que atenda a pelo menos duas ou três localidades, contemplando os 41 bairros da capital”, reitera.
 
Assim, somados a outras iniciativas, como, por exemplo, a substituição dos pontos de descarte irregular por espaços para paisagismo, com pneus e outros materiais, além do processo de conscientização, os ecopontos têm mudado, para melhor, o cenário aracajuano. “Isso fez com que a gente conseguisse reduzir os espaços irregulares e a gente acredita que com a implantação dos demais ecopontos, eles vão desaparecer", espera Luiz Roberto.