Prefeitura apresenta plano de contingência do novo coronavírus a hospitais da capital

Saúde
13/02/2020 17h10

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), atenta às diretrizes do Ministério da Saúde, desenvolveu um Plano de Contingência no qual estão inseridas as devidas orientações acerca de como desenvolver o fluxo de atendimento em casos suspeitos do novo coronavírus. Para isso, reuniu nesta quinta-feira, 13, representantes dos hospitais públicos e privados da capital, bem como das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH’s).

Segundo a diretora da Vigilância e Atenção em Saúde (DVAS), Taise Cavalcante, diante do alerta mundial referente ao surto de coronavírus, o foco da reunião foi apresentar as orientações por parte do município como forma de preparar a rede de saúde, para quando surgirem casos suspeitos na capital.

“São essas unidades [de urgência e emergência] que mais notificam as doenças transmissíveis, e essa é a ligação que a Vigilância Epidemiológica do município tem com os hospitais públicos e privados. Neste momento mostramos o plano de contingência, como o município vai se organizar em estrutura e planejamento, e solicitamos que, também dentro do espaço deles, se organizem para a espera desses pacientes que possam chegar”, explicou Taise.

A diretora alertou ainda sobre a importância da notificação imediata. “É importante organizar como o fluxo vai funcionar na questão laboratorial, de confirmação, investigação do caso e de informação, porque é uma doença de notificação imediata. Chegou, os estabelecimentos precisam informar à Vigilância a existência daquele caso para a gente desencadear todas as ações que são inerentes”, ressaltou.

Mais ações

Por se tratar de uma doença nova e dinâmica, reuniões de orientações como esta também fazem parte do Plano de Ação da Secretaria Municipal da Saúde, juntamente com as ações que acontecerão no município.

“Serão feitas reuniões internas de equipe para a preparação, formação do comitê gestor e técnico de enfrentamento do coronavírus. Começamos a divulgar as informações em relação aos cuidados para diminuir a transmissão de gripes nos nossos meios oficiais de comunicação, que são os mesmos cuidados inerentes ao coronavírus”, pontuou Taise Cavalcante.

Ainda estão previstas ações de orientação da população através da distribuição de panfletos e folders em locais estratégicos, como aeroporto, hotéis, e onde acontecerão os festejos carnavalescos na cidade.

De acordo com atualização do Ministério da Saúde, feita na quarta-feira (12), o Brasil não tem registro do novo coronavírus. Até o momento, 11 casos suspeitos estão sendo monitorados, conforme informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país. Os casos suspeitos estão em Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (6).

Equipes em alerta
Um dos pontos iniciais e fundamentais deste processo é a preparação das equipes de saúde na acolhida e identificação desse possível paciente com suspeita da doença. “O maior cuidado que devemos ter é na identificação de um caso suspeito, levando em conta a vinculação epidemiológica. A gente precisa dessa vinculação para fazer todos os trâmites protocolares, a fim de quebrar a cadeia de transmissão e fazer o manejo correto, caso o vírus chegue ao Brasil”, enfatiza a infectologista e referência técnica da SMS, Fabrízia Tavares.

William Barcelos é médico e faz parte da CCIH da UPA Zona Sul. Ele considerou a reunião fundamental para conhecer o Plano de Contingência do município e preparar melhor os profissionais da saúde no que compete ao novo vírus.

“Como é uma doença infecciosa de contágio muito rápido, temos que estar preparados para fazer uma barreira em relação a essa transmissibilidade da doença. O interessante é que isso também nos chama a atenção para outras doenças respiratórias, e que muitas vezes se deixa passar por falta de experiência com o caso. O protocolo envolve todos os profissionais da saúde, desde a recepção, triagem e equipe de enfermagem, até chegar ao médico”, explica.

Também presente na reunião, o infectologista Paulo Roberto, que atua no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar/SAE) e no Hospital São José, reconheceu a importância das explanações, visto que o período que se aproxima gera uma grande aglomeração em todo o país.

“É um alerta mundial e os hospitais precisam estar preparados. E nesse período de carnaval é bem possível que alguém tenha contato ou possa ter com paciente suspeito que venha de uma área de transmissão. E como os dados são dinâmicos, precisamos nos antecipar e estar sempre atentos”, afirmou.