Prefeitura realiza oficina de atualização para os profissionais de saúde da capital

Saúde
19/02/2020 19h09

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou, nesta quarta-feira, 19, mais uma Oficina de Atualização sobre Profilaxia Pós-Exposição para os profissionais da saúde do Hospital Municipal Nestor Piva. A mesma atualização também foi feita com os profissionais do Hospital Municipal Fernando Franco. Também está prevista atualização dos profissionais da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

O objetivo é aperfeiçoar ainda mais o acolhimento e atendimento às pessoas que necessitam da Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que é um serviço que disponibiliza medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o vírus HIV em situações como violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) ou acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).

“Quando o paciente chega à unidade e diz que é uma PEP, seja sexual ou ocupacional, precisa ser tratada como urgência. Temos até 72h [nem todo paciente chega nesse tempo], mas o ideal é que o atendimento seja feito em até as duas primeiras horas, porque após esse tempo o vírus começa a entrar no organismo”, destaca a coordenadora do Programa Municipal de IST/Aids da SMS, Débora Oliveira.

Ainda de acordo com a coordenadora, o paciente deve receber classificação de risco amarela, passar pelo atendimento da enfermagem, e depois ser encaminhado para o médico, para que ele avalie o risco ao qual o paciente se expôs e verificar a necessidade da conduta da profilaxia. A PEP é necessária quando há relação sexual com penetração sem o uso da camisinha. E nos casos de acidente ocupacional o médico também irá avaliar a forma do acidente.

Débora reforça ainda que o teste rápido deve ser solicitado antes de qualquer encaminhamento, para verificar se o paciente já é positivo, antes de fazer a profilaxia. “Por isso ele é imprescindível. Pois quando o paciente já apresenta reagente para HIV ele não precisa fazer a profilaxia, deve ser encaminhado para o serviço para iniciar o tratamento adequado”.

Após o teste rápido, se deve avaliar o risco para verificar a situação, e depois que o paciente sai com o medicamento, se deve informar do seguimento do laboratório. Com 30 dias o paciente precisa retornar para o serviço especializado, que é ofertado no Cemar Siqueira Campos, para fazer o exame para HIV com 30,60 e 90 dias. Após essas etapas, quando não há registro de contaminação do HIV o paciente é liberado.

Mais exposição no carnaval
A coordenadora do Programa IST/Aids salienta ainda que essa atualização se faz mais do que necessária, visto que nesse período de carnaval aumenta o fluxo nas unidades de saúde e os profissionais devem estar preparados.

“A Secretaria da Saúde se preocupa com esse atendimento, que tem que ser imediato e por isso decidimos fazer essa atualização. Estamos fazendo de acordo com a escala dos profissionais, principalmente médicos e enfermeiros, mas a ideia é conseguir preparar desde a portaria e recepção, para que todos tenham conhecimento de que essa profilaxia existe no serviço, e que quando o paciente chega ele seja encaminhado para o atendimento”, explicou.

O médico Almir Santana atuou em parceria com o programa municipal e alertou para a importância da PEP como meio de prevenção. “A Profilaxia hoje é uma das medidas de prevenção em caráter de urgência, e o carnaval é uma festa que muda muito o comportamento das pessoas. Elas se expõem mais aos riscos, e por isso nos antecipamos e firmamos essa parceria com o município nesse sentido, de melhorar o atendimento, para que as pessoas façam a PEP corretamente e no tempo hábil. O nosso maior objetivo com o treinamento foi justamente mostrar que é uma situação de urgência, com atendimento em tempo ideal de no máximo duas horas”.

Participando da atualização no Nestor Piva, o médico Rafael Andrade reconheceu a importância da abordagem do tema e destacou que a boa comunicação entre os envolvidos no processo é essencial. “Como o fluxo de profissionais é muito grande nas unidades, principalmente os novos que chegam, é muito importante que sejamos sempre atualizados sobre e o que a unidade oferece. Isso desde vacinas, farmácia, PEP, PREP, para que o paciente não chegue à unidade e deixe de receber o serviço. E sobre a PEP é ideal estar atento visto que nesse período a demanda vai aumentar, e precisamos estar preparados para manejar de maneira adequada”, concluiu.

“É fundamental porque, como foi exemplificado, muitas vezes a pessoa não conhece bem o serviço, então, a gente precisa saber como o esquema funciona, pois isso melhora muito a comunicação e o processo avança”, completou a médica Alaíde Pinto.

Atuação no Carnaval
Durante os dias de festa, a Prefeitura, por meio da SMS, se fará presente realizando o trabalho de prevenção. No dia 21, a Rede de Programas de Vigilância Epidemiológica (REPVAS), por meio do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, disponibilizará na área do Mercado Municipal, Testagem rápida Pré-Carnaval, com distribuição de material informativo sobre Prevenção Combinada e divulgação dos locais para atendimento a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), em caso de relação sexual desprotegida.

Já entre os dias 22 e 25, durante o bloco Rasgadinho, a equipe da REPVAS (Programa IST/AIDS e Hepatites Virais), fará a distribuição de 33.000 preservativos masculinos, 2.000 femininos e 15.000 unidades de gel lubrificante, totalizando a distribuição de 50 mil insumos de prevenção.