Decreto da Prefeitura de Aracaju estabelece restrições para espaços privados

Agência Aracaju de Notícias
20/03/2020 05h00

Em um momento de pandemia, como ocorre atualmente devido à propagação do coronavírus (convid-19), o poder público e a iniciativa privada precisam de união e estratégia para evitar o máximo possível o agravamento dos problemas. Sendo assim, o decreto nº 6.098, de 18 de março de 2020, assinado pelo prefeito Edvaldo Nogueira, estipula, entre outras coisas, as restrições que devem ser adotadas em locais de grande circulação, inclusive estabelecimentos privados, como shopping centers, bancos, e comércio em geral. 

No artigo 5° do referido decreto, nos incisos de 1 a 6, estão descritas as restrições e medidas que devem ser adotadas na tentativa de conter o avanço da pandemia. São citadas a disponibilização de informações visíveis sobre higienização de mãos, sabonete líquido e papel toalha descartável nos lavatórios; a obrigatoriedade do respeito à uma distância mínima de dois metros  entre as mesas dos estabelecimentos; entre outros. 

Para garantir o respeito às determinações equipes da Vigilância Sanitária estão de prontidão.  “Estamos realizando visitas de inspeções e averiguando as denúncias, para garantir que os funcionários e clientes possam ter acesso ao álcool em gel, de maneira identificada e fácil, assim como os insumos para manter as mãos limpas. No que se refere às aglomerações, as equipes estão investigando se a distância de dois metros está sendo respeitada. Para além disso, estamos visitando também, por meio de denúncias, alguns estabelecimentos que são atingidos pelo decreto e se recusaram a fechar, como academias e clubes, para orientar os donos sobre a importância de cumprir o decreto”, afirma a coordenadora da Vigilância Sanitária, Denilda Caldas. 

Mesmo em um momento no qual se precisa intensificar os cuidados algumas instituições, por seu caráter essencial, continuam funcionando, como é o caso do Banco do Estado de Sergipe (Banese), obviamente respeitando as indicações e tomando atitudes para resguardar a todos os usuários e trabalhadores.
 
“Em relação aos funcionários que pertencem aos grupos de risco a instituição [Banese] autorizou o trabalho home office. Disponibilizamos álcool em gel 70% em todos os espaços dos prédios que compõem o banco; reforçamos a limpeza dos objetos, instrumentos e espaços de uso comum; reduzimos a ocupação de cadeiras, respeitando a distância mínima de 1 metro. Além disso, reservamos os primeiros atendimentos durante uma hora em dias normais, e duas horas em dias de pagamento, para os usuários que compõem os grupos de risco. Por fim, a partir de amanhã [sexta, dia 20], haverá também um gerenciamento nos arredores das agências, orientado por funcionários protegidos por equipamentos de proteção individual”, explica o superintendente de Gestão Estratégica do Banese, Luciano Passos. 

No estágio em que a pandemia encontra-se agora no estado, sobretudo com a inexistência de transmissão comunitária, os estabelecimentos comerciais privados também podem manter seu funcionamento, desde que respeitem o que determina o decreto, que foi baseado no entendimento do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Desta forma, até mesmo para impedir uma piora acentuada da economia, os shoppings center, restaurantes e bares, também estão funcionando, adaptando-se às circunstâncias causadas pelo coronavírus.
 
No caso da capital, os shoppings Jardins e Riomar informaram, por meio de nota, que estão atentos às orientações dos órgãos públicos e de entidades do setor e atua em conjunto para conter a disseminação da covid-19, reduzindo o horário de funcionamento das lojas, quiosques e restaurantes, mas dando liberdade para adequação de rotina para aqueles que desempenham atividades consideradas essenciais, tais como supermercados, farmácias, Lotérica, Correios e Centro de Atendimento ao Cidadão. 

A nota informa ainda que 50% das cadeiras das praças de alimentação foram reduzidas, para garantir o espaçamento mínimo de dois metros, assim como intensificaram a limpeza das áreas comuns, tais como corrimãos, botões de elevadores, guarda-corpo, banheiros e outros locais onde há maior contato das pessoas; aumentaram a disponibilização de álcool em gel; adiaram eventos com grande capacidade de aglomeração, aderiram às campanhas de conscientização da população, entre outras coisas. 

Da mesma maneira, estabelecimentos de menor porte tomam as mesmas precauções, como é o caso do restaurante O Miguel. “Reduzimos a nossa quantidade de mesas, de 240 para 130. Em todos os espaços foram instalados aparatos de álcool em gel. Além disso reduzimos nosso horário de funcionamento provisóriamente, cancelando os serviços pela noite, atendendo com equipe reduzida apenas entre 11h às 17h. Além disso, estamos recomendando aos clientes que priorizem o delivery”, conta o empresário Newton Gonçalves, sócio/gerente do estabelecimento.

Assim, com a compreensão e união de todos, os efeitos da pandemia podem ser minimizados, sem que alterações na rotina dos cidadãos sejam tão bruscas e graves.