Decretos municipais alteram atendimento dos serviços essenciais para resguardar a população

Agência Aracaju de Notícias
25/03/2020 04h10

As recentes medidas adotadas pela Prefeitura de Aracaju, sobretudo o fechamento temporário do comércio e diversos ramos de atividade econômica têm como principal objetivo resguardar o maior número de pessoas para evitar maior proliferação do novo coronavírus (covid-19) na cidade. No entanto, alguns serviços são essenciais para que as pessoas possam se manter bem durante o período de quarentena, o que exige alterações no atendimento aos cidadãos. 

No decreto publicado pela Prefeitura, na segunda-feira (23), ficou determinado, entre outros pontos, a suspensão da realização de feiras, entre esta terça-feira, 24, e o dia 6 de abril, período que servirá para análise de iniciativas, visando a atender as regras de distanciamento social e higienização. 

Outra medida adotada pela Prefeitura foi a alteração no horário de funcionamento de mercados. Desta forma, a partir desta terça, os mercados municipais e setoriais passam a funcionar das 5h30 às 13h30, inclusive para os estabelecimentos com acesso externos.

“Com relação às feiras, por exemplo, estava sendo difícil cumprir o distanciamento social de dois metros, o processo de higienização, o controle de entrada de feirantes de outros municípios, isso tudo precisava ser avaliado com muita cautela, até porque existe um percentual alto de pessoas idosas que circulam por esses ambientes. Para se ter uma ideia, 60% das pessoas que vão às feiras são idosas e 80% dos feirantes vêm de outros municípios. Portanto, tudo isso foi pensando na população, já que se trata de uma questão de saúde, acima de qualquer coisa”, justifica o presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Luiz Roberto Dantas, ao afirmar que a medida visa a diminuir as aglomerações. 

Ainda assim, existem outros serviços que não podem parar por se tratar de atuações que abastecem a população de bens essenciais para a manutenção da saúde, como alimentação e remédios, como o caso de supermercados e farmácias. 

A Associação Sergipana de Supermercados (Ases), que possui cerca de 200 estabelecimentos associados, somente em Aracaju, orientou os estabelecimentos, de acordo com os decretos municipais e estaduais. Entre as medidas, a fixação de horário exclusivo para atendimento a clientes acima de 60 anos e demais pessoas do grupo de risco, a sinalização dos espaços limitados para espera, considerando a distância mínima de dois metros, e a disponibilização de álcool para o uso de clientes e colaboradores. 

“As redes têm controle do estoque para mais 60 dias e temos adotado todas as medidas para manter o abastecimento das pessoas. É importante que os consumidores também pensem no próximo, ou seja, realize o consumo consciente. Além disso, temos mantido diálogo constante para fortalecer as ações no sentido de seguir os protocolos de saúde para que, em breve, todos fazendo a sua parte, possamos estar em uma situação melhor”, garante o presidente da entidade, José Anderson da Cunha, ao frisar que o momento requer união de forças para contribuir com o coletivo.

Redes farmacêuticas também têm adotado as recomendações e prezado pelo bem dos clientes e colaboradores, como o caso da empresa do Edson Rabelo Santos. 

“A nossa primeira preocupação é com a prevenção. Nossos colaboradores utilizam máscara, tem álcool em gel disponível em todas as lojas, há a demarcação para limitar o espaço mínino de dois metros. Outra preocupação é com as pessoas que desejam comprar produtos em grande quantidade e isso não estamos permitindo, há um limite, porque é preciso avaliar a necessidade disso e entender que pode faltar para quem, realmente, precisa. Chegamos a pedir para as pessoas não irem à farmácia. Nós dobramos o número de botoboys para realizar a entrega a domicílio e evitar as chances de contágio. Por hora, temos que colaborar um com o outro e seguir todas as recomendações”, pontuou.