Usuários reconhecem importância do trabalho ofertado pela Prefeitura nos Cras

Assistência Social e Cidadania
16/07/2020 10h55

A infância é a fase mais importante da vida do ser humano, é nela onde acontece o desenvolvimento físico e cognitivo, que abarca a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Pensando nas crianças e adolescentes aracajuanas em situação de vulnerabilidade social, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, oferta, nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) do município, ações, projetos e programas visando aprimorar o processo de aprendizagem e desenvolvimento delas.
 
As atividades ofertadas são variadas e vão desde oficinas socioeducativas e prática de esportes, ao incentivo à leitura, como o clube do leitor, que se desdobra no prêmio Leitores do Mês. Elas são promovidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (Suas), e realizadas nos 16 Cras geridos pelo município, dando acesso a aspectos artísticos e esportivos para as crianças e adolescentes e fortalecendo o vínculo com os familiares e a comunidade.

Por conta da situação de pandemia causada pelo novo coronavírus, as atividades em grupos estão suspensas para preservar a saúde dos usuários e da equipe que presta os atendimentos. Durante esse período de suspensão, usuários e pais reconhecem a eficácia das ações, projetos e programas que são ofertados no processo de aprendizagem e desenvolvimento e revelam sentir saudade da rotina nos Centros de Referência.

A usuária do Cras Maria Diná Menezes, no bairro 17 de Março, Kauane dos Santos Feitosa, destaca que o Centro de Referência é importante no processo de aprendizagem, no desenvolvimento da cultura sergipana e na disponibilidade de práticas esportivas.
 
“O Cras me ensinou a ser uma pessoa mais educada e a saber lidar melhor com diversas situações. Através dos serviços de lá pude aprender um pouco mais sobre a cultura sergipana, comecei a praticar Jiu-Jítsu e conquistei três medalhas, sendo uma de prata e duas de ouro. Além disso também faço parte da oficina de percussão, onde sou oficineira, e do grupo de Ballet e de teatro”, disse, feliz, Kaune dos Santos.
 
A mãe da Kauane, Rosivânia dos Santos Feitosa, demonstra orgulho pelas conquistas da filha advindas das atividades ofertadas pelo Cras. “Tenho muito orgulho da minha filha. Não tinha conhecimento de como era o Cras, achava que funcionava apenas para cadastrar Bolsa Família, mas felizmente ele serve para várias atividades. Depois que conheci os serviços cadastrei a Kauane e hoje ela é um grande orgulho. As notas dela na escola estão ótimas graças ao desenvolvimento no Cras. Os educadores estão de parabéns, eles se colocam como se fossem pai e mãe dos nossos filhos. Ela era muito rebelde e a equipe de educadores aqui do Cras 17 de Março conseguiu agregar e mudar a história da minha filha”, indagou.

Usuário do mesmo Centro de Referência, Elizeu Castro da Silva aguarda ansioso a volta das atividades. “Desde 2017 estou participando, gosto muito do Jiu-Jítsu e faço várias outras atividades. Tudo está fazendo muita falta, era nossa diversão, desde que essa pandemia começou não está dando para ver os professores e colegas, então espero que passe logo”, relatou o adolescente.
 
A mãe de Elizeu, Jocelia Castro da Silva, principalmente através do Jiu-Jítsu, as atividades fizeram com que ele ficasse menos tempo na rua, se desenvolvesse dentro do Cras e ganhasse várias medalhas. “A equipe sempre deu apoio ao meu filho e estou muito ansiosa para que a pandemia passe logo e as atividades voltem a acontecer”, disse. 

Usuária do Centro de Referência Maria José Menezes Santos, no bairro Coqueiral, Juliana dos Santos mostra apreço pela equipe e revela sentir saudade das atividades. “Gosto muito da minha professora Tia Andressa, ela me ajudou muito a aprender a ler. As pessoas do Cras também ajudaram muito nas atividades de Ballet, de Muay Thai, e não vejo a hora de voltar tudo ao normal”, afirmou com alegria.
 
Segundo a mãe da menina, Roseane dos Santos, antes de usufruir dos serviços do Cras sua filha ainda não sabia ler, mas se desenvolveu bem após ser assistida pelas equipes da Assistência Social. Dona Rose, como é conhecida pelas pessoas que trabalham no Cras, afirmou também sempre ser atendida pela equipe.

De acordo com a assistente social do Cras 17 de Março e técnica do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), Janaína Felix, manter o vínculo ativo com os usuários é de suma importância durante a pandemia.
 
“Fazemos questão de manter o vínculo também por conta do acompanhamento que já realizamos. Como temos uma proximidade muito grande com as famílias que acompanhamos nós mantivemos isso durante a pandemia. No começo não foi fácil, tínhamos diversas outras demandas, mas não deixamos de manter contato com as famílias, seja através de WhatsApp, para aqueles que possuem, seja através de recado, contato com familiares, para os que não tem acesso a essa ferramenta”, pontuou.
 
Janaína relata que manter o vínculo com o usuário também é uma forma de garantir que após a pandemia os grupos atendidos se mantenham formados. “Quando o atendimento voltar ao normal sabemos que será difícil, é um desafio muito grande para os equipamentos da Assistência Social manter os grupos, manter as famílias referenciadas. Então o vínculo precisa ser mantido mesmo na pandemia para que no retorno o atendimento continue ocorrendo da mesma forma ou até com mais facilidade em manter os grupos formados”, afirmou.