Pensando nos trabalhadores da Assistência Social que atuam na linha de frente de um dos serviços considerados essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, nesta sexta-feira,17, a Prefeitura de Aracaju realizou, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, uma live para falar sobre a saúde mental dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em tempos de pandemia com uma especialista em terapia cognitiva-comportamental.
Devido à recomendação de isolamento social para minimizar os impactos causados pela covid-19, a gestão da pasta organizou o encontro para auxiliar essas pessoas que continuam a trabalhar na linha de frente dos serviços.
De acordo com a gerente de Proteção e Atenção Integral à Família (Paif), Vanessa Côrtes, mesmo durante a pandemia e com o acompanhamento de forma remota, os funcionários da Assistência Social continuam atendendo as famílias com o acompanhamento psicossocial individualizado e familiar, além de ações comunitárias ou grupos familiares, que ajudem a esta parcela da população.
“Para os trabalhadores que estão na ponta do trabalho exercendo os serviços essenciais, o impacto é muito maior justamente pelo fato de que eles estão lidando com o próprio medo, com o dia a dia do trabalho, questões familiares e outros momentos inoportunos que acabam se somando e, consequentemente, atingem diretamente a saúde mental. Portanto, esse é um momento muito importante para trazermos à tona essa discussão”, explica Vanessa.
A psicóloga especialista em terapia cognitiva-comportamental, Priscila Mendonça, informa que quando o estresse sinaliza algo atípico, refletido no nosso corpo físico, é importante parar para não comprometer o físico e o mental e aceitar os próprios limites.
"Nós temos que tomar muitos cuidados para manter a nossa saúde mental em dia e saber a hora de parar. Exemplo disso é ter uma boa alimentação, noite bem dormida, realizar exercícios, ter um momento de lazer, realizar uma automassagem, pois permite que tenhamos um relaxamento muscular e, também, exercícios de respiração, autocompaixão e autoconhecimento, são alguns dos princípios que devemos adotar durante esse período”, destaca Priscila.
Ainda de acordo com Priscila, por estarmos inseridos em um novo contexto, considerado extremamente ansiogênico e adoecedor, se não mantivermos os cuidados necessários de autoconhecimento, autoconscientização e aceitação, é possível prever uma piora, futuramente.
"Como percebemos e discutimos na live, é preciso seguir todas as etapas para não acabar em um processo de adoecimento crônico. Portanto, nesse momento que eu pude conduzir essas dicas e estratégias, os profissionais que estão trabalhando na Assistência Social irão ter um bom desenvolvimento frente a tudo isso que estamos passando”, completa Priscila.
Após todos os aprendizados, dicas e ensinamento de novas habilidades, a expectativa da gestão da pasta é que esses profissionais, os quais têm uma missão social, continuem seu trabalho em segurança e com a saúde mental e física com vitalidade.
Para a Coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (Cras ) Maria José de Menezes, Ana Caroline Trindade dos Santos, essa ação foi fundamental para todos os trabalhadores porque as atividades e serviços continuam a acontecer, de forma adaptada, mas que ainda continuam atendendo a demanda com as políticas de assistência social da secretaria.
“Estávamos com muito medo de trabalhar nesse período, por sermos mães, pais, filhos, tias, acabamos nos colocando em risco. E foi a partir desta live que pude entender a importância de estar vivo para vivenciar e trabalhar nesse contexto de pandemia, aprendendo e reconhecendo nossos limites. A live foi muito pertinente e que sirva para todos nós trabalhadores”, conclui Ana.
