Trabalho Infantil em Aracaju é tema de live realizada pela Assistência Social

Assistência Social e Cidadania
30/07/2020 16h03

Na manhã desta quinta-feira, 30, a Prefeitura de Aracaju realizou, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, uma transmissão ao vivo (live) com o tema “Trabalho Infantil em Aracaju”, no âmbito do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), ofertados em todos os 16 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) do município.

Os serviços, direcionados a crianças, adolescentes e idosos em situação de vulnerabilidade social, além de oferecer atividades educativas e acompanhamentos, são ferramentas que auxiliam na identificação dessa violação de direito, fazendo com que os profissionais também possam fazer o acompanhamento da vítima, garantindo proteção e direitos a meninos e meninas da capital sergipana por meio de políticas públicas.

Para a gerente do Paif da Assistência Social de Aracaju, Vanessa Côrtes, o encontro remoto teve como objetivo alinhar novas medidas, conhecimentos e estratégias para serem trabalhadas durante e após a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

"Decidimos realizar a live por considerar que a pandemia provoca um impacto nos números de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil  e por considerar ser uma violação que precisa ser discutida durante todo o ano. Na medida em que a vulnerabilidade se agrava, as famílias se veem obrigadas a ter seus filhos expostos a essa violação. Por isso, é necessário a discussão deste tema e reflexão junto aos nossos trabalhadores para que possamos aumentar a nossa corresponsabilizacão, consciência, além de mobilizar a sociedade, rede intersetorial e órgãos responsáveis para essa temática", salientou Vanessa.

Ainda de acordo com a gerente, existem diversas ferramentas para que o cidadão possa fazer a denúncia. “Podem ser feitas diretamente nos Cras, no Conselho Tutelar ou através do disque 100, de forma anônima", frisa.

"As possibilidades são vastas. Existem vários órgãos que servem como porta de entrada para identificação do trabalho infantil. É sempre importante ressaltar que o disque 100 tem papel fundamental, mas em nossa vivência também é possível identificar o problema de outras maneiras, sendo uma delas a partir do acompanhamento familiar ou da presença da criança no SCFV com a criação do vínculo, na qual ela mesma acaba relatando a violação. É algo que não dá para fechar os olhos, de deixar de discutir e efetuar a denúncia”, completou a gerente do Paif.

De acordo com a gerente do SCFV da Assistência Social do município, Aldrey Karine de Oliveira Santos, o serviço é essencial para garantir o direito e aplicação das políticas públicas da assistência social. “Nosso trabalho permite mostrar o trabalho infantil e fazer com que essas crianças e adolescentes se vejam nesta condição, que é muito recorrente e invisibilizado. Portanto, com o serviço de convivência é possível mostrá-las, de forma educativa, a realidade em que estão e o contexto de cada território, procurando seus devidos direitos perante a lei”, disse Karine.

Durante a transmissão, os profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas) no município fizeram vários apontamentos acerca do tema, a exemplo da assistente social Roberta Neves, que falou sobre o trabalho contínuo de sua equipe do Cras Antônio Valença Rollemberg, situado no bairro Farolândia, acerca de uma ação comunitária realizada na feira livre do conjunto Augusto Franco, junto aos usuários do SCFV.

“A partir desta atividade de panfletagem, foi possível sensibilizar os feirantes e clientes para o tema, além do desenvolvimento de uma atividade socioeducativa com os adolescentes que trabalham com o carrego, permitindo que eles absorvam a informação sobre a condição que eles estão sujeitos a viver na sociedade”, explica Roberta.  

Para a educadora social do Cras Enedina Bomfim, Elizângela de Oliveira, o debate do tema é importante para repensar as ações. Para ela, a inserção das crianças e adolescentes no SCFV é fundamental no combate à violação dos seus direitos.

“Trazer esse debate entre os profissionais da assistência é uma iniciativa importante, visto que é um tema recorrente e urgente em nosso trabalho. Como educadora, presencio crianças em situação de trabalho infantil dentro do Serviço de Convivência e já participei, junto a outras educadoras, de trabalhos de identificação dessas crianças. Por conta disso, realizamos atividades educativas abordando o tema com o intuito de sensibilizar nossos usuários e suas famílias. É uma reflexão do nosso fazer profissional dentro do território e repensar estratégias para combater ao problema”, contou.