Covid-19: ações da Prefeitura mantém Aracaju entre as capitais com menor taxa de letalidade

Saúde
07/08/2020 08h30

Com população estimada de mais de 600 mil habitantes, segundo dados do IBGE, Aracaju está entre as capitais que possui uma das menores taxas de letalidade por covid-19 no país. Atualmente, a capital possui 30.136 casos confirmados e 584 óbitos. De acordo com a Área de Dados Covid-19, da Prefeitura de Aracaju, o índice de letalidade da doença é de 1,9%, indicador que está entre os menores do ranking geral levantado pelo Dataglass, e que considerando as capitais, fica atrás apenas de Boa Vista (1,7%) e Campo Grande (1,3%).

Ações de prevenção, controle e monitoramento da doença, elaboradas pela Secretaria Municipal da Saúde, têm sido essenciais para a estabilidade da doença na capital sergipana. E entre as estratégias que vêm sendo aplicadas, desde o início da pandemia, está o atendimento exclusivo para covid-19, tanto nas oito Unidades Básicas de Saúde destinadas para pacientes suspeitos ou com sintomas de síndromes gripais, quanto nas portas de acesso da Rede de Urgência e Emergência da capital [Unidades de Pronto Atendimento Nestor Piva e Fernando Franco].

Atualmente, já foram testadas, em Aracaju, 49.628 pessoas, sendo boa parte delas atendidas na rede de saúde do município, a qual garante a realização das coletas nas unidades de atendimento exclusivo, conforme avaliação médica e de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Mesmo com o índice de letalidade menor que a maior parte das capitais, e o cenário atual apresentando certa estabilidade, a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, avalia com cautela a curva epidêmica.

“É difícil precisar, apesar de identificarmos a estabilização de casos em alguns bairros. Estamos com uma taxa de ocupação de leitos de enfermaria municipais de 45,9%, e seguimos monitorando todos os indicadores diariamente. Esta semana o governo do Estado iniciou o plano de flexibilização de atividades econômicas, seguiremos observando os números e o impacto das medidas no quantitativo de casos confirmados e de internações”, garante Waneska.

Estruturação
Com a elaboração antecipada do Plano de Contingência, antes mesmo do registro do primeiro caso da doença na cidade, a Prefeitura teve condições de estruturar o sistema de saúde municipal de maneira a assegurar à população atendimento de qualidade sem estrangular o serviço.

Nesse sentido, a gestão vem atuando em diversas frentes, desde o trabalho de educação e saúde, fornecendo todos os equipamentos de proteção individual necessários para o trabalho dos servidores, parcerias com a Universidade Federal de Sergipe para mapear a prevalência do vírus nos bairros da capital, até a estruturação de leitos e a construção do Hospital de Campanha, o qual já é responsável pelo atendimento de 403 pessoas e a recuperação de 288 delas.

A garantia da oferta de leitos para atendimento de covid-19 é fator fundamental para a redução do índice de letalidade da doença na capital. E para isso, estão ativos 97 leitos, sendo 60 no Hospital de Campanha, sete na UPA Fernando Franco, dez na UPA Nestor Piva, e 20 no Hospital São José.

HCamp e respiradores
Em atividade há pouco mais de dois meses, o Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar é responsável pelo tratamento e recuperação de centenas de aracajuanos, vítimas da covid-19. Com seis alas especializadas, no HCamp são internados os pacientes de baixa e de média complexidades, enviados pelas portas de acesso na rede municipal de saúde.

Quando há o agravamento do quadro clínico do paciente, com necessidade de transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a solicitação é feita junto ao Estado, que faz a regulação e oferta os leitos de alta complexidade.

O HCamp foi erguido com capacidade para acolher até 152 leitos, dos quais 60 estão ativos. Dos leitos ofertados, 42 podem se tornar leitos de estabilização, visto que a unidade dispõe de 25 respiradores e, na última semana, a Prefeitura de Aracaju recebeu a doação de mais dez respiradores, por meio do Governo do Estado.

No momento, atuam no HCamp 460 profissionais, entre médicos; nutricionistas; técnicos de enfermagem; enfermeiros; psicólogos; fisioterapeutas; farmacêuticos; assistentes sociais; apoio de redes.