Prefeitura desenvolve práticas integrativas na Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju

Saúde
07/01/2021 16h00

Com o objetivo de induzir vivências que visam à saúde integral dos sujeitos e a integração dos saberes tradicionais, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), vem realizando práticas tradicionais de cuidado preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS), que integram os recursos terapêuticos disponíveis nas Redes do município.

O campo das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) contempla sistemas e recursos que envolvem abordagens de estímulo aos mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde. São utilizadas abordagens que dão ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico, no resgate dos saberes populares e tradicionais, bem como na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade.

De acordo com a coordenadora da Reaps, Chenya Coutinho, a Rede segue apostando na inovação, no cuidado no território e na aplicação de técnicas que aliam o cuidado e produção de autonomia dos usuários nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps).

“As PICS expressam uma visão ampliada de saúde, que integra saberes tradicionais ao saber biomédico, validando de forma científica os saberes e práticas que antes eram chamadas de alternativas, trazendo-as para junto do cuidado biomédico, atuando de forma a integrar e complementar o cuidado em saúde. Utilizar essas práticas sinaliza um processo de reorientação no cuidado, capaz de mostrar que são possíveis outras formas de aprender, praticar e cuidar da saúde, de si e dos outros”, explica.

Práticas desenvolvidas
Na Reaps são desenvolvidas ações como: massoterapia, acupuntura auricular, plantas medicinais, meditação, reiki, oficinas de musicalidade, além de práticas expressivas e corporais.

"Para ter acesso às práticas integrativas é preciso ser usuário do Caps. No decorrer do desenvolvimento, percebemos melhoras na saúde geral dos sujeitos, pois as PICS trabalham o equilíbrio e a mobilidade. Os benefícios psicológicos também são nítidos, é possível visualizar melhora na autoestima, diminuição dos sintomas de depressão e de estresse. Seguindo os imperativos da sensibilidade, da emoção e não apenas da razão", detalha o enfermeiro Gustavo Ávila Dias.

Origem das Práticas Integrativas
A institucionalização das práticas integrativas no sistema público de saúde data do final dos anos 1970, com a Primeira Conferência Internacional de Assistência Primária em Saúde (Alma Ata, Rússia, 1978). Após esse marco, as primeiras recomendações para a implantação das medicinas tradicionais e práticas complementares difundiram-se em todo o mundo.

No Brasil, esse movimento ganhou força a partir da Oitava Conferência Nacional de Saúde (1986), e desde então tem crescido por todo país. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi publicada em 2006, sendo ampliada em 2017 e firmada em 2018.