Um trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal da Fazenda (Semfaz) foi reconhecido, nacionalmente, pelo Prêmio Domingos Saboya, durante o IX Simpósio da Sociedade Brasileira de Engenharia de Avaliações (Sobrea). O artigo “Análise da dependência espacial na avaliação em massa de casas em Aracaju” ficou com o terceiro lugar da premiação, que teve como tema central a “Pandemia e novas tecnologias: impacto sobre a engenharia de avaliações”.
Os nomes que capitanearam o projeto são dos engenheiros Héverton Alves, Jamille Brito e João Prado, servidores da Semfaz, além de Augusto Ferreira, Luan Vasconcelos e Ricardo Vasconcelos, da Secretaria da Fazenda de Fortaleza – o grupo atuou em parceria. “O nosso trabalho de planta de valores já é uma referência, utilizando modelos econométricos ou de regressão linear, combinados com análises espaciais. Essa pesquisa nos permitiu verificar novas metodologias para aumentar a precisão das avaliações em massa”, explica o auditor fiscal de Aracaju, João Prado.
Para dar origem ao artigo, o grupo utilizou como fonte a base de dados do Observatório de Valores, implantado na Fazenda de Aracaju desde 2019 e que serve de parâmetro para as informações. “O trabalho de avaliação é realizado, em resumo, em duas grandes etapas: preparação de variáveis e a modelagem estatística. A preparação das variáveis, como eu me refiro, é o coração do processo, pois a qualidade dos dados que adquirimos, o cuidado e atenção no processamento, além do uso de ferramentas apropriadas, vão determinar a qualidade da informação e o resultado do modelo”, explica Jamille Brito.
Integrante da equipe premiada, a engenheira destaca dois pontos como cruciais para o reconhecimento alcançado durante o Simpósio. “O primeiro deles é o investimento da produção, gestão e manutenção de dados. A tecnologia de informação geográfica avançou muito e, de posse das novas ferramentas, podemos gerar melhor informação sobre a cidade e suas complexas relações. É muito animador estar na Semfaz e saber do retorno que este investimento ainda trará para a administração municipal e para a população aracajuana”, pontua.
O segundo, de acordo com Jamille, é o impacto da "tríade academia/administração pública/cooperação técnica”. Para a servidora, o artigo produzido é resultado de uma interação entre essas três esferas, refletida nas características da equipe formada.
“Ela é constituída por servidores de duas prefeituras municipais, Aracaju e Fortaleza, que têm mantido contato constante para transferência de conhecimento e tecnologia, sendo que cada um de nós ou tem uma relação íntima com a pesquisa científica ou está em permanente educação continuada. Essa experiência nos mostra que os projetos de modernização em curso resultam em ganhos na arrecadação, na transparência ao cidadão e na eficiência administrativa”, avalia Jamille.
Augusto Ferreira, da Secretaria da Fazenda de Fortaleza, diz que a conquista do Prêmio Domingos Saboya é motivo de grande orgulho para o grupo de pesquisa, além de fortalecer a parceria técnica dos dois municípios. “Ambos possuem bastante experiência na aplicação de modelos econométricos com regressão linear múltipla à tributação imobiliária. O trabalho apresentado no Sobrea explorou os modelos econométricos espaciais, de tal forma a incorporar nas predições dos valores de mercado a interdependência espacial que existe”, detalha.
Como planos futuros, ele afirma que o grupo de pesquisa tem como objetivo aplicar esses modelos econométricos espaciais a outras tipologias, como apartamentos, terrenos, salas comerciais, e testar modelos preditivos baseados em aprendizagem de máquina e inteligência artificial.
“Objetivamos, com essa pesquisa, ter modelos com maior nível de precisão nas predições finais e que subsidiem estudos futuros de revisão de planta genérica de valores para tributação imobiliária, de tal forma que garanta uma tributação robusta, fortalecendo a arrecadação própria dos municípios”, esclarece Augusto Ferreira.
