Ambulatório de Feridas do Cemar Siqueira Campos realizou 4,5 mil atendimentos em 2020

Saúde
22/01/2021 16h10

Referência no cuidado ambulatorial do pé diabético na rede pública de Saúde, o Ambulatório de Feridas do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), localizado no bairro Siqueira Campos, realizou, em 2020, 4.499 atendimentos, sendo 2.168 em pacientes do sexo feminino e 2.331 do sexo masculino. De acordo com a gerente do Ambulatório do Cemar, Djeane Correia, poucos são os que não dão continuidade após o primeiro atendimento. 

“Trata-se de um serviço ‘porta aberta’, que recebe pacientes por demanda espontânea ou encaminhados das Unidades Básicas de Saúde, da capital e do interior. O absenteísmo é baixo, e quando acontece é mais com os pacientes vindos do interior, pela dificuldade de transporte para dar continuidade ao acompanhamento”, avalia a gerente. 

O tratamento realizado pelo Ambulatório de Feridas tem como foco cuidar de pacientes com úlceras venosas ou arteriais em membros inferiores e pé diabético. É feito a partir da utilização de curativos especiais, com coberturas e medicamentos diferenciados, que auxiliam no processo de cicatrização. Com equipe composta por cirurgião vascular, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, o trabalho consiste na avaliação da lesão, para posterior acompanhamento. 

“Atendemos pacientes com pé diabético, com lesões vasculogênicas venosas e vasculares, pacientes diabéticos que sofreram amputações e ficaram com a lesão aberta, ou ainda pacientes que tiveram hanseníase e depois do tratamento apresentaram lesão, mas esse é quantitativo pequeno. A maior demanda é de pé diabético e as lesões vasculogênicas. Seja da capital ou interior, eles são acolhidos aqui”, explica a enfermeira do Ambulatório de Feridas do Cemar, Débora Melo. 

De acordo com a enfermeira, alguns procedimentos são feitos no Cemar, a exemplo do debridamento (retirada com o bisturi do tecido morto ou a queratose que se forma, impedindo a cicatrização). Quando se trata de uma lesão superficial, é feito pelo enfermeiro, e casos mais profundos é feito pelo cirurgião vascular. 

Já os casos que necessitam de centro cirúrgico e anestesia, ou ainda casos de amputação, são encaminhados para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). No ano passado, foram realizados 170 encaminhamentos. “Avaliamos e nos casos de encaminhamento, entramos em contato com o Hospital. Também orientamos que após esse procedimento, o paciente siga com o acompanhamento aqui no Cemar”, ressalta Débora. 

Acompanhamento
Após a avaliação da lesão, o enfermeiro define o tipo de cobertura a ser colocada, para que seja feito o curativo. No primeiro atendimento, o usuário já sai com a data da consulta marcada com o cirurgião vascular, e a depender do tipo de lesão o agendamento é feito como base no nível de prioridade. 

“O acompanhamento com o enfermeiro é feito quinzenalmente. O paciente sai com todas as orientações sobre o curativo e também fornecemos os insumos (seja a placa ou o hidrogel), e já com a data de retorno. Nesse intervalo de tempo, ele é orientado a fazer o curativo na UBS e sai com a anotação explicando qual a periodicidade de troca, qual a cobertura”, salienta a enfermeira do Ambulatório de Feridas. 

O Ambulatório de Feridas funciona de segunda a sexta-feira, nos turnos manhã e tarde. Já os cirurgiões vasculares atendem em três dias por semana, para as consultas de avaliação, quando necessário. 

“Nessa parte ambulatorial somos referência e recebemos pacientes de todo o Estado. Já os casos de procedimentos que necessitam de anestesia, são feitos somente na unidade hospitalar, e nossa referência é o Huse”, afirma a enfermeira Débora Melo. 

O senhor José Antonio da Silva, que reside no bairro Jabotiana e faz uso do serviço há mais de um ano reconhece a relevância desse trabalho. “Muito importante ter esse cuidado, porque se não fosse esse tratamento ficaria mais difícil. A gente tem que cuidar, eu que sou pré-diabético, procuro manter os cuidados com a alimentação, evitando o doce, e ter esse acompanhamento faz a diferença”, elogia. 

Trabalho conjunto
A gerente do Ambulatório do Cemar, Djeane Correia, salienta que o cuidado da equipe do ambulatório vai além do curativo, mas também nos outros acompanhamentos necessários para uma boa evolução da lesão.  

“A equipe aqui pensa muito nessa unificação do serviço, porque os pacientes que vem geralmente precisam de outros acompanhamentos. Temos vagas internas e quando necessário encaminhamos para o cirurgião, para fazer o estudo da lesão, para ortopedista, endocrinologista (se o usuário for diabético), cardiologista, nutricionista, dermatologista. E esse acompanhamento conjunto contribui significativamente na boa evolução da lesão”, afirma Djeane.