Covid-19: Prefeitura orienta sobre segunda dose e reforça necessidade de prevenção

Saúde
07/04/2021 17h30

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), já imunizou 79.615 pessoas. Para a segunda aplicação do imunizante, o Município recebeu 44.270 doses, das quais 19.572 já foram administradas, seguindo os critérios de intervalo preconizados pelo Ministério da Saúde.
 
Entretanto, mesmo com a divulgação constante dos protocolos vacinais, muitas dúvidas ainda são constantes entre os usuários que fazem parte dos grupos prioritários, como a do intervalo entre a primeira dose de cada fabricante.

Atualmente, a campanha municipal de vacinação faz uso de dois tipos de imunizantes: CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac Biotech; e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford.

Na imunização feita com a vacina CoronaVac, o intervalo entre as duas aplicações deve ser entre 21 e 28 dias. Já a vacina AstraZeneca tem um intervalo de 90 dias, entre a primeira e segunda dose. Na capital, ficou pactuado junto ao Ministério da Saúde, o intervalo de 21 dias para a administração das duas doses da CoronaVac e mantido o intervalo da outra fabricante. 

Dúvidas frequentes
No caso de um pessoa estar impedida de receber a segunda dose na data programa, a orientação é comparecer à Unidade Básica de Saúde assim que estiver apta a receber o imunizante.
 
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização da SMS, Ana Paula Machado, a vacinação após o prazo de 21 dias (menor intervalo das duas fabricantes) não invalida a eficácia da primeira dose já recebida.   

“Já quando a pessoa teve covid-19 ou está com sintomas, ela não deve tomar a vacina. É preciso aguardar 30 dias a partir do início dos sintomas. Se for uma pessoa assintomática, que por algum motivo acabou fazendo o teste e deu positivo, ela vai contar 30 dias a partir do dia do teste positivo. Depois desse período, ela está apta a tomar a vacina contra covid-19, sendo primeira ou segunda dose”, orienta Ana Paula. 

Tanto na primeira quanto na segunda dose, a cada processo de vacinação, o organismo necessita de um tempo mínimo para produção de anticorpos e, consequentemente, imunidade. Cada organismo tem um tempo para essa proteção, mas de maneira geral, a orientação é de que se considere um prazo entre 15 e 30 dias para considerar a imunização.
 
“Mesmo já tendo recebido as duas doses, a pessoa deve seguir com as medidas de biosseguranças recomendadas. Deve continuar utilizando a máscara, higienizando as mãos e mantendo o distanciamento social, tão necessário nesse período atual”, alertou a coordenadora do Programa Municipal de Imunização. 

Níveis de eficácia
Classificando os níveis de eficácia das duas vacinas utilizadas na capital, sobre a CoronaVac os estudos apontam um nível de eficácia global de 50%, o que significa que entre as pessoas submetidas ao imunizante, metade delas não adoeceram pelo coronavírus.
 
O estudo apontou que cerca de 78% dos casos de adoecimento não evoluíram para quadros mais graves, sem necessidade de procura pelo serviço de saúde.
 
“Já os casos moderados a graves, a vacina demonstrou eficácia de 100%, ou seja, todos os submetidos à vacina CoronaVac não evoluíram para a gravidade”, destacou a infectologista da SMS, Fabrizia Tavares. 

Sobre a AstraZeneca, os estudos concluíram que o imunizante tem cerca de 79% de eficácia global. “E foi visto que já existiam grandes níveis de anticorpos neutralizantes, ou seja, uma imunidade pós-primeira dose, uma demonstração de imunidade acima de 80%. E com a segunda dose, os níveis de imunidade são ainda mais elevados, ou seja, acima de 90%”, ponderou a médica. 

Cuidados pós-vacina
A infectologista da SMS alerta sobre a necessidade de se manter os cuidados, mesmo após receber as duas doses da vacina contra a covid-19. Fabrízia salienta que os estudos feitos para a formulação desses imunizantes foram realizados para avaliar a eficácia deles contra a doença e consequentemente os casos graves, minimizando óbitos. 

“Por isso que a gente orienta que mesmo os vacinados com as duas doses precisam continuar utilizando as medidas de distanciamento, de higienização das mãos com frequência, além do uso da máscara corretamente. Elas precisam continuar com essas medidas de proteção, porque esses estudos foram desenhados para evitar o agravamento da doença. Então, quando existirem pessoas que tomaram as duas doses da vacina, caso elas adoeçam pela covid-19, mesmo já vacinadas, que seja minimizado o risco delas evoluírem para gravidade. É nesse aspecto que tratamos os níveis de eficácia”, orientou Fabrízia. 

E esse alerta se dá, significativamente, diante do surgimento de novas variantes. As vacinas em uso também vêm sendo reavaliadas nesse aspecto, mas com estudos ainda em andamento.
 
“Então, enquanto a gente estiver diante dessa realidade, nessa situação de surgimentos constantes de novas variantes, a gente vai ser submetido a novas ondas, e é o que a gente não quer. Por isso que pedimos, encarecidamente, para que a população tenha consciência de que precisamos nesse momento, crítico, manter o distanciamento, principalmente, e obviamente o uso de máscara e de todas as outras medidas de precaução”, reforçou a infectologista.