Funcaju amplia horizontes da promoção cultural ao celebrar Dia da Dança no formato online

Cultura
29/04/2021 14h15

Em um formato desafiador, contemporâneo e com a proposta de homenagear dezenas de agentes culturais sergipanos, o ‘Sergipe em Dança’, desde o início da semana, tem encantado os entusiastas da arte através das apresentações online que diariamente estão indo ao ar no canal do Youtube da Cia NU Tempo Dance.

Os eventos são parte da programação semanal criada pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), para celebrar o Dia Internacional da Dança, que desde 1982 é comemorado no dia 29 de abril, esta quinta-feira.

Ao longo da semana, bailarinos, músicos, agentes e personagens da cultura sergipana foram homenageados nas apresentações realizadas durante a 2ª edição do Sergipe em Dança, sob a coordenação da NU Tempo Dance Space – companhia contemplada nos editais da Lei Aldir Blanc, em Aracaju. A apresentação dos espetáculos tem sido feita por Erick Ricarte.

Com a impossibilidade de realizar as apresentações abertas ao público, em decorrência da gravidade da crise sanitária, a Funcaju tem investido nas programações online e vem ampliando os horizontes na promoção da cultura.

“Nós estamos festejando a dança com essa atividade online, porque estamos levando em conta a pandemia, mas também considerando as novas linguagens que a gente vai trabalhar daqui pra frente, com a internet, levando cultura até as casas das pessoas”, frisa o presidente da Fundação, Luciano Correia.

No dia dedicado especialmente à dança, a programação reúne mais apresentações. A partir das 20h30 desta quinta-feira, no canal da NU Tempo no YouTube , haverá homenagem a dona Nadir da Mussuca; entrevista com o bailarino e coreógrafo do Studium Danças, Hamilton Marques;  apresentação dos duos Vitória e Paulo e Alef e Anna Kadosh; entrevista com o diretor da NU Tempo Dance, Everaldo Pereira e a chef Seichele Barbosa; roda de conversa com Mônica Proença, Arilton Assunção e Fábio Alcântara; e encerramento com dança contemporânea, com Everaldo Pereira. Confira aqui a programação completa.

Para Everaldo Pereira, responsável pela companhia NU Tempo, apesar de tantos desafios, o trabalho tem sido encantador. “O Sergipe em Dança faz uma homenagem aos artistas da nossa terra, e nós tivemos todo o cuidado ao pesquisar mais sobre o que temos de bom aqui no nosso estado, sem esquecer do nosso trabalho folclórico, agora numa versão mais contemporânea, como visto na abertura do evento. Tem sido dias lindos, ricos e ousados. As apresentações refletem para quem está assistindo, um momento de leveza, descontração, paz e harmonia, que são coisas que a dança traz para nós”, pontua.

Além da arte
Bailarina e professora de balé clássico, Mariana Peixoto não esconde a paixão pela arte. “A dança, em si, não é só arte, mas também uma terapia. Ela faz bem para o corpo, mente, e para autoestima. Dentro da dança temos o balé clássico, minha grande paixão. Levo essa modalidade da dança como estratégia física e mental, que envolve limpeza dos movimentos, leveza dentro da música, harmonia entre todos os membros, expressão corporal e dinamismo. O balé clássico é a mãe de todas as danças”, conta Mariana, que além de se apresentar durante o Sergipe em Dança também ministrou um workshop durante a programação.

Assim como Mariana, Fernanda Góis é mais uma artista na engrenagem da dança no estado. Para ela, o evento, mesmo que online, tem sido uma oportunidade especial de unir diversas artes. “Sou bailarina desde que eu me entendo por gente. O Sergipe em Dança tem sido uma experiência incrível, principalmente por ver artistas sergipanos se juntando em prol de algo tão importante, que é a nossa dança, arte, cultura. Nesse momento de dificuldade, é dar as mãos uns aos outros e se apoiarem”, enaltece.

Nesta edição, o Sergipe em Dança consegue não só reunir diversas modalidades da arte, mas também englobar um universo de artistas que inclui aqueles com maior bagagem cultural, e outros que estão imergindo dentro da arte.

É o caso de Guilherme Belo, bailarino da NU Tempo. “Estou há quatro meses aqui e já vejo grande diferença na minha linguagem, no meu corpo, na minha expressão. É isso que a arte faz, promove essa mudança, essa constância, essa sempre busca pelo melhor, pelo novo, pelo que a gente quer, um eterno processo de descoberta. É como sempre gosto de dizer: o processo da dança nunca é. Ele sempre está acontecendo”, pontua.

Lei Aldir Blanc
A programação especial em alusão à Semana da Dança coincide com o reconhecimento, via relatório do Governo Federal, de Aracaju como a sexta capital brasileira com melhor desempenho na aplicação dos recursos da Lei Aldir Blanc, transformando 99% das verbas destinadas pela Lei em política cultural.

Para Luciano Correia, os objetivos estão sendo alcançados. “A Lei Aldir Blanc, desde o começo, cumpriu o seu objetivo social de levar fomento aos artistas, mas está também executando política cultural. Nunca áreas como a dança, audiovisual, cinema, pintura, literatura tiveram tanta divulgação. A execução dessa lei beneficia artista e população, e faz circular nossa produção. E a dança faz parte disso”, finaliza o presidente da Funcaju.