Empenho dos servidores municipais assegura qualidade aos serviços entregues aos aracajuanos

Agência Aracaju de Notícias
01/05/2021 01h00

No ritmo acelerado dos dias, com a rotina apertada e, em especial, há cerca de um ano convivendo em meio à pandemia, dificilmente se pensa em quem são as pessoas que fazem com que a cidade funcione, como é o rosto e a vida daqueles que, diariamente, se doam para contribuir com o desenvolvimento do lugar em que mora. No momento em que a regra é ficar em casa, muitos são os trabalhadores e trabalhadoras que se arriscam, todos os dias, para entregar à população os serviços que ela necessita. 

Neste Dia do Trabalhador, atípico, pelo segundo ano consecutivo, quando as celebrações são limitadas, a Prefeitura de Aracaju não só reconhece, como também agradece o esforço e dedicação diária que são empenhados por esses servidores, nas mais diversas funções e áreas da administração municipal, para fazer a cidade seguir avançando na esperança de dias melhores e sem as restrições impostas pela pandemia. 

Por trás dos rostos de quem realiza os serviços, existe pessoas com sonhos e que trabalham incessantemente para vê-los realizados, como o agente de limpeza José Augusto dos Santos, conhecido como ‘Geografia’, há 12 anos na função. Seu sonho? Conhecer a Califórnia, nos Estados Unidos da América (EUA). Nascido no sertão sergipano, ele estudou até a 5ª série e, pela função que executa, sofre muito preconceito, mas isso não o abate, seu sonho é maior do que o olhar preconceituoso. 

“Desde quando o vírus surgiu lá no oriente, passou pela Europa e chegou aqui na América do Sul, a gente faz reuniões, somos orientados a nos cuidar. A gente toma bastante cuidado, usa os EPI 's, a máscara para se proteger do vírus porque queremos viver, né? Continuamos trabalhando, sei a importância da limpeza. Às vezes, olho para uma casa luxuosa e não tenho coragem de pedir água porque a sociedade tem a gente como ninguém. Não somos concursados, não fomos à escola por falta de oportunidade. Mas também tem pessoas que nos tratam com o maior carinho do mundo, então, eu me sinto bem. Sou gari e me considero um dos homens mais felizes do mundo com o meu trabalho”, frisa José Augusto orgulhoso. 

A colega de José, Ana Dias, de 54 anos, encontra em seu trabalho a motivação que precisa para seguir em frente e garantir o sustento da sua família. 

“Eu trabalho com uma satisfação imensa, porque é de onde eu tiro meu sustento, ajudo a minha família, consigo realizar aquilo que eu quero. Eu estou muito feliz, porque passei bastante tempo sem trabalhar. Eu tenho o maior prazer de limpar uma rua. Com a pandemia a gente tem tomado bastante cuidado, quando chego em casa durmo com a cabeça tranquila porque fiz minha parte. Peço que cada um faça a sua também, use a máscara, passe álcool em gel, fique em casa”, relata Ana. 
 
Um bom serviço
O coordenador de feiras livres da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Eronilton Valença, de 40 anos, nem espera o sol raiar e já corre para executar a sua função e fazer com que a população encontre as feiras organizadas e apropriadas para abastecê-la. 

“O meu trabalho começa às cinco da manhã, visitando todas as feiras do dia, fiscalizando as 25 feiras de Aracaju toda semana, tanto o início quanto a desmontagem. Eu garanto a disponibilização de álcool em gel, o distanciamento das bancas e oriento os feirantes e consumidores sobre o uso da máscara. Na pandemia, meu trabalho dobrou, mas é gratificante. A população reconhece, às vezes elogia, é o que motiva para chegar no final do dia, descansar em casa sabendo que estamos prestando um bom serviço”, conta Eronilton. 
 
Pela coletividade
Nesse período de toque de recolher, proibição de atividades em praias, parque e mais restrições, as fiscalizações são diárias. Em meio a essa rotina apertada, está o motorista da Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), Valtenes Silva, 47 anos. Pai de duas filhas e avô de uma criança de 8 anos, ele teme pela sua saúde e dos familiares, mas não deixa de cumprir o seu trabalho acompanhando os serviços de monitoramento. 

“Eu fico de plantão 24 horas para atender as ocorrências, seja por conta das chuvas ou as fiscalizações, agora na pandemia. É difícil. A gente tenta orientar as pessoas que estão descumprindo os decretos, indo à praia, explicar o risco que elas estão correndo e fazendo os outros correr, sabe? Mesmo após um ano, ainda precisamos falar, é complicado, estamos fazendo o máximo. Mas também é gratificante voltar para casa depois de um dia difícil e saber que estamos ajudando. Sigo de cabeça erguida, tranquilo porque sei que cumpri uma tarefa importante", desabafa Valtenes. 
 
Junto aos que mais precisam
Dentro dos serviços municipais também há aqueles que dedicam horas do seu dia para atender a parte da população que vive em situação de vulnerabilidade e que, em plena pandemia, sofre ainda mais. É o caso do coordenador do Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) que lidera as equipes de abordagem social da Secretaria Municipal da Assistência Social, Edilberto Sousa.

“Pensar no dia do trabalhador dentro de uma pandemia é pensar a importância dos serviços ofertados pela Prefeitura de Aracaju, especialmente pela Secretaria da Assistência Social, a parte do Centro Pop, a abordagem social realizada com o público mais vulnerável da nossa capital, que são as pessoas em situação de rua. Continuar trabalhando nos mostra a importância de termos profissionais qualificados, empenhados, voltados para uma perspectiva técnica, humana e de conquista de cidadania. A data é um dia de reflexão e, dentro desse texto específico, nos traz ainda mais responsabilidade e vontade de continuar transformando vidas na capital do nosso estado”, destaca Edilberto. 
 
Trabalho recompensado
Na outra ponta dos serviços desenvolvidos no âmbito municipal estão os profissionais de saúde que vivenciam de muito perto a angústia de quem luta para continuar vivendo, como a médica Ana Carolina Moura, que atua desde outubro passado como responsável técnica no Hospital Fernando Franco. 

“É triste, mas, ao mesmo tempo, gratificante. Triste porque sabemos que a única maneira comprovada de prevenir essa doença é ficando em casa e tem tanta gente que poderia ficar em casa, mas não fica. A gente fica assustado, não queríamos estar com esse nível de contaminação. As pessoas precisam usar a máscara, passar álcool em gel. Os pacientes poderiam ter uma chance melhor se tivessem mais um pouco de empatia. Por outro lado, quando alguém se recupera, ficamos muito felizes. Como eles não podem receber visita, somos só nós, criamos um laço forte. Assim, a gente vai seguindo, com tristeza, alegria, na luta”, pontua Ana Carolina.