Servidoras municipais cuidam de Aracaju e sua gente como aos próprios filhos

Agência Aracaju de Notícias
09/05/2021 03h00

Para as mulheres quem já deram à luz, além do lado romântico da maternidade, há os dias em que elas são mais do que mães, mas verdadeiras acrobatas da vida que dão conta de duas, três ou até mais jornadas de trabalho e, ainda assim, arranjam tempo para se dedicar às suas famílias.

No serviço público não é diferente, pelo contrário. Ao se dedicarem ao trabalho voltado para o desenvolvimento da cidade, as servidoras que são mães fazem jus ao nome do cargo que carregam e servem seu tempo, sua disposição, sua energia e seu zelo às atividades diárias e ininterruptas da Prefeitura de Aracaju. 

Neste Dia das Mães que, celebrado neste domingo, 9, algumas dessas servidoras não terão a oportunidade de participar do almoço em família, pois outra responsabilidade as chama: a de cuidar da população aracajuana. 

Este é o caso da enfermeira Andréa Dantas, que atua há 17 anos na profissão. Ela tem uma filha de 16 que pretende seguir seus passos profissionais e enveredar na área da saúde. 

“Há muitos anos que já trabalho no Dia das Mães e, para mim, é gratificante. No momento em que estamos vivendo, nessa pandemia, meu trabalho pode salvar vidas e minha filha super entende. Penso que muitas mães poderão passar esse dia porque foram salvas por profissionais de saúde, inclusive, por minhas mãos, então é uma honra muito grande poder exercer a minha função. Quando me filha diz que sou uma inspiração para ela, fico tomada de orgulho. Hoje, sei que minha filha se espelha em mim. Neste ano, em especial, meu recado é que as pessoas se cuidem, se protejam para que este não seja o último Dia das Mães vivenciado. Filhos, se cuidem, usem máscara, não aglomerem. Mães sigam as mesmas orientações para que todos possamos ter motivos para comemorar”, frisa Andréa.

Sua colega de trabalho, a também enfermeira Maria Aparecida Feitosa Santana, é gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) Geraldo Magela e ficará longe da filha de 18 anos, e da própria mãe. Para ela, a escolha pela Enfermagem trouxe consigo a responsabilidade de cuidar de vidas, por isso, se alegra em fazer o que faz. 

“Temos que estar preparadas para tudo e assumir a profissão que escolhemos. Assim como temos a atenção voltada para os nossos filhos 24 horas por dia, também é assim com os pacientes. Ser mãe não é fácil, criar não é fácil, bem como trabalhar na área da saúde não é fácil. É uma jornada desafiadora, na qual nos desdobramos para dar conta. Porém, no meu caso, consigo separar as coisas. É preciso abdicar de muitas coisas. Tem semanas que não vejo a minha filha, mas isso também faz parte das escolhas que fiz, e tento compensar de outras formas. O Dia das Mães pode ser comemorado em todos os outros dias, o importante é o sentimento”, afirma Aparecida. 

Dentro das ações da administração municipal, tem servidoras que têm filhos em casa e outros no trabalho, como a psicóloga Amanda Regina França que é coordenadora do Abrigo Sorriso, unidade socioassistencial que acolhe, no momento, 35 crianças em situação de vulnerabilidade social, entre 0 e 14 anos de idade. Em casa, a filha de 4 anos a espera.

“Tenho minha filha biológica e outros muitos filhos de coração. Perdi meu pai em março deste ano e ainda estou vivendo o luto, no entanto, a necessidade dessas crianças me faz seguir em frente, por entender a importância do nosso trabalho dentro da Assistência Social de Aracaju, de garantir bem-estar, alimentação saudável e retirá-las dessa situação. Minha filha, apesar da pouca idade, tem um pouco de entendimento do que faço e da importância dele. Acredito que se eu não fosse mãe, também não seria a pessoa que sou, hoje, para a unidade. Então, tudo ao meu redor me incentiva e inspira a seguir”, relata Amanda. 

A rotina da agente de limpeza Valdirene Ferreira dos Santos é apertada, mas ela faz questão de se manter firme para ser exemplo para os três filhos, de 5, 15 e 18 anos de idade. 

“Meu dia começa bem cedo, em casa, ajeitando as coisas. Saio para trabalhar às 11h e pego no serviço às 13h e só largo às 21h30. Quando chego em casa, em torno das 23h, o corpo está cansado, mas a mente pensa o dia todo nos filhos, eles estão em primeiro lugar na minha vida. Quando a gente se torna mãe, começamos a sentir a responsabilidade e todo o sacrifício é válido. Amo o que faço e é com isso que dou o sustento aos meus filhos. Durante a pandemia, por exemplo, tive covid-19, cumpri o tempo de isolamento, mas, na cabeça, estava a vontade de voltar ao meu trabalho. Fico feliz porque, hoje, sou exemplo para eles de tanto que tenho orgulho da minha profissão. O meu mais velho começou a trabalhar como gari e estou orgulhosa dele. Acho que a gente passa o que é bom através dos nossos exemplos”, destaca Valdirene.