Em apoio à operação de resgate, Prefeitura auxilia em nova frente de trabalho

Agência Aracaju de Notícias
08/05/2021 19h40

Ao longo deste sábado, 8, terceiro dia de operação para resgate de piloto do acidente aéreo ocorrido na área de manguezal, no bairro Atalaia, zona Sul de Aracaju, a Prefeitura deu continuidade ao suporte nos trabalhos. Durante a tarde, foi necessário adotar uma nova estratégia para ter acesso ao local do acidente. 

Para que essa frente de trabalho pudesse ser montada, foi necessário o acompanhamento de órgãos ambientais, como explica o coordenador da Defesa Civil de Aracaju, major Silvio Prado. “Tivemos que utilizar uma retroescavadeira para adentrar no mangue. Estávamos evitando realizar a supressão de árvores, mas, após o terceiro dia de buscas, não tivemos outra alternativa. O local é de difícil acesso e seguimos tentando fazer uma amarração na carenagem do avião”, afirma. 

De acordo com o coordenador, os bombeiros mantiveram a frente de trabalho aberta na quinta-feira, por isso a Prefeitura continua auxiliando na sucção de água, com o caminhão a vácuo disponibilizado pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). “Mas, paralelamente, iniciamos esse processo para termos uma possibilidade maior de chegar à aeronave”, esclarece Silvio. 

O coordenador ressalta que a maior dificuldade é lidar com a maré. “A maré encheu por volta das 15h e todo o trabalho da manhã foi perdido. Por isso a necessidade de mais uma frente de trabalho. Como a maré seca será pela noite, continuaremos o trabalho para que tenhamos êxito”, informa o major.

Impacto ambiental 
Por causa dessa mudança na estratégia, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) passou a acompanhar a operação. “A Sema está dando apoio em caráter de urgência. Para chegar até a aeronave, foi preciso suprimir algumas árvores e estamos acompanhando esse trabalho para minimizar os impactos ambientais. Se necessário for, faremos a recomposição do mangue gradativamente, tão logo essa operação termine”, antecipa o diretor Departamento de Controle Ambiental da Sema, Ludwig Oliveira Júnior.

Ludwig salienta que o mangue tem como característica essa mata fechada e não há outra opção senão abrir passagem entre a vegetação. “Há uma família esperando pelo corpo e ainda existem destroços da aeronave, portanto, se tornou imprescindível essa supressão”, frisa o diretor. 

O secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos, ressalta que além da tragédia humana o acidente apresenta também um impacto no ecossistema, que é área de preservação. “Os destroços precisam ser retirados o quanto antes, pois a fuselagem e os componentes do avião são fatores contaminantes. Então essa atuação rápida é necessária para diminuir os impactos ambientais”, complementa. 

O acidente 
No final da manhã da última quinta-feira (6), por volta das 11h40, um avião monomotor, modelo RV-10 de três lugares, caiu no manguezal situado no bairro Atalaia. Instantes depois, assim que o Grupamento Tático Aéreo (GTA) identificou a localização da aeronave, equipes do Município e do Estado iniciaram a operação de resgate do avião e, sobretudo, da vítima, um piloto que veio da cidade de Unaí (MG) para fazer um voo particular. 

De acordo com as informações, o piloto deixou um passageiro em Aracaju e retornava sozinho para Minas Gerais. Após a decolagem, o avião apresentou problemas, o piloto declarou emergência à torre de comando e desviou a rota para o manguezal, evitando cair sobre as residências. A aeronave estava em situação regular junto à Agência Nacional de Aviação (Anac).