Desde 2017, a Prefeitura de Aracaju tem promovido uma série de ações para combater o abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. No âmbito escolar, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), vem sendo desenvolvidas estratégias de prevenção e proteção aos alunos das 74 escolas da rede municipal de ensino. Durante o Maio Laranja, por exemplo, ainda que em aulas remotas, a atenção acerca do tema é intensificada.
Na próxima sexta-feira, dia 14 de maio, às 14h, a Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped/Semed) realizará a live Quarentena Sem Violência, destinada a professores e profissionais da Educação de Aracaju. O evento, realizado no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, visa conscientizar este público sobre como proteger as crianças e adolescentes da violência sexual durante o isolamento social.
O técnico da Coped, Heverton Ramon, explica que os trabalhos para a reflexão diante deste tema, tanto para professores quanto para alunos, são desenvolvidos durante todo o ano letivo. No entanto, durante a pandemia, a Coordenadoria precisou encontrar diferentes formas de fazer com que o trabalho de combate a este tipo de violência fosse abordado na comunidade escolar por estratégias diferenciadas.
“Antes da pandemia, as ações eram feitas através de palestras nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), nas quais eu e o professor Danival Falcão explicávamos os tipos de violência contra a criança e o adolescente, abordando o abuso e a exploração sexual por meio de vídeos e materiais impressos. A partir do ano passado, apesar de poucos encontros nossos com os alunos, houve capacitação online. Além disso, qualquer necessidade de alerta identificada na escola, vou até a unidade de ensino, faço os procedimentos necessários e encaminho o caso para a rede de proteção”, relata Heverton Ramon.
Segundo o relatório Disque 100 (2019), 72% dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorrem na casa da vítima ou do agressor. A fim de garantir os direitos à segurança e proteção de crianças e jovens, a Semed faz parte de uma rede de apoio junto ao Ministério Público, Conselho Tutelar, secretarias municipais da Saúde e da Assistência Social, com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Diretora da Emef Jornalista Orlando Dantas, no bairro Olaria, Soray Dantas conta que em alguns alunos já houve suspeita de abuso sexual e que, nestes casos, gestores e professores agem de acordo com as orientações da Coped e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Tivemos algumas suspeitas de abuso na escola, o que motivou a buscar ajuda de psicóloga para ministrar palestras e buscar apoio da Semed. Uma aluna, por exemplo, nos chamou para conversar e contou sobre o caso dela. Quando isso acontece nós paramos tudo para escutá-los. Fizemos denúncia através do Disque 100 e convocamos familiares, tudo com bastante cautela. É importante agirmos através de meios legais, para que os fatos tenham os encaminhamentos necessários a favor da proteção dessas vítimas”, detalha a diretora Soray.
