Primeiro dia do Fórum do Forró faz passeio sobre raízes culturais e futuro dos festejos

Cultura
17/06/2021 21h49

Uma viagem sobre os personagens que marcaram a história do forró tradicional, influenciaram as gerações subsequentes e, num paralelo, uma análise do futuro dos festejos juninos, com as novas linguagens musicais e os efeitos provocados pela crise sanitária.

Foi dentro dessa amplitude de temas que o primeiro programa do Fórum do Forró foi ao ar nesta quinta-feira, 17, pelo canal da Prefeitura de Aracaju no YouTube e pelas TVs Alese (canal 5.2) e Câmara de Aracaju (5.3), parceiras do evento junto à Uninassau e Construtora Stanza.


A retomada do Fórum do Forró trouxe como convidados, nesse primeiro episódio, dois nomes de gerações distintas do forró: Adelmário Coelho e Lucas Campelo. O bate-papo foi conduzido pelo jornalista e presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Luciano Correia. Assista o programa clicando aqui.

Inspirado nas produções de artistas como o Trio Nordestino, grupo que foi ponto de discussão em mais de uma ocasião durante o programa, Adelmário Coelho relembrou memórias da sua trajetória artística, como a peculiar história do caminhão que tombou com sua primeira remessa de discos gravados. O que parecia tragédia, acabou se tornando o pilar do sucesso do artista, hoje conhecido como o ‘Forrozeiro do Brasil’.

Analisando as novas linguagens musicais que têm surgido dentro do forró, Adelmário reforçou a necessidade dos artistas em se manterem atualizados. “O artista precisa estar em sintonia com a sociedade, acompanhar as atualizações. Não pode perder sua essência, o seu berço, mas a dinâmica artística exige um aprendizado diário. É se reinventar, se atualizar, assim como esse espaço aqui do Fórum do Forró, de importância extraordinária, que permite esse bate-papo entre eu, que estou em Salvador, e vocês, em Aracaju”, frisou o músico.

Sergipano, sanfoneiro de mão cheia e apaixonado pela obra de Dominguinhos, Lucas Campelo representa uma nova geração de músicos na cadeia do forró, mas não esconde os desafios impostos pelas tecnologias e o momento de crise sanitária.

“Particularmente não sou o melhor amigo da tecnologia, nem o pior inimigo. Nas produções para esse formato digital, eu sempre tive um computador simples, ainda assim é um lugar de privilégio. Sei mexer, não tenho medo de tentar aprender, de romper barreiras. Nessa pandemia, fui contemplado em alguns editais, inclusive da Lei Aldir Blanc, pela Funcaju, podendo lançar livro, álbum. E sempre friso que o artista precisa ter um olhar de empreender, como tenho feito, desenvolvendo projetos”, explica Campelo.

Produzido em formato televisivo, o programa trouxe inserções de referências musicais, como trechos de algumas canções, capas de álbuns e até vídeos curtos de apresentações musicais ao longo dos 55 minutos de episódio. Os convidados encerraram o primeiro programa cantando a música Neném Mulher, do Trio Nordestino.

Fórum do Forró Parte II
O segundo programa do Fórum do Forró, que será exibido nesta sexta-feira, 18, traz como convidados Bráulio Tavares e Targino Gondim, em um bate-papo mais uma vez conduzido pelo jornalista Luciano Correia. O programa vai ao ar a partir das 20h, no canal do Youtube da Prefeitura de Aracaju e pelas TV’s Alese e Câmara de Aracaju.