O autoconhecimento do corpo, suas restrições e possibilidades, suas diferenças, habilidades e principalmente, neste caso, suas formas e desenhos, são um paraíso criativo que deu vida a lambes espalhados por toda a cidade de Aracaju.
O projeto ‘Corpo Sutil’, da fotógrafa Paola Bueno, contemplado no Edital Janelas para as Artes, realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), utilizou a fotografia como uma tela para demonstração das posições e formas alcançadas pelo corpo humano. “A ideia foi fazer imagens mostrando o autoconhecimento do corpo e o que ele pode fazer com suas limitações e possibilidades”, disse Paola.
Para o projeto, houve a parceria entre uma fotógrafa, 15 artistas e um estúdio de yoga. O resultado trouxe diversas imagens com um fundo branco e um mundo de imaginações.
"Neste projeto a ideia era que cada artista colocasse ali naquela imagem, naquele fundo branco implorando por preenchimento, tudo que quisesse. Sem restrição de tema ou técnica, de modo que, já que para o nosso próprio bem e para o bem dos outros, o momento pedia (e pede) restrições ao nosso corpo, mas que nossas mentes tivessem a oportunidade de experimentar restrição alguma”, completa Paola.
O artista visual Alex Lihue foi o responsável em dar ‘cara’ ao projeto. "Para a produção das artes eu me deixei envolver pelas sensações que cada fotografia me transmitia naquele momento. No caso das fotografias, eu apenas fui passando cada uma delas como slide no computador e o que aconteceu foi que automaticamente distintos universos nasceram envolvendo a personagem central das fotografias”, pontua.
Já a artista Arianne Clímaco disse que sua inspiração veio da possibilidade de se fazer o que ama. “Foi a sensação que brota quando a gente faz o que gosta que me inspirou nesse projeto. Penso que o que me faz criar é uma necessidade muito íntima de colocar para fora os sentimentos e ideias em forma de imagens, traços e objetos”, registra.
Além da produção de imagens, o projeto também contou com uma produção gráfica pensada na reprodução dos movimentos retratados nas imagens. A responsável por isso foi a designer Fernanda Varella, que afirmou não ter conhecimento sobre a prática da yoga, mas tentou traduzir as fotografias de Paola em intervenção gráfica, dando movimento a elas.
Fernanda também fez questão de ressaltar a gratidão por ter participado do projeto. “A oportunidade de participar desse projeto durante um período de isolamento foi um grande privilégio, muito bom e surpreendente conhecer tantos artistas com trabalhos tão lindos e diversos, mesmo estando isolada dentro de casa”, disse.
Endereços das obras
O lambe da arte de Alex Lihue está na parede do Cras Antônio Valença Rollemberg , na rua Treze, bairro Farolândia.
O lambe da arte de Arianne Clímaco está na parede do Flor de Lotus Yogashala, na rua Francisco Ferreira de Oliveira, 39, Luzia.
O lambe da arte de Fernanda Varella está na parede da UBS Manoel de Souza Pereira, na rua Jovina Santana, conjunto Sol Nascente, bairro Jabotiana.
O lambe da arte de Kauam Pereira está na parede do Cras Antônio Valença Rollemberg, na rua Treze, Farolândia.
Festival Colora
O Festival Colora é um projeto executado pela Funcaju para aplicação dos recursos destinados pela Lei Aldir Blanc (LAB). A iniciativa contempla aproximadamente 60 produtos entre painéis pela cidade, exposições físicas, oficinas, exposições digitais, catálogos digitais, pesquisas e feira de artes urbanas.
Os painéis estão sendo construídos em espaços como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), e pontos estratégicos das comunidades por toda capital.
