No mês do ECA, iniciativas dos Cras de Aracaju sensibilizam crianças e adolescentes

Assistência Social e Cidadania
16/07/2021 13h50

Em celebração aos 31 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído no Brasil pela Lei 8.069, em 13 de julho de 1990, as atividades socioeducativas ofertadas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) nos 17 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) da capital sergipana foram intensificadas.

Os equipamentos da Proteção Social Básica (PSB), geridos pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, estão desenvolvendo, de forma horizontal e coletiva, ações de sensibilização com os usuários acerca dos seus direitos e deveres, enquanto crianças e adolescentes.

Dentre eles, está o projeto “Colad@s com o ECA”, na qual meninos e meninas, com idades entre 11 e 17 anos, dos Cras Carlos Fernandes de Melo, situado no bairro Lamarão, do Terezinha Meira, no bairro Olaria e Maria Diná, no 17 de março, participaram das gravações de uma minissérie produzida nessas unidades, que aborda o ECA com uma linguagem popular e gírias atuais comumente utilizadas na internet.

De acordo com a gerente do SCFV da Assistência Social de Aracaju, Karine de Oliveira, a atuação dos oficineiros e educadores sociais, que desenvolvem atividades socioeducativas nos equipamentos socioassistenciais, acontecem de maneira preventiva e proativa.

“Levamos a eles o conhecimento porque acreditamos que através da informação conseguimos chegar ao objetivo de prevenir situações de riscos e vulnerabilidades, impedindo assim a violação dos direitos previstos no Estatuto. O tema é trabalhado durante todo o ano, mas no mês do seu aniversário, enfatizamos o assunto fazendo com que crianças e adolescentes reconheçam a importância do ECA como um marco da conquista da garantia dos seus direitos. Procuramos adaptar as atividades desenvolvidas nos Cras devido à pandemia e contextualizar os conteúdos dentro dos territórios.”, destacou.

Minissérie
O material audiovisual está sendo exibido durante esta semana nas redes sociais da Secretaria da Assistência Social de Aracaju, no @assistenciaaju, e compartilhados em outras unidades socioassistenciais do município. A iniciativa foi idealizada pelo oficineiro Ewertton Nunes, profissional que ministra oficinas nos Cras dos bairros Lamarão, Olaria e 17 de Março.

Ele desenvolve atividades socioeducativas, a exemplo de aulas de técnicas de teatro, jogos teatrais, improvisação, dança, audiovisual, entre outras. De acordo com Ewertton, os usuários têm se mostrado mais maduros, com o entendimento da linguagem que incorporaram em todo o processo de produção dos vídeos.

“Os meninos e meninas têm se sentido muito motivados ao se verem nas redes sociais, ler os comentários das pessoas e da própria família, orgulhosa em vê-los tornando-se protagonistas. O melhor de tudo é saber que eles aprendem, se divertem de forma lúdica, interativa. Eles estão muito satisfeitos com os resultados, compartilhando com os amigos deles e isso é importante porque queremos essa multiplicação, a consciência cidadã, para que contribuam em suas comunidades na melhoria das situações que ferem os direitos humanos”, salientou.  

Fascículos
Paralelo à divulgação dos vídeos, também estão sendo distribuídos a usuários do SCFV dos Cras de Aracaju, sete cadernos de atividades, os quais, além do ECA, apresentam temas como bullying, prevenção ao suicídio, diversidade, consciência negra e tolerância, violência contra a mulher e desigualdade social a partir de histórias em quadrinhos contadas pelos próprios usuários do SCFV.

O criador dos fascículos é o educador social do Cras Terezinha Meira, Cristiano Correia, que atua na profissão há nove anos e já passou por algumas unidades socioassistenciais do município. Ele explica que o caderno aborda conceitos, apresenta textos introdutórios e exercícios de fixação de aprendizagem.

“O material é um compilado dos últimos dois anos de atividades realizadas pela equipe do SCFV no Cras. A ideia surgiu em julho do ano passado. Em razão da pandemia, as atividades tiveram que ser adaptadas e tínhamos a necessidade de manter o vínculo, bem como os exercícios com as crianças e adolescentes, mesmo à distância. Elaborei cadernos de atividades individuais, aproveitando as oficinas de vídeo, para continuar trabalhando os temas, de maneira individual, sendo os usuários protagonistas das discussões”, salientou.