Olhos vidrados, atentos e risonhos. Essas expressões definem a plateia que esteve presente nos espetáculos teatrais e na sessão de cinema no Centro Cultural de Aracaju, durante a programação cultural deste sábado, 11. Crianças acompanhadas dos pais, idosos e tantos outros entusiastas da arte ocuparam o palco aberto da Praça General Valadão para prestigiar os artistas aracajuanos em uma tarde divertida e de passeio pelo universo circense e teatral.
O dia foi marcado por uma extensa programação cultural preparada pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), no Centro Cultural e na Biblioteca Municipal Ivone de Menezes Vieira, no bairro Farolândia, englobando feira criativa, rodas literárias, lançamento de livros, oficinas, espetáculos teatrais e circenses, e apresentações musicais.
Adriana Arcangelis aproveitou a tarde deste sábado para levar a filha para assistir o espetáculo Saltimbancos, da Eitcha Companhia de Teatro, no Centro Cultural. “A gente volta a ser criança assistindo. Muito legal. Os atores são super divertidos, interagem com as crianças. Elas adoram e a gente também”, registrou.
Especialmente voltada para o público infantil, a peça Saltimbancos tem a assinatura de artistas sergipanos contemplados na Lei Aldir Blanc, através dos editais executados pela Funcaju. “É uma peça de teatro voltado para esse público e com temas especiais, que tratam, por exemplo, dos direitos das pessoas, os maus tratos aos animais, e eles [crianças] descobrem que juntos eles conseguem sim vencer tudo isso. Para a gente tá sendo muito legal participar desse projeto”, enalteceu o artista Adriano Santana, integrante da Eitcha Companhia de Teatro.
No outro lado da cidade, no conjunto Augusto Franco, o lançamento dos livros ‘Laminha: O caranguejinho esperto’, de Manoel Cerqueira, e ‘Lenda do Caju’, de Izabel Melo, garantiram boas doses de debates literários na Biblioteca Ivone de Menezes. O primeiro, voltado para o público infantil, era um sonho antigo do autor Manoel Cerqueira.
“É um livro que fala sobre uma questão muito importante pra nós, sergipanos, que é uma questão ambiental ligada ao caranguejo e ao manguezal. Então o personagem é um caranguejinho. Através do personagem, discutimos a importância da preservação dessa espécie do seu uso sustentável, afinal eu considero o caranguejo um símbolo da nossa cultura, principalmente da nossa da cultura gastronômica”, pontua.
Para Isabel, a oportunidade de publicar um livro durante a pandemia tem uma importância ainda mair. “Foi um presente que a Funcaju nos permitiu numa fase tão difícil. Para mim é um privilégio escrever uma obra e essa obra ser publicada. Eu estava precisando disso e posso dizer que a literatura me salvou desse momento tão difícil, que nós estávamos e ainda estamos passando”, disse.
A programação na biblioteca foi encerrada durante a noite, com os shows de Torugo Teles, DJ Grau e Jaque Barroso. Visitando a biblioteca pela primeira vez, a estudante de direito Lorena Aquino aprovou a programação festiva. “Gostei bastante. Eu acho que esse apoio à cultura é muito importante pra sociedade em si, as pessoas precisam muito de cultura, precisam conhecer de onde vem as coisas. A gente muitas vezes não sabe a origem da nossa arte, e esse tipo de espaço permite um pouco disso”, afirmou.
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