Protagonismo juvenil: projeto incentiva estudantes a debater sobre vulnerabilidades

Educação
24/05/2022 14h20

Um grupo de adolescentes que debate assuntos sobre o próprio cotidiano, a sociedade em geral e também a respeito da comunidade em que vivem, tornando-se multiplicadores. Assim é o Comitê Estudantil, um projeto realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista Orlando Dantas. A iniciativa é da Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped), da Secretaria Municipal da Educação (Semed).

Reunidos no contraturno escolar, os estudantes utilizam o teatro do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do bairro para realizar as atividades. Durante este mês, o foco está na campanha de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, referindo-se à campanha Maio Laranja.

“Agora, estamos focando no Maio Laranja, mas também abordamos outras temáticas que os próprios alunos trazem. Se acontece bullying na escola, eles trazem o assunto. Se houve algum tipo de violência na comunidade, também trazemos para cá essa discussão. Tratamos de temas sensíveis de maneira lúdica, para que eles aprendam, tornem-se protagonistas e multiplicadores na escola e no bairro”, explica o técnico da Coped, Heverton Ramon Marques, idealizador do projeto.

Os encontros semanais acontecem às terças-feiras. Ao chegarem, os estudantes realizam um momento de conversa, onde falam sobre fatos que consideram relevantes, seus sentimentos no momento e expõem opiniões, trazendo assuntos importantes para o dia a dia. 

Relacionado ao Maio Laranja, o grupo, que está reunido há cerca de um mês, está confeccionando cartazes que serão expostos em um seminário. O material também será utilizado para ensinar sobre o tema a alunos mais novos da Emef. A apresentação ficará a cargo dos próprios estudantes do Comitê.

“Estes alunos apresentavam alguma problemática na escola, como evasão ou envolvimento em pequenas brigas. São convidados a participarem do projeto e aqui buscamos direcionar suas potencialidades, para que se entendam como protagonistas, tanto da escola, quanto da comunidade. Buscamos deixar o assunto o mais pedagógico possível para que eles se tornem referências positivas onde moram”, complementa Heverton. 

A estudante Kethlin Mayara conheceu o projeto através da diretora da escola e se interessou em participar. “Vim o primeiro dia e não consegui mais parar de vir. A convivência com as pessoas é extraordinária e estou tendo vários aprendizados. Eu não sabia o que significava o dia 18 de Maio e agora já sei e pretendo passar essas informações para todas as pessoas que eu puder. Muitas crianças sofrem abuso e não contam por medo ou por serem ameaçadas e elas precisam soltar esse grito, para que não sofram”, conta a estudante.

“Gosto muito daqui. Tenho apenas 10 anos e estou aprendendo coisas que muita gente já deveria ter  aprendido faz tempo. Eu espero, de coração, que esse projeto continue, para que possa continuar incentivando outras pessoas a aprenderem sobre esses temas”, expressa a aluna Gabriela Fontes.