Programa Criança Feliz e Patrulha Maria da Penha promovem palestra sobre violência contra a mulher

Com o objetivo de mobilizar as mães acerca da violação de direito, o Programa Criança Feliz (PCF), gerenciado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, promoveu, na tarde desta sexta-feira, 10, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Santa Maria, uma palestra sobre violência contra a mulher, em parceria com a Patrulha Maria da Penha (PMP), da Guarda Municipal de Aracaju (GMA).

A Patrulha, vinculada à Secretaria da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), é resultado de uma parceria entre a Prefeitura e o Tribunal de Justiça de Sergipe, sendo formada por guardas municipais mulheres e homens que têm como função garantir a aplicabilidade das medidas protetivas impostas pela Lei Maria da Penha, às mulheres em situação de violência da capital sergipana atendidas pela rede municipal de garantia de direitos.

Atualmente, 100 famílias residentes no bairro Santa Maria são acompanhadas pela administração municipal por meio do Programa no Cras do bairro. O PCF, criado pelo Governo Federal em 2016, é executado na capital sergipana, desde de 2018, pela Prefeitura de Aracaju, e objetiva promover o desenvolvimento humano por meio de apoio e acompanhamento da evolução infantil integral na irimeira infância, atendendo crianças de 0 a 6 anos de idade.

De acordo com a coordenadora do PCF, Pollyana Kitawara, o encontro foi promovido ao perceberem alguns sinais de violência sofridos pelas mães e ao ouvirem, durante os atendimentos das visitadoras, relatos de casos de violência doméstica.

“A partir dessa conscientização, tentamos romper o silêncio e erradicar esse ciclo vicioso. Decidimos convidar a Patrulha Maria da Penha que desenvolve um trabalho fundamental na garantia de direitos das mulheres, já que, durante a pandemia do novo coronavírus, os casos de violência contra mulheres aumentaram.”, destaca Pollyana.

A guarda municipal da Patrulha Maria da Penha de Aracaju, Sabrina Dias, foi a profissional que ministrou a palestra com a ideia de levar informações, conhecimentos, esclarecer dúvidas e mostrar o trabalho desenvolvido pela PMP.

“Falamos sobre a Lei Maria da Penha e o trabalho da Patrulha Maria da Penha com o objetivo de despertar o conhecimento e senso crítico sobre os tipos de violência. É comum que as mulheres pensem que só exista a violência física, quando também atuamos contra a violência psicológica, geralmente a que antecede todas as violências, como a sexual, designada como estupro marital, muito naturalizada dentro do casamento, patrimonial, que tem a ver com os bens, e a moral, na qual o agressor costuma falar mal da parceira e ameaçar a mulher”, explica Dias. 

A dona de casa Paula Regina Souza, moradora do Santa Maria, tem um filho assistido pelo PCF desde que ele nasceu, há um ano e três meses. Para ela, é importante estar atenta sobre a rede de proteção às mulheres existentes na cidade.

“Decidi participar porque é um fato que acontece na sociedade e temos que ficar em alerta. Mesmo que não aconteça comigo, pode estar acontecendo com alguém próximo e saberei agir no momento. Gosto bastante do Criança Feliz porque é um acompanhamento que elas fazem, gosto muito da atenção que elas dão ao meu filho”, conta Paula. 

A doméstica Jéssica Santos conheceu o Programa através da cunhada que tem um filho já assistido. Ela faz questão de participar das palestras promovidas pelo PCF. 

“Sofremos não apenas a violência física, mas também psicológica. Acho interessante ter esse tipo de orientação porque vou saber onde buscar ajuda. As palestras são ótimas. A última que foi realizada tocou muito em mim.”, considera Jéssica.

Para denunciar, qualquer pessoa pode ligar para o 180 (Central de Atendimento à Mulher), para o Disque 181 (Disque Denúncia da Polícia Civil SE), Disque 100 (Direitos Humanos, que contempla violência contra Criança, Adolescente e Pessoa Idosa, vítimas de violência doméstica, dentre outros públicos vulneráveis) ou Disque 190, indicado para emergências policiais.