Forró Caju 2022: profissionais da Assistência Social garantem atendimento a públicos específicos

Assistência Social e Cidadania
27/06/2022 02h11

Abdicar de noites para acolher o público em situação de vulnerabilidade social é o que os profissionais da Secretaria Municipal da Assistência Social estão fazendo desde o 23 de junho, no Forró Caju 2022. Em diferentes funções, as equipes atuam no Camarote da Acessibilidade e no Estande dos Direitos Humanos, serviços ofertados a públicos específicos da festa.

A secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Santana, reconhece a atuação do corpo profissional de diferentes equipamentos socioassistenciais e da sede da administração municipal que se dispôs a trabalhar em regime de escala.

“É um trabalho de retaguarda feito por profissionais das mais diversas áreas que estão dedicando suas noites, seus tempos, abdicando de momentos de lazer para proporcionar acolhimento, atenção e todo o apoio necessário às pessoas com deficiência e em situações de violação de direitos. Só me resta dizer gratidão pelo empenho de cada um, por atuarem com seriedade, respeito e amor aos usuários dos nossos serviços”, reitera a gestora.

O Estande dos Direitos Humanos reúne assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais que monitoram, durante a festa, possíveis situações de violações de direitos contra outras pessoas, seja racismo, racismo religioso, LGBTQIfobia, trabalho infantil, abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, crianças desacompanhadas, e de desrespeito e violência contra mulheres e pessoas com deficiência.

De acordo com o coordenador do Estande e assistente social Edilberto Filho, a atuação se dá por meio de busca ativa, das demandas espontâneas que chegam ao Estande e de atendimentos provocados por outras secretarias, a exemplo da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que demandam da pasta.

“Chegamos às 19h e retornamos para nossas casas ao final da festa. É um trabalho que desenvolvemos todas as noites envolvendo 50 profissionais distribuídos durante as noites do Forró Caju.  As equipes saem do Estande, fazem abordagens em todo o perímetro da festa, como em barracas, quiosques, isopores, além das áreas mais isoladas, porque sabemos que são locais onde ocorrem maiores violações de direito. Prontamente identificamos, fazemos as intervenções e as devidas interlocuções”, detalha Edilberto.  

Segundo o coordenador, nas três primeiras noites do evento, foram feitas 28 abordagens sociais, sendo as crianças o maior público identificado em vivência de trabalho infantil e desacompanhadas de seus responsáveis.

“Identificamos entre 10 a 12 casos por noite. Temos a presença de crianças e adolescentes acompanhados de seus responsáveis, principalmente nas barracas de venda, sendo 80% desses casos vindos da grande Aracaju e de Nossa Senhora do Socorro. Os comerciantes fazem a venda no evento e acabam trazendo seus filhos, netos para acompanhá-los. Também somos demandados pela Secretaria Municipal da Saúde, que nos procura a fim de dar orientações. É um espaço de orientação, notificação e de cunho pedagógico visto que as equipes são preparadas para atender o público da forma mais humana e cidadã possível. Uma experiência que demonstra o cuidado  com os direitos humanos e com a cidadania”, relata Edilberto.

A referência Técnica do Serviço Especializado em Abordagem Social, Margareth Rodrigues, é umas das profissionais que atuam durante o evento. Para ela, o Serviço previne e repara as violações de direitos.

“Monitoramos as situações para evitar as possíveis violações de direitos durante a festa, quando elas acontecem, nosso papel é garantir a integridade física e moral destes cidadãos através de encaminhamentos para a rede de garantia de direitos de acordo com as especificidades de cada caso”, contou.

Paralelo aos serviços socioassistenciais ofertados, estão disponíveis para acesso no Estande materiais de divulgação da campanha “Proteger a Infância é Transformar o Futuro”, gerida pelas Secretarias Municipais da Assistência Social e da Comunicação (Secom) que visa o enfrentamento do trabalho infantil na capital sergipana, além da campanha “Respeita as ‘Minina’ na Festa Junina”, realizada em parceria com o Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE).

Camarote da Acessibilidade

Já o Camarote da Acessibilidade é um espaço exclusivo para o uso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida poderem curtir a noite de shows em uma área privilegiada que oferece segurança, comodidade e acessibilidade.

A área exclusiva é adaptada às normas da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), contando com rampa de acesso, quatro banheiros, piso tátil de alerta e cadeiras. A capacidade máxima diária é para 80 pessoas, ou seja, 40 PcDs e 40 acompanhantes.

À frente da coordenação do Camarote, Raphaela Rezende destaca o trabalho em equipe. “Somos em seis pessoas que atuam na recepção, locomoção, dando todo o apoio necessário ao público, além de contarmos com a presença da Guarda Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e de profissionais terceirizados. Uma equipe que demonstra dedicação, atenção e interação com as pessoas assistidas. Também damos apoio ao Estande no auxílio de crianças desaparecidas. O trabalho em equipe está sendo de suma importância”, conta.

O bancário Robert Machado conheceu o espaço por meio de amigos membros do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD). Cadeirante, ele possui deficiência física, aprovando o espaço.

“Graças a Deus, a Prefeitura olha para nós. Temos que dar um passo de cada vez e vemos que o Município está dando esse passo a cada dia. Achei o local acessível, seguro, confortável com pessoas atenciosas. Virei outras vezes, com certeza”, elogia Robert.